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Retratos de amor e diversidade em família
"Exposição que vai até o fim do mês na Casa das Artes de Novo Hamburgo faz uma leitura sobre as novas composições de afeto nos lares gaúchos"
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Priscila Cezar é formada em Fotografia pela Ulbra e levou três meses para produzir a  exposição “Entre o gênero e a ordem. O amor”. O trabalho, vencedor de um edital público lançado pela prefeitura de NH para ser apresentado na Casa das Artes ao longo do ano,  revela o cotidiano de seis famílias que estão fora do padrão tradicional. Tratam-se de casais homoafetivos com seus filhos adotados, crianças criadas pelos avós, pais solteiros, entre outras composições familiares.

Priscila teve a ideia de fazer esse trabalho depois de ter se dado conta de que nem sempre ela e seu marido poderiam estar presentes na vida da filha dela, que tem dois anos de idade. Independentemente do motivo, há sempre a possibilidade de se delegar a criação da  menina, mesmo que por um breve período, a pessoas de fora do núcleo biológico dela, como seus avós. Isso levou Priscila a querer explorar como é a vida de famílias em que os filhos não são criados por pais com vínculos genéticos.

A fotógrafa passou um período do dia com cada uma das seis famílias retratadas na exposição e fotografou o cotidiano delas. O resultado, diz ela, “ficou exatamente como o imaginado”. Os  retratos revelam que o cotidiano dessas famílias é igual ao de todas as outras e que o amor e o afeto são tão presentes naqueles lares quanto em qualquer outro.

“Minha ideia era ir nas casas dessas famílias e não fazer nenhuma foto posada. Eu expliquei para eles fazerem o que sempre fazem durante o dia. Então, fiz fotos deles brincando, jantando, se arrumando para levar as crianças na escola, etc”, explica Priscila.

O trabalho de Priscila Cezar pode ser contemplado na Casa das Artes de Novo Hamburgo até o dia 28 de setembro | Foto: Pedro Hameister

Priscila comenta que, no geral, a recepção está sendo bastante positiva. “A maioria das pessoas está gostando, muita gente está se sentindo representada. Mas o pessoal daqui da Casa das Artes me contou que muita gente veio e reclamou que era uma ‘propaganda gay’ o que estou fazendo, que antigamente as pessoas eram gays, mas não se mostravam desse jeito, coisas assim”, conta a fotógrafa.

A fotógrafa diz não se incomodar e que sua exposição pode ser considerada um ato político:.  “A gente está em 2019 e parece que há um retrocesso da população, que ainda afirma que certas coisas não devem ser mostradas, não devem ser ditas”, lamenta Priscila.

Além de conferir a exposição, quem for na Casa das Artes de Novo Hamburgo na tarde desta terça-feira, 24 de setembro, poderá fazer uma oficina de fotografia para iniciantes com ela. Para mais informações sobre a exposição ou a oficina, entre em contato com a Casa das Artes, pelo telefone (51) 3593-2013.

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