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Estudo aponta que as pessoas confiam mais no jornalismo impresso para evitar fake news
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Uma pesquisa realizada pela Kantar, denominada de “Trust in News” , apontou atitudes de 8 mil consumidores de notícia nos Estados Unidos, França e Brasil. O estudo revelou que os consumidores entrevistados têm mais confiança na mídia impressa do que na mídia digital.

Um fator apresentado pela pesquisa é a chamada fake news (notícias falsas). De acordo com a Kantar, as marcas tradicionais da imprensa, TV e rádio ainda estão se mostram resistentes às acusações de fake news, o que consequentemente não acontece na internet com as mídias digitais.

O estudo ainda aponta que os leitores estão se engajando mais com o conteúdo nas redes sociais na hora de compartilhar, comentar e  verificar se o conteúdo publicado é verdadeiro. A pesquisa também mostrou que as pessoas acreditam que as “fake news” tiveram impacto nas eleições e acreditam que o jornalismo de qualidade é importante para a democracia.

A pesquisa revelou que 72% dos entrevistados confiam mais em revistas de notícias impressas, 58% dos entrevistados declararam que confiam menos na cobertura política e das notícias eleitorais nas mídias. Vinte e quatro por cento disseram que há um declínio nos níveis de confiança nas notícias tradicionais, 29% assumiram que pagaram por notícias online no ano de 2016 e  42% afirmaram que têm alto nível de confiança em relação a marcas de jornal. Já, 40% disseram que compraram um jornal na semana anterior à entrevista e daqueles que confiam em marcas de jornais, 56% também afirmam ter comprado.

É ainda difícil controlar as ações de compartilhamento das fakes news nas redes sociais. Esse tipo de notícia acaba atingindo um público que não tem tanto conhecimento ou intimidade com o jornalismo. Dessa forma, o jornalista e professor Felipe Boff comenta que ultimamente os veículos buscam apurar e esclarecer boatos ao seu público, sendo assim, cumpre o papel jornalístico.

O jornalista fala que há um lado positivo nas fake news: elas obrigam o jornalismo a ter ainda mais rigor nas apurações e mais responsabilidade nas publicações. “Vejo avanço nesse sentido, mas ainda há o que aperfeiçoar. Iniciativas específicas, como equipes de fact-checking, têm ajudado a combater as fake news no Brasil, porém, ainda parecem mais restritas à cobertura política”, comenta o jornalista.

Mesmo que os consumidores estejam mais engajados na verificação do conteúdo, com a internet, as notícias acabam chegando cada vez mais por meio de filtros e fontes não confiáveis. Em assuntos sobre política, por exemplo, o usuário de mídias sociais é restrito à sua “bolha” e tem contato apenas com que pensa parecido com ele ou tem a mesma ideologia. “Talvez o Facebook, por exemplo, devesse tomar iniciativas mais eficazes nesse sentido”, sugere Felipe Boff.

Na busca de informação verdadeira e de qualidade, Felipe atenta que é dever  do jornalismo conscientizar as pessoas mostrando os danos que as fake news causam e como influenciam nas eleições no mundo todo. “Mas as pessoas também precisam dialogar e buscar um esclarecimento coletivo, debater as informações compartilhadas nas redes, aprender a ter mais responsabilidade nesse compartilhamento”. Para ele, a informação é o poder, e o desinformado (ou falsamente informado) sempre pagará um preço caro por isso.

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