Os vencedores da edição deste ano do projeto Primeira Pauta, da Zero Hora, foram divulgados nesta terça-feira, dia 15, e a Unisinos está presente entre os ganhadores. O estudante de Jornalismo Henrique Tedesco Abrahão, do quarto semestre, foi um dos cinco selecionados para passar uma semana de imersão na redação integrada da GaúchaZH, com direito a atividades jornalísticas e bate-papo com profissionais da área.
Para a edição deste ano do concurso, os interessados em participar precisavam escrever sobre alguma peculiaridade da cidade onde moram (uma pessoa, um local, uma história etc) e também apresentar um podcast de até três minutos de duração. Foram selecionados 15 finalistas, que recebiam como segunda tarefa produzir um vídeo sobre o mesmo assunto.
Os cinco vencedores foram anunciados durante o Seminário Primeira Pauta, na sede do Grupo RBS, em Porto Alegre. Na ocasião, os 15 finalistas do concurso conversaram com repórteres, editores e gestores da GaúchaZH.
Para Edelberto Behs, que, ao lado de Micael Behs, coordena o curso de Jornalismo da Unisinos São Leopoldo, é uma grande alegria ver um de seus alunos obtendo essa conquista. “Isso é um incentivo também para que mais alunos comecem a participar dessas iniciativas. Para todo o nosso corpo docente, é uma satisfação ver isso acontecendo. É um indicativo de que estamos fazendo um bom trabalho”, afirma o professor.
O Portal Mescla conversou com Henrique para saber mais sobre sua participação no Primeira Pauta e suas expectativas para a semana em que atuará na redação da GaúchaZH. Confira a entrevista completa a seguir:
Mescla – Sobre o que você escreveu na sua inscrição?
Henrique – Eu moro em Osório há 2 anos. Decidi mostrar o município através da Lenda da Noiva da Lagoa dos Barros. A história é baseada em um caso real, em que a noiva, Maria Luiza, foi morta pelo noivo logo após uma discussão em decorrência de ciúmes. O corpo dela foi jogado na Lagoa dos Barros, que pode ser vista por quem vem para Osório via Freeway. Algum tempo depois da ocorrência, motoristas afirmaram ter visto a Maria Luiza vagando pela lagoa vestida de noiva. Alguns dizem até mesmo ter dado carona para ela. Para o texto, eu conversei com a historiadora Marina Raymundo. Ela escreveu o livro “Viajando pelo município de Osório”, e foi nele que tirei algumas informações para complementar o texto. Além disso, entrevistei Pedro Fagundes da Rosa. Foi a sogra do irmão do Pedro que encontrou o corpo da Maria Luiza. Ele é amigo do Roberto Kingeski, homem que trabalhava como motorista na época e afirmou ter visto a noiva na lagoa.
Mescla – Como foi a produção do podcast?
Henrique – Eu contei com a ajuda do professor Sérgio Endler, que me deu instruções de como poderia gravar o podcast no estúdio da Unisinos. Após pegar depoimento do Pedro Fagundes, gravar minhas falas para o podcast e escolher as trilhas, entreguei todo o material, incluindo o roteiro, para o Cláudio Cunha Santos, que trabalha com edição de áudio. Ele montou meu podcast da maneira como estava pensado.
Mescla – E o vídeo da segunda etapa, como ele foi feito?
Henrique – Eu entrei em contato novamente com o Pedro Fagundes, fui até sua residência e gravei o depoimento dele de novo. Ele se disponibilizou em me levar para o local onde a sogra do irmão dele morava. Assim, fui até a casa dela e gravei uma passagem. No último dia para postar o vídeo no YouTube, acordei de manhã para fazer as últimas passagens, mas nenhuma ficou boa. Então, gravei as passagens em outro ponto da cidade, que ficaram muito melhores.
Mescla – Foi grande a surpresa quando você passou para a segunda etapa e, depois, anunciado como um dos vencedores?
Henrique – Quando peguei a edição de final de semana da Zero Hero e vi meu nome na lista dos 15 finalistas, minhas palavras foram “Meu Deus, meu Deus, meu Deus!”. Fui direto contar para meu irmão e minha avó. No dia do Seminário Primeira Pauta, quando eles anunciaram os cinco vencedores, a revelação dos nomes foi por ordem alfabética. Eu fui o terceiro a ser chamado, e falei “Sou eu?”, quando, na verdade, eu era o único Henrique entre os finalistas.
Mescla – Quais são suas expectativas para essa semana de imersão que você vai ter na redação da GaúchaZH?
Henrique – São muito altas. Primeiro, porque pensar que eu terei essa oportunidade é algo que agradeço muito e me deixa mais confiante sobre o caminho que escolhi seguir. Segundo, porque a experiência na Zero Hora vale muito para adquirir conhecimento e saber a realidade do profissional na área. Desde que eu me mudei do Mato Grosso, há dois anos, eu vim com o objetivo de tentar me encontrar profissionalmente na área da comunicação. Ser um dos cinco escolhidos sem dúvida é mais um passo positivo nesse caminho que escolhi.
Mescla – Trabalhar na redação de um veículo jornalístico é algo que você almeja?
Henrique – Eu entrei no jornalismo pelo impresso. Agora, depois de dois anos, tendo experiência com rádio e tendo feito disciplina de TV, é seguro dizer que eu gosto dos três. Acho que nós vivemos em um momento em que o profissional deve ser multifacetado. Isso quer dizer que devemos estar abertos para as mais diferentes áreas do jornalismo. Por isso, posso dizer que sim, trabalhar em redação é algo que eu quero, assim como dentro de uma rádio, no estúdio de TV ou assessoria.
Mescla – Que conselho você daria para quem pretende se inscrever na edição do ano que vem do Primeira Pauta?
Henrique – Leia atentamente o regulamento e se informe sobre cada passo. Depois de ter entendido o conceito do concurso, escreva suas primeiras impressões e ideias. No lado das ideias, pense em quem poderia falar sobre o assunto e escreva o nome das possíveis fontes. Depois disso, organize seu calendário com suas obrigações para que você entregue tudo no prazo. Leia muito sobre o assunto para fazer perguntas consistentes aos entrevistados. Caso não saiba o que ler, pergunte para outras pessoas se eles sabem de alguém que poderia indicar um livro ou qualquer outro tipo de material de apoio.