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ECAM 2018 é sinônimo de história e experiências pessoais
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O jornalista correspondente de guerra é um profissional que gosta de adrenalina. Por estar presente em locais de conflito, corre risco constante de vida. Na missão de continuar trabalhando, ele deve desenvolver um conjunto de habilidades teóricas e práticas que auxiliam na produção do conteúdo jornalístico.  

O preparo do correspondente de guerra vem da experiência e do treinamento. Por esse motivo, o Comando Militar do Sul (CMS) criou o curso de Estágio de Correspondente de Assuntos Militares (Ecam) para estudantes universitários, um programa de treinamento com três dias de duração, abordando temas como a história do correspondente de guerra, as experiências pessoais de jornalistas que viveram situações de conflito e treinamento básico de cunho militar. 

O curso ocorreu nos dias 24, 25 e 26 de julho, sempre na parte da manhã e à tarde. Em 2018, o Ecam surpreendeu o CMS por exceder o número de participantes. Com uma média anual de 30 inscritos, o programa recebeu 38 estudantes de Jornalismo de diferentes universidades. Além da Unisinos, havia estudantes da ESPM-Sul, PUC, Ufrgs, UFSM, Ulbra, Unicruz, Unifin e Uniritter.  

Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul, General de Brigada Fernando Telles Ferreira Bandeira, na abertura do Ecam

 

O correspondente de guerra 

 No primeiro e segundo dia de curso, os estagiários participaram de oito palestras em dois locais distintos, na sede do Comando Militar do Sul e no 3º Regimento de Cavalaria de Guarda – Regimento Osório, ambos localizados em Porto Alegre.  

A primeira palestra foi apresentada pelo Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul, General de Brigada Fernando Telles Ferreira Bandeira. O General de Brigada Bandeira trouxe para os estudantes a história do correspondente de guerra. O infográfico abaixo ilustra os principais conflitos abordados por ele, além de nomes importantes do jornalismo que foram consagrados durante esses períodos. 

 

 

Outros representantes do Comando Militar do Sul conversaram com os estagiários. Foram eles o Tenente Coronel Everton Delgado Gimenes, abordando aspectos da comunicação do CMS, e a Primeiro Tenente Jéssica Lameira Dornelles, com aulas teórico-práticas sobre Primeiros Socorros (ou pré-hospitalares – APH).  

Jornalistas de diferentes veículos de comunicação também marcaram presença no curso. Da Zero Hora, os jornalistas Rodrigo Lopes e Humberto Trezzi. Da TV Record, Vanessa Pires. Da assessoria de Imprensa do Ministério Público, Roberta Salinet, e o repórter secreto do Fantástico e membro do Grupo de Investigação (GDI) da GaúchaZH, Fábio Almeida. 

Correspondente Ernie Pyle. Morto em ação no Japão, em 1945
Precursores do jornalismo de cobertura de guerras

As dicas da experiência 

Rodrigo Lopes e Roberta Salinet não pouparam esforços ao relatar as vivências jornalísticas durante os anos de profissão, especialmente na cobertura de conflitos. Roberta salientou a importância do CCOPAB, o Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil. O centro é responsável por realizar o Estágio de Preparação de Jornalistas e Assessores de Imprensa em Áreas de Conflito (EPJAIAC), uma oportunidade de treinamento intensivo voltado para profissionais já formados que, segundo Roberta, desenvolve “jornalistas tecnicamente hábeis para sobreviver em zonas de conflitos”.  

A jornalista também relembrou da importância de conversar com a imprensa local, pois são esses os profissionais que mais conhecem a área em que o conflito está ocorrendo. “O repórter local te ajuda muito”, salienta. 

Jornalista Rodrigo Lopes durante palestra no primeiro dia, 24, de Ecam

Rodrigo Lopes tem no repertório a reportagem “Bagdá, 7 dias na metrópole mais perigosa do mundo”, um especial digital com vídeos, fotos e infográficos sobre o dia a dia da capital Iraquiana. Também acompanhou a imprensa local visitando áreas antes pertencentes ao Estado Islâmico. 

O repórter especial da Zero Hora relatou algumas características importantes para um futuro correspondente de guerra. Ter capacidade de decisão, estabilidade emocional, gostar de aventura e, acima de tudo, ter dinheiro. “Dinheiro em cobertura de guerra é fundamental”, afirma Rodrigo. Além dos gastos com viagens, a importância do dinheiro está ligada ao fixer, termo do jornalismo cujo significado é uma pessoa, normalmente local, que é paga para atuar como motorista, tradutor e segurança. “É nesse cara que vocês vão confiar”, finaliza.

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