O amor pela música e pela comunicação foi essencial para a escolha da profissão de Bábiton Leão. Indeciso sobre o futuro, mas um grande fã de futebol, viu no jornalismo uma área em que se sentiria feliz em atuar. “Criei coragem e, aos 25 anos, fiz o vestibular, passei e estou na Uni até hoje”, conta o estudante. Foi assim que a comunicação entrou na vida de Bábiton. Já a música está há mais tempo.
Bábiton tinha 15 anos quando começou a tocar violão, depois bateria e, na sequência, integrou algumas bandas de garagem. Um dia, lembra o estudante, as coisas foram perdendo força e ele resolveu dar uma pausa nas bandas. Com isso, acabou se aproximando da música nativista – principal influência dentro de casa. Foi nesse movimento que Bábiton experimentou a percussão e teve a oportunidade de acompanhar Raul Quiroga, músico uruguaio que reside no Brasil há 35 anos. “Tudo passou a ser profissional. Toquei em todo o Estado e fora dele”, conta Bábiton, que, a partir dessa ocasião, também virou cantor.
A carreira na música não foi a única que evoluiu em sua vida. Em 2020, Bábiton entrou de vez na comunicação. Além da graduação em Jornalismo, o estudante faz trabalho voluntário e estágio em duas rádios web e uma FM local. Mas, claro, na agenda do, agora, também comunicador, não pode faltar espaço para a música. Para ele, todos que fazem arte de maneira responsável – ou seja, que tenham um pouco de conhecimento sobre o que faz – podem e devem se sentir artistas. “Música não é dom, música é teoria. Desde que comecei a ser reconhecido como músico e receber pelo trabalho, passei a me sentir artista também”, explica.
Em 2015, mesmo ano que prestou vestibular para Jornalismo, Bábiton ingressou na Grantezuma como vocalista. A banda de rock é formada ainda por Tite Grant e William Borba nas guitarras, Géssica da Rosa no baixo e Moisés Carniel na bateria. Em 2017, lançaram o primeiro EP do grupo, contendo quatro músicas. Durante a quarentena, a Grantezuma finalizou o segundo EP, que estará disponível em breve, e acertou a produção para mais um trabalho após a pandemia.
A banda tenta sempre mesclar o rock com outros estilos de música popular. As influências são, entre outros, Secos e Molhados, Os Mutantes e Belchior. A inspiração de Bábiton vem das músicas nativistas, da MPB e do rock, mas o artista conta que também adora samba, jazz e blues. A arte, segundo o vocalista, é feita mais por amor do que por dinheiro, já que encontrar apoio é uma das principais dificuldades dos artistas locais. “O melhor retorno são as pessoas que gostam do nosso trabalho”, explica. Soma-se a isso o incentivo que recebe da esposa, da mãe, das irmãs e do filho. Com essa torcida, Bábiton reúne forças para seguir em frente na carreira.
O isolamento social acabou afetando a produção da Grantezuma. Os integrantes da banda não se encontram presencialmente desde março. Apenas realizam chamadas de vídeo. As composições têm sido feitas individualmente, o que acaba se tornando uma dificuldade. “Depois que passar a pandemia, a vontade de fazer arte vai estar explodindo. A saudade é muito grande”, revela o cantor. Para o futuro, Bábiton e a banda colocarão em prática as composições para o próximo EP e irão gravá-lo. “Certamente alguma canção vai trazer a experiência sobre a quarentena”, projeta.