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Bruno Pompeu participa de live com alunos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo
"A conversa reuniu as turmas de Jornalismo Opinativo e Publicidade e Interações Culturais para debater, com as orientações do pesquisador de consumo, como o universo da comunicação mescla estudos acadêmicos e mercado de trabalho"
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Seguir na vida acadêmica ou mergulhar de cabeça no mercado de trabalho? O meio termo não é fácil, mas Bruno Pompeu encontrou justamente esse equilíbrio. Professor de texto publicitário na Universidade de São Paulo (USP) e sócio fundador da Casa Semio, destinada a pesquisas sobre semiótica, sobretudo na área da linguagem publicitária, Pompeu admite que chegou a pensar que teria que decidir pela vida acadêmica ou pela agência. Reconhecido nacionalmente, Bruno Pompeu é consultor em semiótica e trabalha com marcas como Ibope e Unilever, sem deixar de lado a carreira de pesquisador de mercado.


“Faço questão de manter essa relação de mercado e academia”, explica ele. “Tem riqueza, tem particularidade, porque é uma alimentação mútua. Há carência de entendimento da cultura do consumo, de quem são os consumidores, porque o mercado tem pouco tempo e recursos para entender isso. Meu trabalho é construir essa ponte, uma tradução do que a academia pesquisa.”


Pompeu conta que ao final da graduação, não via futuro para si na publicidade.. A ideia de trabalhar em um ritmo acelerado, que não permitia tempo para discussões aprofundadas, não o interessava. Foi seu próprio trabalho de conclusão de curso que abriu novas portas, uma das quais, rendeu a Casa Semio. 


Em passagem pelo Istituto Europeo di Design, Pompeu aprendeu a mudar a própria visão sobre a publicidade, o que considera um ganho importante para a carreira. “Ninguém ali estudava comunicação. Fui obrigado a enfrentar o desafio de olhar meu objeto de estudo, meu referencial teórico, por outra perspectiva, que era então a do design. Isso foi muito importante, me transformou como pesquisador e me deu maior entendimento sobre a comunicação”, conta.


Essa habilidade de enxergar novas perspectivas seguiu ajudando o publicitário no seu contato com grandes marcas, já que profissionais de mercado e pesquisadores acadêmicos costumam falar línguas diferentes. “A gente está preocupado em entender, achar respostas, e o mercado está preocupado em vender”, lembra Pompeu. “É preciso haver esse meio termo entre ouvir o mercado, mas saber quando falar o que é necessário. Não chegar dando uma aula, mas mostrar a visão do meio acadêmico.”


Questionado pelos alunos, Pompeu frisou a necessidade das marcas se responsabilizarem cada vez mais sobre como se posicionam. “Como elas ocupam cada vez mais o espaço de outras instituições simbólicas e medidoras que estão desacreditadas, o alcance e a responsabilidade sobre as marcas cresce. Eu defendo o quanto isso precisa passar pela linguagem da publicidade, não só pelo conteúdo e pelas práticas”, conclui.


O professor Rafael Grohmann, responsável pela disciplina de Publicidade e Interações Culturais, explica que, ao longo do semestre, tiveram uma conversa com Vinicius Menegolo, gerente de Marketing do Spotify. “Em ambos os casos, a importância é de, em consonância com os objetivos da atividade acadêmica, conectar saberes, experiências e práticas”, explica. “As dinâmicas de plataformização da sociedade exigem que profissionais de comunicação se atentem para mudanças em lógicas de produção e consumo.”


A conversa com o professor e publicitário fez parte de uma série de contatos entre profissionais e estudantes, possibilitados pela disciplina de Publicidade e Interações Culturais, e pode ser acessada no arquivo do Teams.

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