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Uma noite de homenagem à Sergio Endler 
"Após 37 anos na Unisinos, o jornalista se despediu da comunidade acadêmica em um evento que celebrou sua carreira como professor"
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Por Gabriele Rech e Nícolas Suppelsa 

Na última segunda-feira, 04 de dezembro, o Espaço Luís Fernando Veríssimo, localizado no campus Porto Alegre, recebeu o professor Sergio Endler, acompanhado de amigos, colegas, alunos e familiares, para uma homenagem pela sua jubilação após 37 anos de Unisinos. O professor chegou a ocupar o cargo de vice-diretor do Centro de Ciências da Comunicação, e foi quem idealizou e implementou a primeira agência de comunicação da universidade, a Agência Experimental de Comunicação (Agexcom).  

Sergio e alguns de seus colegas que lhe acompanharam durante esses 37 anos de Unisinos
Foto: Luísa Bell 

Respeito e admiração 

Quem tomou à frente das festividades foram o ex-coordenador do curso de jornalismo Micael Behs e a atual coordenadora Débora Gadret. Eles destacaram, com um misto de respeito e admiração, que este foi um evento singelo perto da grandiosidade do professor, mas que possuiu um enorme simbolismo. Micael Behs fez um paralelo com o mundo do esporte, com o qual o professor sempre se identificou: 

 “Um jogador que para de jogar acaba se tornando um ex-jogador, mas um professor nunca será um ex-professor, porque as marcas que o dom de ensinar carrega acompanham esse profissional para sempre.” 

Sérgio e Débora, atual coordenadora do curso de Jornalismo
Foto: Luísa Bell 

Mesacast – Histórias sobre Sergio Endler

Na sequência, o funcionário da Agexcom, Marcelo Garcia, o Marcelinho, alcançou a Endler um pen-drive. Um presente inusitado e fisicamente pequeno, mas que carregava um significado e valor enorme. O dispositivo continha o Mesacast idealizado e gravado pela Agexcom com figuras importantes da trajetória do Sergio na universidade, incluindo até mesmo seu filho, Guilherme Endler, que se formou em jornalismo e foi aluno do pai. Eles compartilharam histórias inspiradoras, divertidas e orgulhosas sobre a contribuição do professor em suas vidas. 

O depoimento de quem aprendeu com o mestre 

Além dos coordenadores e da Agexcom, também houve espaço para os alunos de Endler manifestarem suas histórias com ele. O professor se emocionou ao receber a homenagem de Maria Carolina de Souza e Dener Pedro, que representaram os acadêmicos do curso que tanto aprenderam com Endler.  

Além dos discursos carinhosos, entregaram uma camiseta autografada do time do coração de Endler, o Internacional. “Me senti muito honrada em poder participar desse momento tão importante na vida dele”, comenta Maria Carolina. 

“Viva o Inter!”, exclamou Sergio com o presente
Foto: Luísa Bell 

Durante o discurso, eles expressaram o quão difícil era estar ali representando todos os alunos. 

 “O Sergio marcou a vida das pessoas de formas diferentes e poder representar todas elas hoje foi muita responsabilidade, mas também foi um grande orgulho poder falar de um professor que marcou tanto a minha vida” revela Dener. 

Falando um pouco sobre o convívio com o Endler em sala de aula, eles destacam a maneira como ele ensina o que é fazer jornalismo para os alunos, principalmente através das histórias que conta e das conversas pessoais. 

 “Isso faz com que o aluno tenha uma paixão pelo jornalismo que vai além do ensinado”, completa Dener. 

Além disso, os egressos Leonardo Oberherr e Renan Neves também relembraram alguns momentos marcantes que tiveram com o professor. Entre eles, o dia da formatura de Leonardo, onde ele convenceu a sua turma a escolher Endler como paraninfo, em 2022. 

Os egressos, Leonardo e Renan, expressão sua gratidão ao dividir a sala de aula com Sergio Endler
Foto: Luísa Bell  

Renan Neves, que atualmente trabalha na Rádio ABC em Novo Hamburgo, comentou sobre o quão Sergio Endler é um nome importante para o curso de Jornalismo.

“Acima de qualquer coisa ele representou uma geração toda de jornalismo que sonhava em trabalhar em rádio, ele alimentou muito isso.” 

Já Leonardo Oberherr, narrador da Rádio Pachola, afirma que “é uma responsabilidade grande, afinal são alunos ao longo de 37 anos, ele já dava aula antes de eu nascer, então poder representar todo mundo é uma grande honra, poder transmitir as emoções de tanta gente que ele ajudou a mudar as vidas. Mudou a minha.”

Por trás das ‘câmeras’ 

Cristiane Rodrigues, funcionária da Agexcom e responsável pela organização do evento, contou para o Mescla um pouco dos bastidores. A homenagem começou a ser idealizada no início de 2023, mas precisou ser arquivada até o começo desde semestre.

“Tivemos que pensá-lo (o evento) duas vezes, uma no final do primeiro semestre e depois tivemos que repensá-lo para o segundo semestre.” 

Segundo ela o evento foi trabalhoso, pois nem toda equipe da Agexcom conhecia o professor e precisou ser feita uma grande pesquisa e levantamento das histórias e referências. Cris ressalta que, nos bastidores, foi pensado e organizado algo que, além de bonito, fosse legal para os convidados e, principalmente para o homenageado.  

“Pensamos em um evento onde ele curtisse o momento e pudesse se ver em tudo naquilo.”

Fala do homenageado

Em seu discurso a todos, Endler diz que pensou e ensaiou muito o que dizer, mas esqueceu tudo. Agradeceu rapidamente a todos os presentes e recebeu a homenagem de braços abertos e com muita felicidade.

Ao Mescla, o estimado professor compartilhou seus sentimentos na noite:  

“Adorei a festa, adorei ver tantas pessoas. Foi excepcional porque, primeiro que é difícil tu se despedir do lugar em que tu está desde 1987. A primeira emoção é essa ansiedade de se despedir, mas por outro lado há uma esperança de ‘qual é essa nova onda que vai vir?’”

Ele diz que agora é o momento de se despedir e dar tchau para várias coisas, mas se sente, ao mesmo tempo, livre para “pintar e bordar aquilo que a minha cabeça atingir e as chances que foram dadas, isso é muito importante.”

Mural com fotos e objetos significativos que marcaram a trajetória do professor na universidade
 Foto: Luísa Bell 

“Chegadas e partidas acontecem toda hora, mas a gente às vezes não tem tempo de celebrar esses momentos, então precisamos de uma grande síntese, um grande momento igual hoje, em que a gente pensa, olha as fotos, olha os amigos de diversas épocas da vida ali, as alunas e os alunos, agradece, respira e toca fita.”  

O desejo do professor para o futuro é que “todos fiquem firmes, fortes e livres”, e levem sempre sua gratidão pelas experiências passadas, desde os colegas e alunos mais antigos, antes os mais recentes.  

Com certeza, o principal sentimento que fica para a comunidade acadêmica é de orgulho. Obrigado, Sergio! 

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