Em 1998, Thaís Rücker era estagiária na AgexJor. No andar de baixo, Cleia Marques estava começando a trabalhar como assistente na AgexRP. Bem próximo dali, 20 pessoas tocavam o ritmo acelerado da AgexPP. Nessa época, havia três agências experimentais, cada uma com sua sala própria. Elas ficavam localizadas no atual prédio D02, onde hoje estão acomodados os laboratórios de TV e os cursos de Realização Audiovisual e Fotografia.
Diferente da Agexcom que temos hoje, grande e colorida, as agências nasceram em salas pequenas, com equipamentos que foram sendo incrementados aos poucos pela Unisinos. “Tínhamos uma única bancada com cinco computadores”, conta Cleia, que ajudava a então professora Helenice Carvalho, na época responsável pela AgexRP, a organizar as atividades. “Nossa sala ficava no andar debaixo, onde estão hoje os estúdios de TV. As agências vizinhas ficavam no andar de cima”, recorda.
Mais tarde, houve a junção das três agências, tornando-as um único setor. Nascia a Agexcom, que completa neste mês de agosto seus 18 anos. “A divulgação desse acontecimento ficou conosco”, comenta Cleia. “Em 2003, quando foi inaugurado o Centro de Ciências da Comunicação, que hoje é parte da Escola da Indústria Criativa, a nova agência fez um grande trabalho. O convite, a organização, tudo foi feito por nós. E foi um evento muito prestigiado”, lembra.
Foi logo depois disso que Cleia recebeu a oportunidade de trabalhar em outras áreas da Universidade. Atualmente, ela atua na Gerência de Serviços. “Eu saí da Agex, mas foi com dor no coração”, relembra. “Antes da agência, eu não tinha experiência como relações públicas. Era bancária e iria ser promovida, mas entreguei meu currículo para a Helenice e fiz o teste de seleção. Acabei entrando para a AgexRP.”
Quase completando 22 anos de trabalho na Unisinos, Cleia ainda se surpreende com essa ligação de longa data. “Ligação que começou na AgexRP e fluiu para a criação da Agexcom”, comenta, saudosa.
Pontapé inicial
“Funcionávamos como uma minirredação”, conta Rücker, hoje coordenadora de conteúdos premium do portal jornalístico GaúchaZH. “Tínhamos repórteres, editores, fotógrafos, diagramadores e uma secretária de redação.” Na pequena AgexJor, os alunos produziam o Jornal da Unisinos, ou J.U., como era conhecida a publicação impressa. A supervisão era de Thaís Furtado, professora e coordenadora da agência na época.
Para a jornalista, uma das pautas mais marcantes que produziu nessa época foi uma reportagem sobre histórias dos alunos que vinham de longe para a Unisinos, todos os dias. “Eu e o fotógrafo fomos até Lageado e voltamos de ônibus junto com os estudantes”, conta. “Dessa experiência, fui direto para outro estágio, e nunca mais parei.”
Para ela, o jornalismo trouxe também a oportunidade de conhecer várias partes do mundo e realização. “Agradeço muito por ter tido a oportunidade de vivenciar uma experiência prática de jornalismo enquanto ainda estava nos corredores da Unisinos”, diz, com saudade.
Cleia ressalta que os trabalhos realizados pela agência são um diferencial no aprendizado. “A demanda de trabalho sempre foi muito grande, todos os tipos de eventos pela universidade passam pela Agexcom. E são trabalhos reais. Na minha época, nós tivemos projetos importantes idealizados por estagiários, como o Espaço Pic, que ficava ao lado do Santander”, comenta.
Outros grandes projetos dessa fase foram o “Conversas com o diretor”, que reunia alunos do último ano com o diretor do Centro de Ciências da Comunicação para tomar um café e debater assuntos acadêmicos, e o “Coquetel para os formandos”. O coquetel se tornou tão importante para as formaturas que saiu da Comunicação e acabou abrangendo a universidade inteira. “Era um baita evento”, relembra Cleia. “As meninas vinham de vestido longo, os meninos de terno. Acontecia na clarabóia da Biblioteca. Convidávamos alunos para cantar e tocar.”
Dentre os eventos que foram extintos e estagiários que se formaram, os anos se passaram, mas o projeto de interação e discussão que surgiu no início da Agexcom persistiu. “O ambiente sempre foi muito gostoso”, concorda Cleia. “Discutíamos tudo, todo mundo junto. E os novos alunos chegando… É muito bom trabalhar com os estagiários, porque eles são muito rápidos. Tudo é mais fácil.”