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12ª Semana Estado de Jornalismo debate jornalismo em rede
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Entre os dias 24 e 27 de outubro ocorreu a Semana Estado de Jornalismo, promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com o Banco Santander. Estudantes de Jornalismo de diversas universidades do país tiveram uma semana repleta de trocas de experiências, com palestras, workshops e uma visita guiada na redação do jornal.

Por dentro dos bastidores do Estadão

Com papel e caneta em mãos, os estudantes visitaram atentos e curiosos a redação do O Estado de S. Paulo. Nas paredes da redação podia-se ver algumas das fotos ganhadoras do Prêmio Esso de Fotografia.

Em uma sala pequena e congelante, os estudantes acabaram encontrando relíquias: todos os jornais do Estadão desde 1875. Dentro do acervo, um funcionário do jornal – e guia da visita – mostrou algumas das páginas censuradas na época da ditadura. De acordo com ele, em cima de notícias censuradas, o jornal acabava colocando outras informações, como poemas de Luís Vaz de Camões. As notícias que ficaram proibidas na época da ditadura hoje podem ser vista por todos no site do acervo do Estadão.

 

O papel da comunicação em tempos de crise

O primeiro painel do evento contou com a presença de Cid Martins, repórter da Rádio Gaúcha, e de Bruno Paes Manso, que faz parte do Núcleo de Estudos da Violência da USP, e abordaram jornalismo investigativo. Cid falou sobre a reportagem multiplataforma “Regime Sempre Aberto”, na qual repórteres do Diário Gaúcho, Rádio Gaúcha, RBS TV e Zero Hora investigaram o sistema prisional gaúcho. Cid conta que a pauta surgiu quando os repórteres estavam conversando com a comunidade. “As fontes estão em todos os lugares. Analisa, ouve o que as pessoas estão falando. Jornalista tem que se comunicar”, declarou.

Marta Gleich, editora-chefe do jornal Zero Hora, abriu o terceiro dia do evento e falou sobre o Grupo de Investigação (GDI) da RBS. De acordo com Marta, o GDI é um grupo integrado por jornalistas de jornal, rádio e TV que trabalham na apuração de denúncias que impactam a vida do cidadão. Segundo ela, o jornalismo investigativo é fundamental para a sociedade, principalmente nos dias de hoje, onde as fake news circulam em larga escala pelas redes sociais.

O último dia da Semana Estado de Jornalismo contou com um painel ministrado pelas jornalistas Renata Cafardo e Cristina Tardáguila. Cristina, da Agência Lupa, além de deixar dicas aos estudantes sobre checagem de notícias, mostrou aos alunos 8 passos para checar as informações obtidas pela fonte:

  1. Leia “tudo”;
  2. Busque banco de dados oficiais;
  3. Use a lei de acesso a informação;
  4. Procure as assessorias de imprensa;
  5. Vá a campo;
  6. Fale com especialistas;
  7. Ouça o outro lado;
  8. Publique!

Renata contou sobre o furo de reportagem que marcou a sua carreira: o roubo do Enem. Em 2009, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo teste, cancelou a prova após a mesma ter sido roubada e vazada para a população. A jornalista contou que, para descobrir se os boatos sobre o roubo da prova eram verdadeiros, ela conversou em um café com os ladrões, viu a prova roubada e acabou decorando algumas das questões. Ao chegar na redação, entrou em contato o Inep e checou com eles se as informações que ela tinha eram realmente verdadeiras. Após esse episódio, Renata ficou reconhecida no meio do jornalismo de educação, e hoje em dia está lançando seu livro “O Roubo do Enem”, o qual conta detalhes da situação.

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