Na tarde desta quinta-feira (1), a Caravana Piauí estacionou na Unisinos Porto Alegre. O evento foi ministrado pela jornalista Consuelo Dieguez, repórter da Revista Piauí, e abordou temas como apuração, redação e edição de grandes reportagens. “Eu rezo antes de começar as minhas matérias para não cometer injustiças”, declarou Consuelo em relação às reportagens difíceis e de denúncia.
De acordo com ela, os jornalistas têm que ser persistentes e chatos na hora de tentar alcançar os objetos para a reportagem. “Jornalista tem que ser ‘ferrinho de dentista’”, falou a repórter.
Em relação aos textos de perfil, a repórter falou que demora cerca de três a quatro meses para concluir a matéria, pois é muito importante participar da rotina do entrevistado e ficar atento a cada detalhe. “É essencial prestar atenção nos detalhes para este tipo de reportagem. Às vezes, com uma simples palavra do entrevistado, tu já acaba achando o norte da tua matéria”, contou.
“Você tem que mostrar os fatos para o leitor, e deixá-lo tirar suas próprias conclusões. É melhor não adjetivar os entrevistados, se você quer mostrar que ele é “chato”, por exemplo, mostre isso com atitudes dele”, explicou.
Segundo a jornalista, o mais importante na hora de escrever uma reportagem, é ter a estrutura em mente. “É muito importante o repórter ter clareza do que irá fazer. Estruturar a matéria acaba tornando mais fácil de ser conduzida”, declarou.
De acordo com Consuelo, Mario Sergio Conti, ex-editor e idealizador da Revista Piauí, lhe ensinou a fazer o “esqueleto” da reportagem. “O grande trabalho do editor é mostrar para os repórteres o caminho para a matéria”, falou a jornalista.