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#10 anos #fotografia #imagem
Curso de Fotografia da Unisinos completa dez anos
"Para homenagear a primeira década de curso, o Mescla conversou com três pessoas que fizeram parte dessa história"
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Em 2021, a graduação em Fotografia da Unisinos festeja dez anos do início de suas atividades. Para relembrar como tudo começou e analisar o contexto da profissão de fotógrafo nesta última década, o Mescla conversou com três pessoas que tiveram – e ainda tem — um lugarzinho guardado na história do curso: Beatriz Sallet (primeira coordenadora), Timóteo Flores (primeiro formando) e Marina Chiapinotto (atual coordenadora). 


Marina Chiapinotto


“É um curso que foi aprendendo
a se atualizar e amadureceu muito
bem ao longo do tempo”

Cada vez mais, a fotografia é usada como uma forma de comunicação, segundo Marina. Por isso, hoje, o fotógrafo precisa ser multifacetado (Foto: arquivo pessoal)


Jornalista profissional, com Especialização em Projetos de Mídia e Mestrado em Ciências da Comunicação, Marina iniciou na fotografia pelo fotojornalismo. Sua carreira como professora no Ensino Superior começou em 2008. Em 2012, entrou para o corpo docente do curso de Fotografia da Unisinos. Em 2018, aceitou o convite e assumiu a atividade de coordenação. Marina tem se dedicado a trabalhar com fotografias autorais e documentais desde 2016.


Para Marina, o curso sempre foi direcionado para aproveitar as mudanças no mercado de trabalho e na tecnologia. “É uma graduação que foi aprendendo a se atualizar e amadureceu muito bem ao longo do tempo”, avalia. A professora entende que esse amadurecimento, adaptação e atualização do curso aconteceu naturalmente, já que a profissão de fotógrafo mudou bastante na última década. 


Há dez anos, lembra Marina, a atuação de um fotógrafo era ainda muito nichada. Por conta disso, os alunos que chegam nesse momento no curso têm uma visão diferente daqueles que frequentaram as primeiras turmas. “Em 2011, muitos estudantes já trabalhavam na área e buscavam apenas uma certificação. Hoje em dia, é diferente. Muitas vezes, o aluno entra sem conhecer nada de fotografia com a intenção de aprender, de fato, na universidade”, explica.


O mercado de trabalho e as redes sociais foram aspectos que também modificaram consideravelmente a atividade de fotógrafo, acredita Marina. Para a coordenadora, a área de eventos está no topo da pirâmide das oportunidades de trabalho, diferente de dez anos atrás, quando o posto era ocupado pela fotografia de moda. “As mídias sociais são o principal portfólio do profissional hoje em dia. Cada vez mais, a fotografia é usada como uma forma de comunicação. Por isso, hoje, o fotógrafo precisa ser multifacetado”, afirma. 


Beatriz Sallet


“O curso foi constituído sobre
três pilares: excelência técnica,
excelência estética e a reflexão
do fazer fotográfico”

Beatriz acredita que as redes sociais limitaram um pouco a prática profissional do fotojornalismo (Foto: Carina Mersoni)


Beatriz descobriu que gostava de atuar como repórter fotográfica ainda quando cursava o segundo ano de Jornalismo. Formada, começou a carreira em 1996 como fotojornalista freelancer e assessora de imprensa. Tempos depois, já como professora na Unisinos, ajudou a idealizar o curso de Fotografia, que estreou em 2011. Beatriz foi a primeira coordenadora, cargo que atuou até 2018. Atualmente, segue como professora. “O curso foi constituído sobre três pilares: excelência técnica, excelência estética e a reflexão do fazer fotográfico”, recorda.


Assim como Marina, Beatriz enxerga que o curso está sempre em atualização e amadurecimento. Ainda assim, na opinião dela, é uma área que carece de mais estudo. “Quanto mais formos alfabetizados para a imagem, melhor será, já que vivemos em um mundo com enorme demanda de exposição de imagens”, salienta.


As redes sociais limitaram um pouco a prática profissional do fotojornalismo, acredita Beatriz. “A facilidade de ter uma câmera no telefone nas mãos da maioria da população democratizou a produção desse tipo de fotografia, mas acabou tirando um pouco de espaço de profissionais dessa área”, analisa a professora. 


Beatriz percebe que, agora, todos os alunos são nativos digitais e estão extremamente familiarizados com as novas tecnologias. Mas, comparando com dez anos atrás, a professora observa que os novos estudantes estão chegando com menos conhecimento sobre o que é fotografia. “É por isso que, no curso, o aluno irá aprender a história da fotografia, em como chegar nos três pilares essenciais e, principalmente, em como exercer o seu olhar fotográfico”, sublinha. 


Timóteo Flores


“A graduação é o que há de mais importante. Foi uma realização pessoal muito grande, além de ter me dado muita referência e contato para o seguimento na profissão”

Timóteo pensa que a graduação é o que há de mais importante. Foi uma realização pessoal e deu a ele referências e contatos para o seguimento na profissão (Foto: Arquivo pessoal)


Timóteo tornou-se fotógrafo por hobby. Ele entrou no curso de Fotografia da Unisinos quase que por acaso. “Eu ia me inscrever no vestibular para Publicidade e Propaganda e, no dia, fiquei sabendo da existência da graduação em Fotografia”, lembra. 


Natural de São Leopoldo, o fotógrafo foi o primeiro graduado do curso. “A graduação é o que há de mais importante. Foi uma realização pessoal muito grande, além de ter me dado muita referência e contato para o seguimento na profissão”, revela. 


Timóteo trabalha desde 2014 com fotografia de esportes e eventos, além de atuar como freelancer em fotografia de publicidade. Para ele, a ajuda e oportunidades dadas por professores foram essenciais para o seu crescimento no mundo da fotografia. “Trabalhei em alguns lugares por indicação de professores. Eles sempre tiveram a intenção de que o aluno aprendesse o máximo possível no curso, por isso eram muito atentos e prestativos”, comenta. 


Para o egresso, o mercado da profissão mudou bastante ao longo desses dez anos. “Atualmente, ficou mais fácil de entrar nesse ambiente, mas mais difícil de se destacar. Hoje em dia, comprar uma câmera e iniciar uma carreira acontece de maneira mais democrática. Agora, como as redes sociais tornaram todos em produtores de conteúdo e imagem, ficou mais complicado ter um trabalho reconhecido no meio de tantos”, afirma Timóteo. 


Dez anos em… imagens, claro!


A seguir, uma pequena amostra de trabalhos realizados por alunos que foram destaque na última década. 

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