O fotógrafo Maciel Goelzer, que trabalhou no Departamento de Difusão Cultural (DDC) da UFRGS de 2013 a 2019, trouxe ao público a exposição fotográfica virtual “Imagens sentidas, imagens vividas”, composta por registros que ele fez nesse período. Tratam-se de fotos de apresentações que ocorreram pelo Unimúsica – um projeto cultural criado pela universidade para a difusão da música popular brasileira. Artistas como Adriana Calcanhotto, Tom Zé, Arnaldo Antunes, entre outros, já passaram pelo projeto e tiveram suas apresentações registradas pelas lentes de Goelzer.
A ideia de organizar esse trabalho surgiu quando o fotógrafo se deparou com fotos antigas que ele fez. Isso levou Goelzer a refletir sobre o que aquelas imagens representaram para ele no período em que foram registradas e o que representam agora, com toda a vivência que ele teve desde então. Então, ele decidiu fazer um recorte do seu período como fotógrafo do DDC. “Isso é uma coisa que eu gosto na fotografia: a possibilidade de voltar para algo que aconteceu, mas com a experiência e vivência que a gente tem agora”, comenta o fotógrafo.
A exposição foi realizada por meio de cinco vídeos curtos onde são mostradas as fotos juntamente com depoimentos de Goelzer sobre como ele se sentiu durante as apresentações expostas. O fotógrafo escolheu esse formato para agregar sua voz com as fotografias e, com isso, dar um sentido para elas além do que é captado pelos olhos. “Se eu trouxesse palavras escritas, eu me expressaria pela voz de outra pessoa que estivesse lendo. Colocar a minha voz na imagem é algo muito mágico para mim”, explica.
Para Goelzer, é importante manter a produção e os eventos culturais em meio à pandemia do novo coronavírus para os artistas deixarem claro que ainda estão vivendo. “É muito importante para colocar o corpo da obra e o corpo do artista em um lugar, mesmo que seja um lugar pandêmico. É isso o que a gente pode fazer agora, depois a gente não sabe ainda”, defende.
Porém, segundo o fotógrafo, exposições culturais são um desafio em meio a esse cenário. “É muito difícil para quem vive de cultura estar preso nessa realidade, enfrentando dificuldades que vão desde emocionais até sanitárias, e mesmo assim atuar na criação, produção e difusão da arte”, lamenta Goelzer. “E em exposições virtuais, é muito complicado fazer com que ela aconteça e seja consumida, compreendida e apreciada pelo público. A arte, agora, precisa de mais força do que antes.”
Quem tiver interesse em conferir os vídeos que compõem a exposição “Imagens sentidas, imagens vividas”, pode acessá-los através do YouTube, Instagram, Twitter e Facebook do DDC da UFRGS.