Vanessa Schwartzhaupt
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Fotografar, para muitos, não é simplesmente capturar uma imagem, mas, sim, uma expressão de sua alma e essência. Expor seus pensamentos, seus medos e lutas pode ser libertador. Para Vanessa dos Santos Schwartzhaupt, 24 anos, egressa do Curso de Fotografia da Unisinos, a vontade de fazer algo relacionado à arte sempre foi um sonho e se tornou uma ferramenta de autoaceitação e de questionamentos de padrões.

Vanessa é natural e moradora da cidade de Alvorada. A oportunidade profissional veio em 2010 durante a festa de debutante da prima. “Vi os fotógrafos com ela e achei aquilo tudo muito legal. O que eu não gostava era de aparecer nas imagens. Por me achar gorda, desde criança eu sempre me oferecia para fazer as fotos. Com isso, comecei a ter noções de enquadramento e composição”, lembra.

Entre os trabalhos que mais gosta, fotografar eventos está entre eles.  Segundo ela, eternizar um momento especial para alguém a faz sentir como se tivesse superpoderes. “Entregar o trabalho para o cliente e ver a reação dele, emocionado com as fotos e lembrando do momento que passou, não tem preço”, diz Vanessa, que já trabalhou no Estúdio LYNX e no Estúdio FotoArte. Atualmente, participa do desenvolvimento do projeto Não tem Cabimento, que aborda os padrões de beleza impostos pela sociedade.

O Não tem Cabimento foi iniciado no primeiro semestre de 2016 no Projeto Integrador, do Curso de Fotografia. A palestra apresentada por ela tinha como tema “Provocações” e foram expostos três quadros da fotógrafa nua: uma de frente, uma de lado e uma de costas (ver imagem abaixo). Os tamanhos das molduras foram inspirados nas medidas do que se considera um “corpo perfeito”. Já o tamanho das fotos de Vanessa são de suas próprias medidas, de busto, cintura e quadril, por isso as imagens precisaram ser amassadas para encaixar. “Nele, me coloco de corpo e alma, literalmente, questionando os estereótipos e tentando acabar com os preconceitos. “Com esse trabalho, quero mostrar que não tem cabimento tentar nos encaixar num padrão que não nos pertence”, diz.

Vanessa (à direita): “Com esse trabalho, quero mostrar que não tem cabimento tentar nos encaixar num padrão que não nos pertence”.

Assim como muitas mulheres, Vanessa sentia-se insegura sobre seu corpo, então o projeto foi uma libertação. “Eu me privava de fazer muitas coisas e até falar com as pessoas com receio dos julgamentos. Vi no projeto uma oportunidade de romper isso em mim mesma e, quando foi exposto em uma galeria, o trabalho ganhou proporções que eu nem imaginava. As pessoas pediam pra continuar, pois conheciam alguém que precisava vê-lo”, comenta a ex-aluna.

A época da faculdade gera muitas lembranças e saudade em Vanessa. Um professor que marcou essa fase e ainda a inspira é Tiago Pereira Coelho, que a ajudou no Projeto Integrador. “A forma como ele vê e interpreta a fotografia me motiva a pensar e buscar a melhor maneira de apresentá-la para passar a mensagem e sensação que eu quero”, diz Vanessa.

O futuro é algo imprevisível, mas uma certeza Vanessa tem: viajar o mundo. Entre os lugares mais sonhados está a Alemanha e aqueles países e cidades que ouvia falar nas aulas de história da arte, da fotografia e do design. “Não espero estar casada, nem com filhos. Só exercendo minha profissão e viajando bastante nas férias”, conta. Além disso, em um futuro não muito distante, quer ministrar aula em uma universidade, de preferência na Unisinos, que considera a sua casa.

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