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Você usa as redes sociais para mostrar seu portfólio? O LinkedIn é a plataforma que tem revolucionado as relações de trabalho no Brasil e no mundo
"A rede criada há 20 anos, só chegou no Brasil em 2010 e hoje é uma das mais acessadas no país"
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Conquistar uma vaga de emprego já não depende mais de sair de porta em porta entregando o currículo. As redes sociais otimizaram essa busca e encurtaram as distâncias, em especial o LinkedIn. A plataforma não para de crescer e já conta com mais de 820 milhões de usuários no mundo, sendo o Brasil o terceiro país que mais a utiliza. Mas afinal, como funciona o LinkedIn e o que explica esse crescimento? 


Segundo a jornalista e fundadora da agência de comunicação Soon Content, Nair Martinenko, o LinkedIn tem dois propósitos latentes: aumentar o repertório de conhecimento e fazê-los construir uma rede de contatos- networking– que pode abrir portas para novas oportunidades profissionais.


“Quando comecei a trabalhar com rede sociais, estava bem claro que a comunicação ia ter fortes mudanças com as novas possibilidades digitais. Desde quando o LinkedIn foi criado, já tinha o objetivo de ser uma rede social coorporativa, mas acabou sendo mais utilizada pelos usuários como um canal para buscar oportunidades e as empresas, de uma certa forma, para buscar esses talentos. Contudo, o esforço dos fundadores sempre foi tornar o LinkedIn numa rede que pudesse oferecer a troca de conhecimento, atualizações, e não só oportunidades no mercado de trabalho. Mas, a plataforma só tomou a proporção que conhecemos hoje a partir da aquisição pela Microsoft, em 2016” acrescenta, Nair. 



A jornalista e especialista em LinkedIn para corporações, Nair Martinenko, acredita que estamos na era da reputação e não apenas na era da informação.
(Imagem: Reprodução via Teams)



De acordo com o Digital 2022 April Global Statshot Report, levantamento feito em parceria entre hootsuite e we are social, o Brasil conta com 56 milhões de membros na plataforma. Entre esses usuários, 52,2% se identificam com o gênero masculino, enquanto 47,8% com o gênero feminino. O LinkedIn não divulgou o número de usuários que se identificam com outro gênero. Apesar de ter usuários de todas as idades- a partir dos 18 anos- os chamados “millennials”, geração nascida entre os anos 1981 e 1995, dominam a rede. 


Qual a diferença entre o LinkedIn e outras redes socias?  

Além do LinkedIn, outras redes sociais como o Instagram, por exemplo, têm funcionado como um  portfólio virtual. Segundo Nair, o que mais diferencia é que no LinkedIn os usuários gostam de ser vistos mais pelos seus conhecimentos do que por questões externas ao mundo corporativo.  


“Pessoas que muitas vezes são tímidas para falar do seu cotidiano no Instagram, geralmente se sentem mais à vontade para falar sobre o que fazem no LinkedIn. Mesmo que reflita aspectos pessoais, como seu ponto de vista de determinado tópico, não aprofunda essas questões como, por exemplo, o que fez no final de semana e em que restaurante comeu. Ou seja, compartilha outro tipo de experiência. Também diferente de outras redes sociais, no LinkedIn os usuários, de modo geral, estão mais dispostos a consumir um conteúdo mais aprofundado, que ultrapasse cinco linhas. Além disso, é uma rede em que a sua visibilidade profissional está sendo direcionada diretamente aos recrutadores das empresas” complementa. 


Um aspecto singular do LinkedIn também está na forma de se conectar com os demais usuários. No Instagram ou Facebook, por exemplo, é comum seguir ou adicionar amigos, ou até mesmo pessoas em comum. Já no LinkedIn não é “necessário” fazer conexões apenas com conhecidos. É quase habitual se conectar com profissionais nos quais você até então não conhecia- independente da área em que ele atue- mas que de alguma forma possa agregar no seu desenvolvimento, seja pelos conhecimentos e ideias compartilhadas ou por estar ligado a pessoas e empresas que você tem interesse.


Como construir um bom perfil? 

Como mencionado anteriormente, o LinkedIn não é mais apenas uma plataforma para cadastrar um currículo tradicional. Além do conhecimento técnico e experiências anteriores, é igualmente importante saber construir um bom storytelling. Isso significa saber construir uma narrativa da sua trajetória, agregando também aspectos mais humanizados.  


“As empresas, para contratar, querem saber qual é o seu lazer ou que você gosta de fazer porque isso diz muito sobre você. Hoje temos outros elementos que formam quem nós somos, então não existe mais aquela coisa de ser uma pessoa dentro da empresa e outra fora. É muito difícil isolar uma parte da outra, nós somos um todo.” Mas é preciso ter cuidado! Nair, reforça que devemos estar atentos à linha tênue entre o profissional e o pessoal (demais). 


Empresas também são usuárias do LinkedIn 

E se existe uma preocupação dos candidatos em manter um bom perfil, as empresas também estão atentas em manter-se atrativas e bem colocadas na plataforma. Por isso, é cada vez mais comum que as empresas busquem por capacitação e novas formas de enriquecer seus perfis. 


Assim, a demanda de produção de conteúdo para essa rede é, em muitos casos, estrategicamente planejada por agências de comunicação. Isso se deve ao fato de que essas organizações entenderam que, de forma geral, o LinkedIn não é só um meio de contratação, mas também um campo vasto para a divulgação da sua marca, uma vez que se trata de uma rede focada em pessoas, notícias e atualizações no mundo dos negócios.


As principais dúvidas sobre o uso da rede 

Uma das mais recorrentes é sobre como se manter ativo sendo uma pessoa tímida, ou sem ter tempo para fazer publicações. Porém, ao compartilhar o conteúdo de outro profissional, ou fazer uma curadoria dando o seu ponto de vista sobre materiais em circulação já é prestar um serviço e consequentemente se manter ativo e atualizado. 


É comum também que muitas pessoas hesitem até mesmo em criar uma conta. Isso porque têm receio de que seus chefes entendam que estão insatisfeitas com o cargo e assim, buscando por um novo emprego. Nair explica que, na verdade, é o exato oposto disso: “as empresas querem que você esteja lá, porque quanto mais colaboradores ligados aos seus perfis, mais valorizadas e atrativas se tornam as páginas dessas organizações”. 


 “Aconteceu comigo” 

O estudante de Ciências da Computação da Unisinos, Thiago Henrique Thomas, foi contratado através de conexões feitas a partir do LinkedIn e é um exemplo de como essa grande rede de contatos funciona. Thiago, diz que sempre optou por seguir pessoas da sua área, e com jornadas de conhecimento semelhantes a que busca para sua carreira. “Uma empresa de recrutamento entrou em contato comigo pelo LinkedIn e pediu para me inscrever para a vaga indicada. Depois disso, passaram meu perfil para a empresa a fim de me priorizar”, complementa o estudante. Até então, Thiago estava trabalhando como desenvolvedor em outra empresa, e não tinha interesse em outro emprego, quando foi contado pelo time de recrutadores. 



O estudante de Ciências da Computação, Thiago Henrique Thomas (à esquerda, vestindo marrom), entrou para o LinkedIn em 2020, e mesmo não fazendo muitas publicações acessa a rede diariamente. 
(Imagem: Reprodução/ arquivo pessoal)



Para quem já tem uma carreira consolidada ou  para quem está começando, o LinkedIn disponibiliza vários cursos e tutoriais para que se possa usufruir melhor as ferramentas disponíveis. É isso hashtag fica a dica! 

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