Deu certo

#música #produção fonográfica
“Comecei a brincar com edição de música aos 11 anos”
"Formado no curso de Produção Fonográfica da Unisinos, Leonardo Braga conta como sua paixão pela música o levou a se tornar baixista da banda Alpargatos e fundar a empresa de produção musical OCorre Lab"
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Leonardo Braga tem apenas 26 anos, mas sua história com a música já é longa. O egresso do curso de Produção Fonográfica da Unisinos revela que começou a “brincar” com música aos 8 anos de idade. Foi quando ganhou um violão do irmão, no Natal. “A partir dali, comecei a ter aulas de violão, o que me despertou o interesse em aprender outros instrumentos”, conta. 


Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Leonardo é baixista da Alpargatos, grupo porto-alegrense que mistura MPB, Indie Rock e literatura. Além das apresentações e criações musicais para a banda, divide suas atenções com a OCorre Lab, onde atua como produtor musical. A empresa é especializada em produção musical, audiovisual e executiva.


Pequeno nerd


Leonardo lembra que se encontrou pessoalmente e profissionalmente ainda criança, aos 11 anos. Na época, seu professor de violão lhe apresentou os primeiros softwares de edição de música. “Sempre fui meio nerd. Sempre me interessei muito pela parte digital das coisas”, explica. No mesmo dia que conheceu os programas de edição, o pequeno Leonardo já os instalou no computador. “Peguei minha guitarra e já fui mexendo”, recorda. Apaixonado por música, ele acredita que o começo precoce foi essencial para o aperfeiçoamento de seu ouvido musical e para a carreira como produtor. “Sou um pouco autodidata”, observa.

Leonardo “brinca” com edição de música desde os 11 anos
(Arquivo Pessoal)


Leonardo trabalhava como técnico de som e produtor musical em estúdios e agências de publicidade quando decidiu cursar Produção Fonográfica. “Sempre fui apaixonado pela área. E a formação acadêmica dá mais respeito a esse trabalho”, comenta o egresso, que se formou em 2020. Para ele, o curso foi muito importante. “A Produção Fonográfica abriu portas e me fez conhecer artistas e estúdios que, provavelmente, eu demoraria para encontrar no mercado”, avalia.


Alpargatos e OCorre Lab


Alpargatos é um grupo porto-alegrense que mistura MPB, Indie Rock e literatura. A entrada de Leonardo na banda ocorreu em 2017, mas a parceria profissional e a amizade vêm de longa data. “Conheci a banda em 2013, quando trabalhei como técnico de som em uma gravação deles. Começamos a amizade e eu passei a ir em muitos shows”, conta. Pela afinidade e conhecimento do repertório, acabou sendo convidado pelo grupo para substituir o baixista, que estava de saída, na época.  

Leonardo é baixista da Alpargatos desde 2017
(Arquivo Pessoal)


A banda já lançou três EPs de músicas inéditas, começando em 2015, com Rodovia do Parque. Em 2017, veio Essa Cidade Cheia de Heróis. Em 2019, estreou O Chão é Lava. Agora, em 2021, Alpargatos lançou o EP de músicas ao vivo Se Hoje Eu Não Sair. Confira aqui.


Da vivência com os integrantes surgiu o principal trabalho profissional de Leonardo: OCorre Lab, um laboratório de criação de conteúdo musical. “Foi criado em 2018 por mim e pelo Bruno, guitarrista do Alpargatos. Na empresa, eu fico com o setor de produção musical, e o Bruno, com a produção audiovisual”, explica. 


Segundo Leonardo, a ideia da produtora surgiu porque sempre foi uma prática dos dois fazer as produções audiovisuais da banda. OCorre Lab já produziu musicalmente mais de cem artistas da área musical, sendo responsável pelo lançamento das músicas e clipes.


Alta demanda


Leonardo entende que o mercado de produção musical está crescendo consideravelmente. Para ele, mesmo que hoje em dia haja menos estúdios grandes, que monopolizam o cenário, a demanda de serviço está cada vez maior. “Por conta da quantidade de ferramentas de edição e com preços mais acessíveis, ficou mais fácil produzir. Por isso, mesmo estúdios e artistas com menos expressão conseguem produzir bons trabalhos na música”, analisa. 


Mas, para isso, alerta Leonardo, é preciso ter atenção em dois pontos cruciais. “Para que o trabalho seja valorizado, o bom produtor precisa, primeiramente, dominar a parte técnica da função. Ao mesmo tempo, é necessário se inovar constantemente”, diz. Para ele, a inovação, no entanto, surge somente se o profissional estiver sempre atento e consumir bastante a cena musical de todos e de qualquer estilo musical. “É daí que as referências aparecem”, complementa.

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