Por mais simples que pareça, responder qual é a função do jornalismo pode resultar em respostas diferentes e complexas. Este foi o tema da aula aberta do dia 26 de agosto com a jornalista e doutora em comunicação pela UFRGS, Gisele Reginato. A aula, sobre as finalidade do Jornalismo, aconteceu na disciplina de Teorias do Jornalismo, ministrada pela professora, e também doutora, Débora Gadret. Durante a apresentação de Gisele, os alunos interagiram com a convidada através de dúvidas e perguntas.
O tema do encontro foi baseado na tese de doutorado de Gisele: AS FINALIDADES DO JORNALISMO: o que dizem veículos, jornalistas e leitores. A tese resultou em um livro, lançado no ano passado. Além de abordar os conceitos da sua pesquisa, a convidada falou sobre alguns detalhes e algumas histórias de bastidores, durante o desenvolvimento tanto da pesquisa, quanto do livro. Uma dessas histórias foi que a jornalista teve que terminar a sua tese de doutorado em um hotel, pois ficou sem luz na sua casa, devido a um temporal que aconteceu em Porto Alegre, em 2016.
A tese da jornalista teve como método de pesquisa o mapeamento teórico de alguns autores sobre o que eles pensam ser a função do jornalismo e uma pesquisa para saber o que veículos (Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S.Paulo), jornalistas e leitores pensam, também, sobre o tema. Ao final, Gisele Reginato apresentou uma proposta com 12 finalidades que o jornalismo precisa seguir, que são elas:
Informar de modo qualificado; investigar; verificar a veracidade das informações; interpretar e analisar a realidade; fazer a mediação entre os fatos e o leitor; selecionar o que é relevante; registrar a história e construir memória; ajudar a entender o mundo contemporâneo; integrar e mobilizar as pessoas; defender o cidadão; fiscalizar o poder e fortalecer a democracia; esclarecer o cidadão e apresentar a pluralidade da sociedade.
A lacuna teórica encontrada para desenvolver a pesquisa, segundo Gisele, é de que há tempos o papel do jornalismo parecia estar claro, quando, na verdade, não estava.
Gisele contou que um desafio para a pesquisa foi lidar com um grande volume de dados e de informações. Porém, para ela, o mais significativo foi ver que a sua tese e o seu livro são usados como referências para outros estudos, até mesmo fora do país: “É muito legal quando me dão um retorno que a minha pesquisa está sendo usada como referências para ajudar em TCC’s, para ajudar em disciplinas”, complementou.
Para o estudante Henrique Tedesco Abrahão o encontro serviu como reflexão sobre o papel da informação apurada para contextualizar os acontecimentos: “A leitura da tese da Gisele é extremamente válida. Acho que os estudantes de jornalismo deveriam ler para tirar qualquer dúvida sobre a missão de ser jornalista”, destaca.
