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Newsletters ressurgem como uma nova opção na comunicação
"Contrariando as expectativas, as notícias que chegam na caixa postal digital tem ganho cada vez mais espaço no cenário da comunicação e do entretenimento"
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Ao longo dos anos, diversas mídias têm suas mortes decretadas, às vezes, de forma muito prematura, é o que explica o professor do PPG de Comunicação da Unisinos e pesquisador do CNPq, Ronaldo Henn: “Assim que começaram todos esses sistemas de mensagens online e os sites de redes sociais, muita gente decretou a morte do e-mail. Porém, ele sobrevive com muito rigor e as newsletters fazem parte desse processo” complementa. Contando histórias ou realizando uma curadoria dos principais acontecimentos do dia, o formato surge com uma saída para a organização de informações, funcionando de maneira convergente, através de hiperlinks e compartilhamentos.

Ronaldo Henn reforça que uma característica importante do formato é a vinculação direta com o e-mail: “Tem coisas, do mundo profissional, que a gente prefere que seja por e-mail, as coisas mais protocolares. Por isso, vamos separando as nossas mídias, de acordo com determinadas circunstâncias”, afirma.

Seja para ganhar tempo ou apenas para receber os conteúdos que realmente interessam, os estudantes da Indústria Criativa da Unisinos, também já aderiram ao formato. Para o Augusto Soares, 23 anos, do 5° semestre de Publicidade e Propaganda, o formato trás ao leitor um conteúdo já filtrado, com uma curadoria, que permite ganho de tempo. Nesta mesma linha vai Lohana Feldmann, 23 anos, do 6° semestre de Relações Públicas. Ela assina, principalmente, newsletters sobre Marketing, tema que impacta diretamente em seu trabalho no Marketing Digital, como a do Blog da Rock Content e a do Blog de Marketing Digital de Resultados. Já Vitória Pimentel, 21 anos, estudante do 5° semestre de jornalismo, assina três newsletters (O Meio, o Intercept Brasil e o El País), todas de conteúdo jornalístico: “As notícias mais importantes do dia já vem selecionadas, não preciso ficar dependente das redes sociais ou de entrar no site de um jornal específico para saber o que está acontecendo no mundo”, esclarece a estudante.

Um formato de envio, várias possibilidades de empacotamento

Começando com um editorial ou mostrando uma lista com diferentes tópicos, as possibilidades de construção de uma newsletter são cada vez mais variadas.

O Estadão, com a newsletter Manchetes, aposta em tópicos com os principais assuntos do dia.

Newsletter Estadão (Foto: Montagem feita a partir de imagens capturadas de um e-mail)

E será que é possível uma revista em forma de newsletter? A Gama tenta provar que sim! Como uma lista de hiperlinks para diferente mídias, toda a semana o projeto aborda um assunto diferente.

Newsletter Gama (Foto: Montagem feita a partir de imagens capturadas de um e-mail)

Na mesma linha vai a Parêntese, revista do grupo Matinal Jornalismo, que todo o sábado, traz reportagens, entrevistas e artigos sobre Porto Alegre e o Rio Grande do Sul, como mostrou o Mescla aqui.

Newsletter Parêntese (Foto: Montagem feita a partir de imagens capturadas de um e-mail)

o Meio, abre sua edição diária como uma manchete, assim como uma capa de jornal, seguido das principais notícias do dia, conforme sua editoria.

Newsletter Meio (Foto: Montagem feita a partir de imagens capturadas de um e-mail)

Seria este um novo gênero?

Para Moreno Osório, cofundador da newsletter Farol Jornalismo e doutor em Comunicação Social, como resposta a diferentes movimentos, as newsletters reforçam questões fundamentais do jornalismo como a retomada do relacionamento entre o veículo e o público, a busca por novas maneiras de contar histórias e, não menos importante, novas formas de viabilizar fontes de financiamento: “Com essas informações chegando na caixa de entrada das pessoas, a gente consegue se relacionar com o público, consegue narrar de uma maneira diferente e distinta porque há essa proximidade em potencial”, complementa Moreno, que também é professor de jornalismo na PUC-RS. Porém, o professor reforça que é importante entender o formato, seja com análises acadêmicas ou científicas para determinar se ele pode representar um novo gênero no jornalismo.

“É uma proposta e uma pergunta instigante. Porém, é uma pergunta que precisa ser respondida com pesquisa e ciência”

Moreno Osório
“Contar para os colegas o que eles não conseguem acompanhar da profissão, visto que a gente (jornalistas) trabalha demais”. Dessa forma, Moreno Osório define a função principal do Farol Jornalismo (Foto: Reprodução LinkedIn)

Com uma proposta semelhante a outras newsletters, como o Meio e o Matinal Jornalismo, desde 2014, o Farol Jornalismo – que tem Moreno como um dos responsáveis pelo projeto – aposta na newsletter para se comunicar com o seu público, composto por jornalistas, estudantes de jornalismo e pesquisadores da área.

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