Deu certo

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A fotografia é uma linguagem universal
"Egresso do curso de Jornalismo da Unisinos, o fotógrafo Rodrigo Blum propõe explorar as possibilidades de carreira em comunicação e relembra a época de graduação"
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Formado em Jornalismo pela Unisinos, o fotógrafo Rodrigo Blum é diretor de criação na agência Wit Conteúdo, da qual é sócio. Dentro da universidade, também atuou como fotógrafo institucional por sete anos. Convidado para um bate-papo com o Mescla, Rodrigo recordou experiências marcantes, falou sobre a paixão que sente por fazer retratos e refletiu sobre a importância de considerar e experimentar as infinitas possibilidades que a carreira em comunicação oferece. Confira abaixo a íntegra da conversa. 


Mescla – Como se deu o seu encontro e identificação com a fotografia? 


Rodrigo – Quando entrei no curso de Jornalismo, uma das primeiras disciplinas que cursei foi Fotografia, e prontamente me identifiquei com a área. Sempre gostei muito de arte e expressão visual, então eu já tinha uma propensão a essa linguagem, de alguma forma. A partir dessa disciplina, fui direcionando meu currículo para Jornalismo Multimeios e usando todas as disciplinas optativas e de livre escolha para cursar cadeiras como Luz e Estúdio, Fotografia Publicitária e Projeto Experimental em Fotografia. 


Mescla – Qual o estilo de imagem que mais gosta de fazer? 


Rodrigo – Sem sombra de dúvida, o que mais gosto de fazer é retrato. Claro, dentro desse estilo fotográfico, existem muitos nichos, como retrato de moda, de reportagem, empresarial, íntimo, entre outros. Mas gosto de explorar o máximo possível essas variações. A fotografia de retrato permite uma troca muito grande entre fotógrafo e retratado, o que é uma oportunidade de conhecer muitas pessoas e aprender com elas de alguma maneira. Acredito que seja um dos estilos mais ricos da fotografia, justamente por essa possibilidade de troca com uma diversidade grande de pessoas.

Retrato da professora Janaína Lemos Becker, coordenadora do curso de Gestão para Inovação e Liderança (GIL) da Unisinos, produzida por Rodrigo (Foto: Rodrigo W. Blum)


Mescla – Você foi repórter fotográfico na Unisinos por bastante tempo. Esse tipo de experiência ajudou a “moldar o olhar” sob a perspectiva da fotografia institucional?

Rodrigo – A fotografia institucional, de maneira geral, é muito protocolar e requer uma discrição do profissional. Na Unisinos, ela tem essa característica muito presente, mas, ao mesmo tempo, oferece uma gama muito grande de atuações em diversos ramos. Existem as pautas mais tradicionais, de eventos institucionais, em que o fotógrafo deve ter um comportamento e produção fotográfica de acordo com os parâmetros estabelecidos pela instituição. Por outro lado, a Universidade é muito ampla e plural, com demandas que exigem olhar fotojornalístico, por vezes uma veia de fotografia publicitária. Em outros, momentos de fotografia de paisagem, fotografia de arquitetura e por aí vai. Ter trabalhado como fotógrafo na Unisinos me permitiu ampliar meu leque de atuação e crescer muito com isso. Minha rotina variava. Ia de eventos em lugares como a Reitoria, Palácio Piratini, empresas SAP e HT Micron (onde a língua oficial é inglês), passava por pautas jornalísticas em aldeias indígenas, cooperativas de reciclagem, por exemplo, e chegava, também, na produção em estúdio fotográfico. Tudo isso, muitas vezes, em um mesmo dia. Essa variação tão grande de pautas, ambientes, pessoas e estilos fotográficos é de uma riqueza imensurável.

Imagem do interior da Biblioteca da Unisinos, no campus de São Leopoldo (Foto: Rodrigo W. Blum)


Mescla – Ainda na Unisinos, que impacto a sua jornada acadêmica teve no profissional que você é hoje? 

Rodrigo – Como eu disse, pude direcionar minha graduação para a fotografia. No entanto, a formação em jornalismo trouxe conhecimentos que utilizo muito até hoje, e isso se estende a todo o currículo formativo. Aprendi muito durante o curso e aproveito demais minha formação acadêmica. Claro, os conhecimentos em assessoria de imprensa foram muito utilizados durante minha jornada profissional dentro da Unisinos, mas houve momentos em que precisei pôr em prática habilidades como redação jornalística, SEO, rádio – ser repórter multimeios é uma realidade do jornalista há tempos. Uma parte importante dessa formação para o profissional que sou hoje foram as disciplinas de TV, em que aprendi fundamentos de captação de vídeo, edição, roteiro e muitas das habilidades que uso para produção de audiovisual que, atualmente, é parte relevante da minha rotina de trabalho na agência de conteúdo da qual sou sócio, a Wit Conteúdo.  


Mescla – Alguma fotografia em especial foi muito marcante na sua carreira? 


Rodrigo – Não sou uma pessoa com muitos ídolos. Sou um tanto crítico e raramente tenho uma relação de fã incondicional com figuras públicas. Mas ter tido a oportunidade de conversar brevemente e fazer um retrato da jornalista e escritora Eliane Brum foi uma experiência muito importante para mim, pois tenho profunda admiração por ela.

Retrato da premiada jornalista gaúcha Eliane Brum (Foto: Rodrigo W. Blum)


Mescla – Sua foto no projeto obs_cu_ra foi tirada no dia do seu aniversário, certo? Poderia contar um pouco mais sobre a história por trás dessa imagem e sobre a sensação de ver uma foto sua atravessar quase todos os continentes? 


Rodrigo – O projeto obs_cu_ra é uma criação do fotógrafo Bruno Alencastro que, além de ter sido muito feliz na concepção da ideia e na elaboração de um trabalho colaborativo em tempos de isolamento, foi extremamente competente na produção e na inscrição desse projeto em todos os editais, prêmios e concursos possíveis. Quando ele me contatou, fiquei muito feliz de ter sido convidado para fazer parte do primeiro – e seleto – grupo que deu luz ao projeto. A pandemia foi muito impactante para nossa geração e nossa história, e poder fazer parte de uma obra tão cheia de significado, potência, poesia e que conta tão bem esse período, foi incrível. Ter feito a foto no dia do meu aniversário, no contexto em que ocorreu, foi um presente.

Imagem produzida por Rodrigo para o ensaio obs_cu_ra, do fotógrafo Bruno Alencastro (Foto: Rodrigo W. Blum)


Mescla – Daria algum conselho para os jornalistas em formação que também se identificam com a fotografia? 


Rodrigo – Meu principal conselho é: criem e valorizem sua rede de contatos. É durante a graduação que fazemos as conexões que vão nos oferecer as oportunidades certas no mercado de trabalho. Outra dica é: o mercado é muito mais amplo do que um conglomerado midiático. Explorem os nichos, explorem as possibilidades de carreiras em outras regiões, outros estados ou, até mesmo, em outros países. A fotografia é uma linguagem universal e a comunicação é uma carreira com potencial global.

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