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Nilson Vargas debateu as possibilidades para os novos jornalistas
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Com o mercado do jornalismo cada vez mais segmentado e amplo, o editor-chefe de Zero Hora, Nilson Vargas, veio à Unisinos São Leopoldo falar com os alunos sobre as possibilidades da área. O evento é parte de uma série de palestras do projeto #ZHnaFaculdade, que envia profissionais do Grupo RBS a universidades para debater com os futuros jornalistas. Mediado pelo coordenador do curso de Comunicação Digital Daniel Bittencourt, o bate-papo foi realizado no Labtics, na noite da última quarta-feira (17).

Para a conversa com os alunos, Vargas se preparou previamente. Enviou a pergunta “Se você estivesse se formando agora, o que e como faria para entrar no mercado de trabalho?” para 40 jornalistas de todo o Brasil. A partir de 30 respostas recebidas, montou uma apresentação de slides com profissionais de todas as áreas: repórter de TV, rádio, multimídia, assessor de imprensa, produtor de conteúdo, empreendedor e outros.

“Sempre falo de mercado. Atuo na chefia há muito tempo. Acabo tendo muito contato com jovens jornalistas nas seleções”, explicou Vargas, que trabalhou como editor também no Diário Catarinense, Veja e Diário de Santa Maria. Segundo ele, a ideia da apresentação é instigar e provocar reflexões entre os estudantes que estão prestes a adentrar no mercado de trabalho.

Foto: Cassiano Cardoso

Entretanto, ele começou a fala para os alunos já mostrando um ambiente de passionalidade para com o jornalismo. “Se você acha que o volume de demanda pessoal é maior que aquele que você quer dedicar, acenda um alerta. É preciso realmente gostar de jornalismo. Se expressar, se comunicar. Ser curioso”, apontou.

De acordo com Vargas, há espaço para todos no Jornalismo. “Tem rádio, TV, jornal, revista, assessoria de imprensa – pública e privada. Mesmo o jornalismo alternativo e ativista. Tem espaço também. Com tudo isso, tem que construir tua biografia com tuas experiências”, dissertou o editor-chefe de ZH, que tem mais de 35 anos como jornalista.

Segundo ele, ainda há espaço para todos, mesmo com a “crise do jornalismo” que muito tem se falado. “Não tá mais difícil, nem mais fácil. Tá diferente. Os veículos utilizam todas as mídias disponíveis no online. O modelo apenas que está mudando e as empresas precisam se atualizar”, opinou. Para Vargas, nunca foi tão necessário o trabalho do jornalista, principalmente pelo aumento das notícias falsas. “Nunca as pessoas buscaram tanto as informações. No auge de ZH impresso, tínhamos 190 mil exemplares. Hoje, chegamos à 12 milhões no online”, contou.

Vargas considera que há uma mudança na perspectiva de trabalho do jornalista, jogando a luz para um outro lugar que não nas posições dos veículos tradicionais. “O modelo de negócio está em discussão, pois ainda está sendo montado. Estão sendo postos à prova”, frisou. E, para ele, muito dessas novas perspectivas de mercado vêm da conversa de bar depois da aula. “É a soma de atributos dos profissionais que vai construir um novo caminho.

Para o ingresso no mercado de trabalho, ele conta que todo o trabalho já produzido é um ponto forte. “Ter conteúdos e links para compartilhar nas entrevistas. São esses produtos que serão o cartão de visitas de vocês”, lembrou. Porém, Vargas enxerga os novos ambientes de produção como novos espaços de mídia para produção de conteúdo e uma nova formação de jornalistas. Como os jornais alternativos, que ele apresentou através do mapa realizado pela Pública.

Nos slides, os destaques ficaram para os trainees e atividades de grandes veículos como a Folha de S.Paulo e a própria Zero Hora. Outra ideia bastante frisada na pesquisa de Nilson Vargas foi a diversidade de atividades que o jornalismo proporciona. “Existem oportunidades e cursos mais ecléticos. É preciso ter coração aberto para essas atividades que o jornalismo nos oferece”, apontou.

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