Chegamos ao fim de mais uma edição do Prêmio Únicos de Pesquisa. Com categorias novas, o prêmio de 2020 foi marcado pela diversidade das áreas de conhecimento. Cada trabalho ou projeto vencedor é de um campo distinto: jornalismo, fotografia, artes visuais e comunicação digital.
Desde a análise de movimentos políticos nas redes sociais, passando por um projeto que populariza termos e teorias do cotidiano digital, a segunda edição do Prêmio Únicos de Pesquisa instigou a pluralidade do conhecimento.
Os trabalhos vencedores das quatro categorias mostram bem isso. Para conhecê-los um pouco melhor, o Portal Mescla conversou com os respectivos autores. Confira a seguir:
Movimentos políticos e digitais
O trabalho vencedor na categoria “Monografia de Curso de Graduação” foi o de Martina Belotto Michaelsen. Intitulado “A construção de sentidos a partir da circulação do movimento Ele Não”, o material procura entender de que maneira os atores sociais e o jornalismo construíram sentidos sobre o movimento #EleNão, criado, inicialmente, pelo grupo Mulheres Unidas contra Bolsonaro, durante as eleições de 2018. Martina revela que, além da pesquisa, o contato direto com as idealizadoras do movimento foi essencial: “Fiz uma entrevista com a criadora do #EleNão. Foi bem importante para a pesquisa”, explica. Martina está transformando sua pesquisa em um artigo e já está participando de congressos.
Como vencedora, ela ganhou o direito de cursar uma atividade acadêmica no mestrado de um dos três Programas de Pós-Graduação da Escola da Indústria Criativa. Martina, que irá se formar em Jornalismo neste ano, ainda não sabe direito qual irá fazer. “De qualquer forma, pretendo fazer um mestrado no ano que vem”, vislumbra.
Incertezas
O projeto “Introspecção temporal pelas janelas: fotografia e melancolia”, de Karen dos Santos Blumberg Telles, foi o grande vencedor na categoria “Artigo de Conclusão de Curso de Graduação”. Karen explica que a ideia do projeto consistia em uma busca por um tempo diferente e de incertezas, principalmente no início da pandemia, por meio da fotografia.
As imagens foram capturadas pela janela de sua casa. Karen revela as motivações por trás da escolha do nome do projeto: “Escolhi a palavra ‘introspecção’ pelo fato de não ser só uma observação do tempo, mas das mudanças de uma pandemia em nós mesmos, em que a fotografia, tempo e melancolia estão ligados aos nossos sentimentos.”
Karen, que aguarda somente a formatura em Fotografia – ela já passou pela banca no primeiro semestre de 2020 –, ainda não sabe qual atividade irá cursar no mestrado.
Cocriação de estampas
“Desde o começo do projeto, eu sabia que iria fazer algo relacionado ao design gráfico e estamparia”, diz a vencedora da categoria “Trabalho de Conclusão em Curso de Especialização”, Patrícia Francine Birk. Com o projeto “Proposta de cocriação de estampas aplicada à marca Squame”, Patrícia fez uma análise da marca por meio de estudos teóricos sobre todo o processo. Chegou à conclusão que os clientes precisam estar mais próximos da marca, o que ela propôs por meio da estamparia. “Com essa ideia em mente, foi desenvolvida uma plataforma em que os clientes poderiam criar sua próprias estampas, em um processo de cocriação”, explica. No final, a ideia foi muito bem aceita pela Squame.
Patrícia é formada em Artes Visuais pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) e tem especialização em Design Estratégico pela Unisinos. Ao saber que seu trabalho havia sido o vencedor da categoria, ela ficou muito feliz: “Nem foi tanto pela possibilidade de cursar uma disciplina do mestrado, mas sim pelo fato de que todo o esforço que tive com o TCC foi reconhecido”, destaca.
Simplificando o complexo
O Balbúrdia Organizada, projeto criado em 2020 por alunos do curso de Comunicação Digital (ComDig) da Unisinos, foi o vencedor da categoria “Trabalho de Popularização de Ciência e Tecnologia (C&T)”. Como explica um dos idealizadores, Samuel Gomes, o projeto tem entre os seus intuitos criar conteúdos focados em educação digital e divulgação de pesquisas científicas no meio da comunicação: “Um dos pontos fortes em tudo que envolve o Balbúrdia Organizada é que os debates possuem base científica. Então, procuramos sempre que possível conversar com pesquisadores antes de expor as ideias”, complementa.
Além do Samuel Gomes, fazem parte do projeto Anna Letícia de Cesero, Cicero Maciel, Cléo da Rosa, Clederson Bonatto, Gustavo Rossatto, Ígor Fortes, Juliana Martellet e Rafaela Tabasnik.