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Como a fotografia pode ajudar na reconstituição do Museu Nacional
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A fotografia é um registro. As fotos relacionadas aos objetos e ambientes que compõem o Museu Nacional, são além de registro, a prova de um inventário cultural. Através dessas fotos, torna-se possível, não somente ter-se uma ideia de como o Museu era, mas também identificar e catalogar as peças que não tenham se perdido completamente. 

Com mais de 90% da coleção destruída pelo incêndio, o Museu Nacional do Rio de Janeiro tem recebido o apoio de instituições e universidades para recompor o acervo. O prédio histórico foi danificado por um incêndio na madrugada do dia 3 de setembro, e, desde então, seus funcionários lutam para salvar itens da coleção do museu. 

Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Logo após a notícia do incêndio, alunos do curso de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) começaram a compartilhar na internet que estavam recolhendo fotos para conseguir restaurar a coleção do Museu Nacional. O objetivo deles é disponibilizar como acervo digital, para manter viva a memória do museu. Os estudantes da universidade pedem que as imagens do museu sejam enviadas para os endereços de e-mail.

Imagem compartilhada nas redes sociais pelos alunos da UNIRIO.

O Wikipedia também lançou a iniciativa para criar o acervo na sua plataforma. Pessoas que tenham fotos de qualquer dos artefatos arqueológicos, que são no total 20 milhões de itens, podem fazer o upload das imagens no Wikimedia Commons, plataforma aberta que reúne imagens de livre reprodução e utilização. 

A professora Cristina Schneider, do curso de Fotografia da Unisinos, explica que a imagem pode ser uma ferramenta de pesquisa e divulgação nas áreas de ciências naturais e antropológicas, mas que a disponibilização de um arquivo virtual do acervo requer muito cuidado. Para ela, as fotografias teriam que ter sido realizadas com o acervo ainda intacto, além de um equipamento específico: “e tem ainda a questão do armazenamento que não pode ser realizado em um serviço comercial. Enfim, grandes desafios para tentar minimizar esta perda catastrófica para a humanidade!”, lamenta a professora. 

“A fotografia se inscreve no tempo e no espaço ao recolher traços deste acervo que não receberam condições de serem conservados de maneira segura. Com o objetivo de difundir conhecimento e conservar a memória, seja na forma de um museu virtual ou na reconstituição de peças”, afirmou Cristina. 

Luzia, o esqueleto mais antigo descoberto nas Américas.

Além das ações da UNIRIO e do Wikipedia, museus internacionais prestaram solidariedade a tragédia do Museu Nacional. O Museu do Louvre, em Paris, é um exemplo da solidariedade, em que o presidente da França, Emmanuel Macron, ofereceu a ajuda de especialistas para a reconstrução do museu histórico. A secretária de Cultura do Ministério do Exterior alemão, Michelle Müntefering, também se mobilizou e coordenará um milhão de euros para a recuperação e limpeza do Museu Nacional. Especialistas alemães participarão de uma missão da Unesco para tentar recuperar itens que não foram destruídos pelo incêndio. 

 

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