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Moisés Mendes abre o circuito de palestras do Comunicação em Debate
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Na noite da última segunda-feira, 28, o curso de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre realizou a aula inaugural do semestre e abriu a série de palestras do projeto Comunicação em Debate. O convidado foi o jornalista Moisés Mendes, que conversou com os alunos sobre jornalismo de opinião e a ética profissional.   

Moisés Mendes iniciou a carreira de jornalista no interior do Estado, onde passou pelos jornais Gazeta (em Alegrete), Semanário (em Bento Gonçalves), A Plateia (em Santana do Livramento), Correio Serrano (em São Borja) e na rádio Progresso, em Ijuí. Também foi correspondente do Grupo Caldas Júnior em 1978 e chegou em Porto Alegre em 1988, para trabalhar na Zero Hora, onde atuou por 27 anos e passou pela editoria de Economia e foi editor especial, cronista de opinião, editorialista e colunista. Atualmente, o jornalista é colaborador do jornal Extraclasse e também possui um blog onde escreve diariamente seus textos de opinião.

O jornalista abordou questões da atual conjuntura da política brasileira e defendeu o jornalismo alternativo.  Conforme ele, essa prática é como se fosse uma imprensa paralela em relação ao que está acontecendo. Moisés afirmou também que o jornalismo deve ser muito mais do que apenas um certificador de notícias e que as redes acabaram precarizando o jornalismo. “Há uma carência de jornalismo na grande imprensa e na internet. No jornalismo alternativo, que não se basta, tem muito pra se fazer. O Facebook, de alguma forma, prejudicou a produção de notícias no Brasil”, completou.

 

Moisés Mendes passou por diversos jornais e atualmente possui um Blog de opinião. Foto: Luis Felipe Matos

Liberdade de expressão

“Eu defendo que o jornalista tem o direito de expressar a opinião sobre coisas fundamentais e que as fontes do jornalista têm direito de saber sobre o que pensamos”, declarou Mendes. Para ele, o jornalista não pode se submeter a um código que ele não pode explicitar o que ele pensa por ferir a conduta da empresa. “O jornalista deve ser submetido ao julgamento do leitor”, completa.

Conservadorismo

“O jornalismo é uma atividade conservadora. O jornalista tem que ter uma vocação transgressora. Tem que achar que pode mudar aquele trabalho. As redações hoje são muito mais conservadoras do que no meu tempo”. O jornalista disse que em algum momento o profissional enfrentará uma situação de conflito em relação ao que pensa e ao que o editor chefe pensa. “Isso acontece dentro da universidade, acontece nas famílias e nas relações de trabalho. Já enfrentei várias vezes isso.

O jornalista operacional

“Depois que o online se integrou com a redação, houve muitas mudanças”, apontou o jornalista. Para ele, os perfis dentro de uma redação são diferentes. “Sempre tem um que gosta mais de texto, outro gosta de rádio. Mas uma coisa que eu noto é que, depois da integração do online, o jornalista ficou muito acomodado. Jornalista tem que ir pra rua”, declara.

Para a aluna de Jornalismo da Unisinos Porto Alegre Renata Simmi, a conversa com Moisés Mendes foi importante para pensar no jornalismo com responsabilidade. “Já estava na hora de termos um palestrante como o Moisés. Além de ser um excelente profissional, ele aborda o jornalismo diferente do que praticamos, que são os textos opinativos. As críticas que ele faz sobre a comunicação são importantes para os estudantes de Jornalismo”, finalizou Renata que, também, é representante discente do curso.

Participaram da palestra alunos do curso de jornalismo do campus Porto Alegre e São Leopoldo. Foto: Luis Felipe Matos
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