O segundo semestre de 2023 é marcado por mudanças na coordenação do curso de Jornalismo, mais especificamente no campus de São Leopoldo. Após 4 anos, o professor Micael Behs deixa a função de coordenador para assumir o cargo de gerente acadêmico da Unidade Acadêmica de Graduação (Uagrad).
Micael contou ao Mescla um pouco de sua trajetória até aqui, dando continuidade à tradição da família, já que ele sucedeu o pai na função. O agora gerente de graduação também falou sobre como é ser graduando em Psicologia.
Agora, quem toma a frente do curso de Jornalismo no campus de São Leopoldo é a professora Débora Lapa Gadret, que já era – e continua – coordenadora do curso em Porto Alegre.
“O colegiado de coordenadores da Unisinos é extremamente engajado e comprometido, e a Débora, especificamente no Jornalismo, tem uma trajetória de coordenação mais longeva que a minha. Claro que cada campi tem suas especificidades, mas os alunos de São Leopoldo sempre foram parceiros da coordenação e ela vai se sentir muito acolhida”, explicou Micael.
Ele diz que ficou feliz quando a professora topou assumir a coordenação de São Leopoldo, devido à parceria produtiva que tiveram nos últimos anos. “Além disso, seguiremos trabalhando juntos nas muitas articulações construídas entre coordenação e gerência acadêmica.”
A influência do pai na atuação
Micael contou que, quando soube que seguiria o caminho do pai na coordenação do curso em que ele próprio se formou, sentiu que seria um momento simbólico importante, especialmente na relação pai e filho. Edelberto Behs foi um dos coordenadores mais longevos do curso de Jornalismo, ficando de 2003 a 2019 na gestão.
“Eu cresci tendo meu pai como inspiração. Assumir o cargo que ele zelou por tantos anos foi algo marcante. O pai sempre prezou pela excelência do curso e sempre se empenhou para que o Jornalismo tivesse protagonismo na Universidade e na comunidade local”, disse Micael. Segundo ele, o pai buscou fazer com que todas as publicações, em diferentes formatos, oferecessem voz e visibilidade a vários personagens, o que revela como se produziu conteúdos sociais altamente relevantes nos últimos anos.
Micael salienta que tentou preservar o caráter coletivo de construção do curso nesses quatro anos. “O colegiado do curso de Jornalismo é extremamente participativo e, ao mesmo tempo, crítico e criterioso. Acredito que eu tenha conseguido estreitar ainda mais a relação da coordenação com os estudantes, especialmente no período da pandemia, que exigiu um contato muito próximo com os alunos, considerando as várias transformações que nos foram impostas em relação aos modelos de ensino num curto espaço de tempo”, explicou.
Alguns ensinamentos do pai valem também para a atuação profissional de forma geral, avalia Micael. “Lembro bem que um dia, enquanto caminhávamos na praia, o pai me enfatizou a importância de saber ouvir genuinamente as demandas que chegam à coordenação e, a partir delas, agir proativamente. Não sei se faço isso tão bem quanto ele, mas estou me esforçando para seguir o conselho”, disse.
Relembrando momentos do curso
Micael entende que participar da história do curso de forma tão significativa representa muito mais do que o prestígio de ter atuado na coordenação. “Além de colegas que admiro, no colegiado do Jornalismo eu tenho amigos que levo para a vida. Eu não sou um professor por formação, mas aprimorei boa parte do ofício buscando inspiração na maneira como os professores do curso conduzem suas aulas”, destaca. “Fui aluno do Sérgio Endler, por exemplo, e tive o privilégio de compartilhar muitos semestres da atividade de Beta Esporte ao seu lado como professor”, disse.
Além de egresso no Jornalismo, Micael também cursou o Programa de Pós-Graduação de Comunicação, na Unisinos. “Foi onde descobri o fascínio e os desafios da pesquisa acadêmica ao lado de professores que marcaram minha história acadêmica, especialmente o Antônio Fausto Neto e a Ana Paula da Rosa”.
Muitos momentos ficaram na lembrança, revela o professor: “Lembro com carinho das nossas semanas acadêmicas, das saídas de campo, de todas as discussões para aprimorar o projeto da Beta Redação, bem como para nos mantermos atualizados e relevantes diante das tantas transformações que afetaram a área da comunicação e o modelo de negócios do jornalismo nos últimos anos”.
Gerência de graduação, Bihat e Psicologia
Micael segue sendo coordenador do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, Artes e Tecnologia (Bihat), um curso com estrutura curricular dinâmica, que atua na intersecção entre áreas. “Meu objetivo é, ao lado do colegiado e do Núcleo Docente Estruturante (NDE), fortalecer e ampliar a visibilidade do curso, que reúne alunos muito criativos e abertos à cooperação. Tendo o Pensamento Projetual como elemento articulador entre as humanidades, as artes e a tecnologia, o Bihat tem como grande diferencial a possibilidade de o estudante definir percursos e rotas formativas ao longo da graduação”, comenta.
O professor ainda tem no radar outra área acadêmica. Muitos dos alunos dele não sabem, mas Micael está cursando Psicologia desde 2005. Ele parou por alguns anos e acabou retomando os estudos em 2020. “É um projeto de longo prazo”, sublinha o futuro psicólogo de formação.
Neste semestre, pelo fato de ainda estar se habituando à função de gerente acadêmico, Micael vai cursar apenas uma atividade acadêmica. Mas garante que não quer deixar de seguir nesse desafio. “É prazeroso, porque me confronta com novos conhecimentos, habilidades e competências, além de possibilitar o contato com colegas e professores. E é desafiador, porque faltam horas no dia, considerando as novas demandas de trabalho, as rotinas de casa, o tempo da terapia, do treino, da aula de inglês, do passeio com o cachorro e, especialmente, os momentos que dedico para me desligar de tudo e curtir a minha filha Lara, de 3 anos”, enumera a agenda de atividades.
Além disso, segundo o pai da Lara, os aprendizados do curso de Psicologia têm o ajudado no dia a dia da Universidade. “Especialmente porque nosso ofício, seja como professor ou gestor, é acompanhar pessoas em suas diferentes demandas.”
Planos a longo prazo
Micael diz esperar construir uma longa e produtiva história ainda na Unisinos. “É a Universidade que me formou, me acolheu e que já me possibilitou ocupar variados espaços, seja como professor de cursos da Escola da Indústria Criativa, seja como coordenador dos cursos de Comunicação Digital, de Jornalismo e do Bihat, seja como integrante da Comissão Própria de Avaliação (CPA) ou como gerente acadêmico da Uagrad”. E revela já estar pensando no futuro muito distante: “Lá na frente, quando essa história um dia chegar ao fim, assim como aconteceu com o pai, jubilado pela Unisinos, quero ter na Psicologia uma outra possibilidade de atuação profissional. Só que trabalhando num ritmo bem mais lento”, revela o professor.