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Além do corte e costura: criando com tecidos
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Quando se pensa tecidos, o corte e costura clássico já deixa de ser a primeira coisa que vem a cabeça. A customização e as estamparias exclusivas são tendência no mercado, principalmente quando o assunto é empreendedorismo e marcas pequenas.

Na Casa Rima, os tecidos produzidos pela marca são todos exclusivos e criados por artistas convidados, pela dona da empresa, Mariana Pessini, ou pela designer, Bárbara Castro. Este processo de criação das estampas para decoração começa a partir de desenhos feitos a mão ou produzidos digitalmente.

Desenho feito a mão por Bárbara e digitalizado. Foto: Thamyres Thomazini

A estamparia digital não possui limite de cor para cada impressão. Por isso, o processo era caro há 10 anos atrás, quando a Casa Rima nasceu. No entanto, Mariana conta que a técnica é o que faz o trabalho da marca ser tão exclusivo. “Uma pessoa pode ver uma estampa e pedir para mudar todas as cores, tornando única aquela peça. Só ela vai ter uma igual”, analisa. Hoje, a tecnologia para estamparia digital está mais desenvolvida e mais barata, mas continua interferindo no preço do produto final. “Não é o tecido que torna caro ou não um trabalho e sim a técnica”, conclui.

Na época em que Mariana criou a empresa, ela via o setor de decoração de forma careta e queria mudar este conceito. “Nosso diferencial sempre foram as estampas, por ser um design diferenciado e termos opção de bons tecidos, não apenas os mais baratos”, explica a empreendedora. Na opinião da profissional, o mercado da moda estava saturado, por isso decidiu se manter no ramo da decoração, vendendo os produtos para arquitetos, decoradores e também o público final.

Tecidos impressos com estamparia digital. Foto: Thamyres Thomazini

As meninas da 2B Store estão em outro setor, no de vestuário. A marca faz peças de malha 100% algodão e vestidos de moletinho, tudo com as estampas produzidas pelas donas, Heloisa Herve e Bia Job. As duas publicitárias chegaram ao mundo da moda através das agências, onde lidavam com a comunicação por trás deste ramo.

“A competição de mercado na publicidade e a crise fizeram a gente repensar nossas carreiras. Assim, criamos a 2B Store, nossa própria marca”, afirma Heloisa. A empreendedora conta que a intenção era colocar uma alma diferente do que era visto no mercado, focando no life style das duas. “Isso que acontece com as nossas estampas. Amamos tatuagem e pop art, então isso se reflete no nosso trabalho enquanto criamos cada uma delas”, explica.

Outro ponto que Heloisa ressalta é o consumo a longo prazo e de pequenas marcas, que cresce cada vez mais. “As pessoas buscam ideias novas, marcas com história e aproximação do público, além de preferirem coisas de melhor qualidade e que durem mais tempo”, analisa.

A Céu Handmade surge exatamente para dar uma vida mais longa ao vestuário, com a proposta de personalização de peças que estão paradas dentro do armário. Em um lugar inspirador e cheio de personalidade, Celina Spolaor e a Danielle Hansen criam em cima de jaquetas verdadeiras obras de arte. As duas utilizam de técnicas como stencil, aplicações, bordados e texturas para colocar um pouco dos clientes nestas peças.

Celina Spolaor e a Danielle Hansen fazem a Ceu Handmade acontecer. Foto: Thamyres Thomazini

“A gente faz questão que as peças sejam únicas”, explica Celina. Existem duas formas de produção no trabalho da Céu Handmade: a customização de uma peça que a pessoa já possui ou a compra de um dos artigos da coleção, que é lançada por temporadas. A publicitária explica que o valor varia de acordo com a compra. “É mais barato quando a pessoa traz a própria peça, mas muita gente não entende o preço que nós cobramos”, conclui.

Além das peças, as empreendedoras realizam oficinas e workshops para marcas, incentivando a customização. “Já trabalhamos com a Renner, Coca Cola, Youcom, participamos até do show do Rolling Stones personalizando roupas lá”, conta Danielle.

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