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A forte expansão coreana
"Através da música e da tecnologia, a Coreia do Sul se tornou um dos países mais relevantes e presentes no mundo da cultura"
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Se até alguns anos atrás, pensar no continente asiático nos remetia principalmente ao Japão e à China, hoje não há como não lembrarmos da Coreia do Sul. Faz pouco mais de dez anos que a nação coreana e sua cultura começaram a se expandir e agora atingem todo o mundo. Isso, graças principalmente aos seus cantores e grupos musicais, que se tornaram uma febre e são ouvidos pelos cinco continentes.

O k-pop, como é chamada a música pop sul-coreana, se configura como um dos estilos musicais mais populares do momento. Com suas coreografias elaboradas, batidas cadenciadas e conceito estético bem trabalhado, grupos como BTS, Blackpink, 2NE1, Girls’ Generation, entre tantos outros, estão nas playlists de boa parte dos jovens. O professor Álvaro Augusto Leme, que também é um dos coordenadores do curso de Relações Internacionais da Unisinos, explica essa enorme expansão da cultura sul-coreana pelo mundo como o resultado de um planejamento bem rigoroso de crescimento econômico elaborado pelo seu governo.

“Todo o povo asiático, no geral, possui uma determinação muito forte para cumprir suas metas, é praticamente algo cultural para eles. E o governo da Coreia do Sul estabeleceu como meta crescer economicamente e disseminar suas tradições pelo resto do mundo. Por isso, investiram não só na sua indústria tecnológica, que também é muito conhecida por nós, principalmente por marcas como a Samsung e a Hyundai, mas também na sua música”, explica o professor.

Para compreender mais essa expansão da cultura sul-coreana, como ela ocorreu e em que ela acarreta para o país, confira abaixo o documentário feito pelas estudantes Ana Laura Erhart, Camila Gonçalves Haupenthal, Eduarda Pizzatto e Laura Lemos Moraes em uma das atividades do curso de Relações Internacionais:

Fãs querem cantar junto

Não conseguir compreender as letras das músicas não é algo que impede os fãs de k-pop de ouvi-las. Mas há quem prefira beber na própria fonte. Muitas vezes o amor pelos grupos coreanos é forte o suficiente para despertar o interesse em aprender o idioma e se aprofundar ainda mais na cultura. E isso já é possível em muitos locais do mundo, inclusive na Unisinos.

Ainda com o objetivo de disseminar sua cultura, o governo da Coreia do Sul fundou o Instituto King Sejong em 2007 e o espalhou pelo mundo inteiro. Atualmente, ele possui 180 sedes em 60 países, e todas recebem professores vindos diretamente da Coreia do Sul para darem aulas tanto do idioma quanto da cultura coreana. No Brasil, o Instituto King Sejong está presente em Brasília, Campinas, São Paulo – onde há duas sedes – e aqui, no Campus de São Leopoldo.

O representante administrativo do Instituto King Sejong da Unisinos, Max Fritsch, diz que são muitos os jovens que se interessam em aprender coreano. O desafio é seguir até o fim. “O curso possui oito semestres, e os iniciais sempre estão com as turmas lotadas. Quando abrem as matrículas, todas as vagas são preenchidas em poucos dias. Mas os alunos muitas vezes não vão muito adiante. Até hoje, apenas dois estudantes concluíram o curso aqui”, conta Fritsch.

Ele ainda afirma que, de fato, o k-pop é o principal motivo para os jovens procurarem o Instituto e terem interesse em aprender coreano. Porém, eles também recebem jovens com expectativa de fazer intercâmbio para a Coreia do Sul e interessados em trabalhar em alguma empresa coreana.

A professora Sujin Kim, que chegou há três anos para dar aula de coreano no Instituto, confirma que não é um curso simples e a taxa de reprovação nos semestres iniciais é considerável. “O português tem base no latim, assim como o inglês, espanhol, italiano e outros idiomas que vocês estão mais acostumados. O coreano tem base no chinês, então ele é muito diferente para vocês, o que faz ser uma língua complicada. Cerca de 70% dos estudantes são aprovados por semestre, enquanto 30% são reprovados”, conta a professora.

Representante administro do Instituto King Sejong da Unisinos, Max Fritsch, e professora Sujin Kim | Crédito: divulgação

Apesar de não ser um curso fácil, o Instituto King Sejong da Unisinos é considerado uma referência. Em agosto deste ano, ele recebeu o prêmio de Melhor Instituto King Sejong das Américas no American Workshop for King Sejong Institute Directors and Operating Staff 2019. A premiação aconteceu no Centro Cultural Coreano em Los Angeles, na Califórnia.

Coreia também está na TV

Quem se interessa em aprender o idioma coreano, mas não gosta de k-pop possui outra alternativa para se acostumar com a pronúncia. São os dramas televisivos coreanos, apelidados de k-dramas. Geralmente eles são transmitidos em forma de minissérie, com uma média de 12 a 24 episódios, e são bastante populares no mundo inteiro, podendo ser encontrados até em serviços de streaming, como a Netflix.

Confira abaixo um pouco do drama coreano “My First First Love”:

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