As histórias de Bruno, Calvin, Diego, Ione e Manuella, contadas através dos olhares das repórteres da Beta Redação da Unisinos, foram reconhecidas e premiadas com o terceiro lugar na 35ª edição do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. As estudantes que, ao iniciaram o trabalho, não tinham a intenção de inscrevê-lo na premiação, foram surpreendidas.
O trabalho “Enfim somos quem sempre fomos” foi proposto às alunas pela professora Cybeli Moraes e pelo professor Felipe Boff durante a disciplina de Laboratório de Jornalismo na Editoria Geral. Com a temática em mãos, as estudantes Jéssica Martins, Juliana Silveira, Karina Verona, Liege Barcelos, Manoela Petry e Milene Magnus se organizaram e dividiram as tarefas.
A estratégia do grupo foi apresentar os personagens no exercício de suas profissões e também na sua vida social como qualquer outra pessoa, sem deixar claro que elas são LGBTQ+. Todas as matérias começam falando o lado profissional de cada um para depois entrar na vida pessoal. As narrativas buscam descrever todas as dificuldades que eles passaram até obterem sucesso nas respectivas carreiras.
“Como editora, posso dizer que as histórias são incríveis. As repórteres fizeram um trabalho maravilhoso de apuração, sensibilidade, empatia, de relato e jornalismo puro. Elas conseguiram captar a autenticidade de cada um em suas histórias. Ficou demais!”, orgulha-se Manoela Petry, 25 anos, jornalista formada pela Unisinos em 2018/01.
A estudante Milene Magnus, 23 anos, relatou as dificuldades que encontrou durante a produção do trabalho. Nem mesmo os conflitos de agenda a impediram de contar a história de Bruno da Costa, 28, que já atuou como motoboy e hoje trabalha em uma agência de comunicação. “Tive que encontrá-lo no trabalho, viajamos de carro e almoçamos juntos”, lembra a estudante. Locais de difícil acesso e a timidez do entrevistado quase se tornaram um obstáculo. “Foi difícil deixar ele tranquilo e à vontade, mas acho que consegui”, completa.
O trabalho não foi desenvolvido com o propósito de inscrevê-lo em premiações. A ideia surgiu mais tarde e o grupo concordou. Porém, não tinham grande expectativa, relata Manoela. A jornalista também comenta sobre o reconhecimento. “Estar entre os premiados é demais! É um reconhecimento que não esperávamos, mas que nos me deixa felizes. A Beta é uma disciplina que exige bastante dos alunos e ganhar um prêmio por tanto esforço mostra que estamos no caminho certo como estudantes de Jornalismo e que a faculdade tem nos obrigado a dar o nosso melhor”, destaca Manoela.
A cerimônia de entrega dos prêmios ocorreu nesta segunda-feira (10) no auditório da OAB/RS.
O Prêmio
Desde 1984, quando foi instituído pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos, pela Ordem dos Advogados do Brasil e sua seccional no Rio Grande do Sul (OAB/RS), o Prêmio DH de Jornalismo vem estimulando o trabalho dos profissionais da categoria dentro do campo social.
Em 2018, foram 239 trabalhos inscritos em 10 categorias. Para comemorar a 35ª edição do evento foi criada a “Premiação Especial”, destinada a trabalhos que tenham se destacado pela qualidade sobre a temática “fake news“.