Mídia, Feminismo e Direitos Humanos serão pautados no Seminário Jornalismo Criminal no Brasil no próximo dia 24 de outubro, a partir das 19h na Faculdade EST, em São Leopoldo. O evento visa debater e ampliar os espaços para tratar de questões pontuais e emergentes no país, como a situação das mulheres grávidas em presídios no Brasil.
A motivação para preparar o Seminário surgiu por meio da percepção de Letícia Fagundes, egressa do curso de Jornalismo da Unisinos. A profissional defende que interatividade e o contato humano na profissão ainda são essenciais e, por isso, a discussão não pode permanecer apenas nas esferas virtuais.
A jornalista também defende que é necessário pautar os discursos das minorias, que não têm voz ou acesso às redes sociais, mas quais arbitrariedades de direitos humanos repercutem com facilidade. “O discurso que aborda a menina branca, do colégio particular, que quer ir pra escola de saia. Mas esquece da mulher que deu à luz à um bebê, sozinha, numa cela”, argumenta Letícia.
O evento em questão é o primeiro dos sete Seminários de Jornalismo Criminal que devem ocorrer até o final do ano. A intenção é motivar os profissionais para repensarem possibilidades de pautas, buscando informar sobre índices de desigualdade no país. “Descordo que o público goste de ver sensacionalismo”, declara Letícia. “Ocorre que é mais econômico mandar um jornalista cobrir um tiroteio na esquida da emissora do que mandar uma equipe inteira cobrir como a religião anda dando problema pros índios na Amazônia”, completa.
Além de Letícia, que participa do evento como jornalista, o Seminário conta com a palestra de outros dois profissionais: Dani Rudnicki, advogado e coordenador adjunto do Curso de Mestrado em Diretos Humanos da UniRitter e Janaíta Hartmann, professora da rede pública e ativista feminista do Levante Popular. Eles devem abordar feminismo e direitos humanos de mulheres presas, que enfrentam uma realidade violenta que não é representada nos espaços midiáticos.
A discussão é complexa, como reforça Dani. “A mulher tem o direito de ficar com o filho, mas a criança tem direito à um ambiente saudável. E então, o que é melhor? E para quem? “ questiona o professor. Na palestra do Seminário, ele deve levantar questões que geram legais em toda comunidade acadêmica, como a paternidade, o ambiente de convívio participação de agentes penitenciários na educação das crianças .
Para Janaíta, é necessário pensar quem são os cidadãos que ocupam os presídios brasileiros. “É o povo pobre, da periferia, que tem os Direitos Humanos não atendidos”, afirma a professora. Dentro desse recorte, o feminismo vem pautado com relação às interações nas redes sociais. “Falar de feminismo tá em alta. Tem debate sobre usar a roupa que quiser, sobre ser respeitada na rua. É muito importante pois abarca todas as mulheres. Porém, como podemos discutir a situação de mulheres que sofrem variadas perdas de direito?”, argumenta a ativista em relação às presidiárias.
A expectativa é que o evento funcione também como um espaço de ampliação de debate e percepção dos profissionais da comunicação. “O jornalista e estudante que se inscrever vai ter que pensar em suas próximas pautas em saber fazer do limão uma limonada”, afirma Letícia. O Seminário Jornalismo Criminal no Brasil oferece certificado de participação. Para participar, é necessário inscrição prévia através do email brasileirosempauta@gmail.com. O valor de contribuição é de R$ 10,00 para estudantes e R$ 20,00 para profissionais.
Serviço:
O que: Seminário Jornalismo Criminal no Brasil – Mulheres grávidas e prisão – Qual o papel da Mídia, do feminismo e Direitos Humanos?
Quando: 24/10 às 19h
Onde: Faculdade EST – Rua Amadeo Rossi, 467 – São Leopoldo
Investimento: R$ 10,00 (estudantes) e R$ 20,00 (profissionais)
Inscrições: brasileirosempauta@gmail.com