Deu certo

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As múltiplas habilidades de uma jornalista
"Atuando no Coletiva.net desde 2015, a egressa Gabriela Boesel já esteve na linha de frente do portal como sócia e editora. Hoje, segue como repórter de um dos mais conhecidos sites jornalísticos do Rio Grande do Sul "
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Ex-aluna de Jornalismo da Unisinos, Gabriela Boesel sempre achou que trabalharia em TV. Mudou de ideia após conhecer o jornalista Vieira da Cunha, seu antigo gestor e grande referência na profissão. “Foi um privilégio trabalhar com ele no Coletiva.net”, enaltece. Gabriela trabalhou ao lado de Vieira da Cunha por oito meses, quando o então empreendedor resolveu vender o portal para Márcia Christofoli, uma amiga em comum. A mesma amiga, aliás, que indicou Gabriela para trabalhar no Coletiva. Em 2016, Márcia e Gabriela tornam-se sócias. 


Gabriela conta que não nasceu para empreender. Por isso, no fim de 2018, optou por sair da sociedade, mas continuou trabalhando no Coletiva.net. Na metade de 2019, a jornalista deixou o cargo de editora e passou a atuar exclusivamente como repórter. De lá pra cá, cinco anos se passaram, e trabalhar no portal se tornou a maior experiência de trabalho da Gabriela.


Do Turismo à Comunicação


Assim que saiu do Ensino Médio, Gabriela começou a graduação em Turismo pela Feevale. Depois de meio curso, percebeu que não era aquilo que queria. “Não sabia para onde ir, mas não queria parar de estudar”, lembra. A partir daí, a futura estudante de Jornalismo começou a pensar em opções de graduação. História e Letras chamavam muita a atenção de Gabriela, que ainda não pensava em entrar para o Jornalismo.


A Comunicação Social tomou a dianteira porque, apesar de gostar das outras duas opções, Gabriela sabia que não queria ser professora. Foi assistindo, na TV, o humorístico CQC, mais especificamente o quadro “Proteste Já”, que o jornalismo se tornou uma possível futura profissão. Percebendo que realmente gostava muito da “telinha”, Gabriela procurou o então coordenador do curso de Jornalismo da Unisinos, Edelberto Behs, que fez apenas três perguntas: “Tu gostas de ler? De escrever? És curiosa?”. A resposta foi “sim” para todas as perguntas. Behs deu o veredito: “Então, tu estás no curso certo”. 


“Foi amor à primeira vista”, conta a jornalista, que gosta de lembrar de sua trajetória na Unisinos. Gabriela estagiou na TV Unisinos, local onde, além de ter aprendido muito, definiu o que ela gostaria de fazer na profissão. A jornalista ainda realizou um semestre do curso na Espanha, em uma “bolsa sanduíche”. Quando voltou, procurou outras experiências, entre elas, a Fish TV. Por um ano, Gabriela apresentou o Destinos, um programa sobre turismo. Foi trabalhando na emissora que a jornalista conheceu a Amazônia, o Pantanal, alguns locais da América Latina e, também, Jonas, seu marido hoje. 


Como a Fish TV ainda estava se consolidando no mercado, algumas coisas geravam ansiedade em Gabriela. “E as viagens cansam. Viajar trabalhando é diferente”, confessa. No segundo semestre de 2014, Gabriela se formou e, um tempo depois, saiu da emissora para trabalhar com jornalismo impresso em Bento Gonçalves. “Mas não era o meu foco. Eu fui sabendo que logo ia voltar”, revela. E voltou direto para o Coletiva.net.

Formada em 2014, Gabriela conta que estudar Jornalismo foi amor à primeira vista (Foto: arquivo pessoal)


Empreender no jornalismo


A jornalista explica que a maior dificuldade que enfrentou, enquanto era sócia do Coletiva.net, foi lidar com a parte comercial, uma vez que nunca soube vender. “Nenhuma empresa vive de amor. Não é só postar matéria todos os dias, tem que monetizar o empreendimento”, explica. Ao lembrar sua trajetória na Unisinos, a jornalista acredita que era moldada, ao longo da graduação, para trabalhar principalmente com impresso, rádio e TV. Não existia tanto uma conversa sobre empreendedorismo. “Os profissionais tinham que ir atrás disso por conta própria. Mas acredito que essa lacuna já esteja sendo preenchida no curso”, diz.


Além disso, segundo ela, o comercial acaba influenciando no editorial. O problema é que Gabriela não gosta de deixar de divulgar uma informação porque uma determinada empresa patrocina ou paga por algo na empresa jornalística. Inclusive, já escreveu matérias que desagradou algumas pessoas, e teve que lidar com a crítica. “A gente não faz jornalismo para fazer amigos. Fazemos para falar a verdade”, comenta. Segundo a jornalista, para empreender na comunicação, é preciso saber lidar com as críticas e, não menos importante, saber vender o produto. “Ter equilíbrio é primordial, além de saber o foco da empresa”, explica Gabriela.


Apesar do Coletiva.net ser um site independente, especializado em notícias sobre comunicação, os princípios do jornalismo seguem os mesmos como em qualquer outro veículo e em qualquer situação, sublinha Gabriela. “Cada vez mais precisamos reforçar a checagem dos fatos e falar com muitas fontes. Isso não mudou, se intensificou”, complementa.


A carreira como jornalista


A Gabriela estudante de Jornalismo achava que seria profissional de TV. As coisas não saíram exatamente como ela planejava, e a Gabriela de hoje, já jornalista, supriu a vontade de fazer telejornalismo por meio do Coletiva.net, onde teve a oportunidade de visitar e conhecer lugares e pessoas. Mas a paixão pela televisão continua. “Ainda quero trabalhar com vídeo de alguma forma. Tenho vontade de abrir o IGTV (aplicativo de vídeo do Instagram) e falar sobre minhas experiências”, revela.


Uma delas foi em 2019 com a cobertura da South by Southwest (SXSW), considerado um dos maiores festivais de cinema, música e tecnologia do mundo, realizado em Austin, no Texas, nos Estados Unidos. Para ela, foi a experiência mais engrandecedora que teve na comunicação. Baseado no que viveu e aprendeu no evento, a jornalista deixa uma reflexão àqueles que estão iniciando a carreira: “Existe um mundo muito maior lá fora”.

O SXSW proporcionou a Gabriela conhecer diversas empresas e profissionais (Imagem: arquivo pessoal)


Se a Gabriela de hoje pudesse conversar com aquela Gabriela estudante, que se apaixonou pelo jornalismo, a aconselharia a ter um pouco mais de paciência, já que, na época, a jovem, às vezes, não dava tempo para as coisas melhorarem e procurava logo novos ambientes. “Mas eu não mudaria nada em minha trajetória, porque cada coisa tem um motivo para acontecer”, avalia a Gabriela de 2020.

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