A culinária francesa é metódica e cheia de detalhes. Talvez esse seja o segredo para receitas tão famosas e mundialmente amadas. Além disso, foram muitas as variações que os doces sofreram durante o passar dos anos.
Nina Delecolle é filha da proprietária da confeitaria Vanilla & Louro Gastronomia, em Novo Hamburgo, e conta sobre essa transformação das receitas. “Como os doces são antigos, o tempo passa e vão existindo variações em alguns”, conta. Ela ainda comenta que algumas mudanças continuam com a essência, e outras mudam completamente o doce inicial.
Conheça alguns doces tradicionais da cozinha francesa e suas histórias:
Canelé
O seu formato canelado é o que dá o nome para esse doce que por fora é crocante e por dentro fofinho. A história do Canelé começou em Bordeaux, na França, quando as freiras de um convento da cidade lavavam as roupas e engomavam as mesmas com clara de ovo. Da necessidade de utilizar as gemas que sobravam, nasceu o prato.
Onde você pode comer? Vanilla & Louro (NH)
Bolo financier
A história do bolo financier surge em uma confeitaria dentro do centro financeiro de Nancy, na França. O confeiteiro do local queria um doce que as pessoas pudessem pegar e fossem comendo enquanto se dirigiam ao escritório, já que eram pessoas muito ocupadas e que não tinham muito tempo para parar e comer no espaço. Assim surgiu o bolo pequeno, leve e em formato de barra de ouro. A massa é feita de amêndoas e algumas vezes é recheado de mirtilo ou framboesa.
Onde você pode comer? Vanilla & Louro (NH)
Bolo Ópera
A proposta da torta Ópera já começou sendo refinada: um doce que pudesse ser servido enquanto os espectadores assistiam óperas, assim como o nome da entrega. É uma sobremesa sofisticada, criteriosa, que exige tempo e conhecimento de técnicas mais elaboradas. São 8 camadas da mesma altura, variando entre creme de café, genoise, que é um pão de ló de amêndoas, e chocolate. Algumas vezes o doce ainda vem decorado com folhas de ouro.
Onde você pode comer? Presstisserie (POA)
Macaron
O macaron teve origem na Itália, mesmo que na época ele não era exatamente como conhecemos nos dias atuais. Os discos de merengue eram preparados sem recheio e é daí que surge o nome, derivado do termo “maccherone”, que significa massa fina em italiano.
A italiana Catarina de Médici foi a responsável pelo sucesso do doce e introdução dele na culinária francesa. Isto foi no século XVI, quando ela foi morar na França para se casar com o futuro rei, Duque D’Orleans. Nessa época apenas a nobreza tinha acesso a receita e aproveitava do delicioso doce.
Foi só depois da revolução francesa, em 1789, que os macarons saíram dos conventos, onde eram feitos inicialmente na França. Mas foi só no século XlX que Pierre Desfontaines, o confeiteiro da famosa Ladurée, criou o que conhecemos hoje como Macaron. Ele uniu os dois discos de merengue com recheios deliciosos no meio, sabores como chocolate, maracujá, morango, framboesa, baunilha e tantos outros surgiram.
Onde você pode comer? Le petit Macarons (POA), Madame Pâtisserie (POA)
Crème brulée
Na tradução literal, o nome Crème brulée significa creme queimado. Já a origem do doce é conhecida como a França, pela menção no livro do Chef François Massialot em 1691. Além do país da Torre Eiffel, a Espanha e Inglaterra também disputam sua origem. O creme de baunilha coberto com uma camada crocante de açúcar queimado é mundialmente famoso.
Onde você pode comer? Madame Antonieta (POA) e Le Bâteau Ivre (POA)