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Em Pauta ZH traz Mônica Bergamo para discutir jornalismo político
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Tradicional evento promovido pelo Grupo RBS, o Em Pauta ZH deste ano trouxe a jornalista e colunista da Folha de S.Paulo e da BandNews Mônica Bergamo para discussão. Com a presença de diversos profissionais de comunicação da Capital e assinantes de Zero Hora, Mônica conversou sobre os principais temas de sua coluna: jornalismo, economia e celebridades. O debate ocorreu no Salão Nobre da sede da RBS e foi mediado pela também jornalista e colunista de ZH Rosane de Oliveira, na chuvosa noite da última terça-feira na Capital.

Mas não apenas em Porto Alegre esteve nebulosa naquela noite. Em Brasília, as delações da Odebrecht para a Lava-Jato também deixava a Capital Federal mais cinzenta e, claro, o tema da cobertura da investigação veio aos holofotes na visita de Mônica Bergamo à ZH. “Investigar uma operação tão complexa e cheia de personagens como a Lava-Jato é extremamente difícil, ainda mais com uma delação tão longa e tão completa como a da Odebrecht”, relatou a jornalista.

Ela ainda comparou a própria cobertura com a do Mensalão, entre 2005 e 2006. “Agora é uma infinidade de personagens. Na época, nós sabíamos exatamente quem buscar para entrevistar. Era Joaquim Barbosa de um lado, José Dirceu de outro. Agora, há um grande bloco político envolvido”, apontou.

Mônica considera que as pessoas separam a investigação entre o “bem” e o “mal”, mas não é bem assim. “Muitas vezes a gente mostra uma notícia em que o ‘bem’ não é absoluto. Que alguns procuradores acabam tendo posturas não condizentes na opinião de outros magistrados. Isso provoca uma reação grande como se estivéssemos aliados a bandidos”, explicou.

Entretanto, ela lembra os leitores, que geralmente aparecem mais ferozes nas redes sociais, sobre outras matérias produzidas onde faz outros apontamentos também aos políticos, dando mais credibilidade no posicionamento. “Às vezes a pessoa te escreve e se nota que é uma pura desinformação. Aí você coloca links de outras notas produzidas por mim e conta que precisa-se ouvir também os réus, mas, por fim, eles até agradecem e entendem que não tinham conhecimento”, destacou a colunista.

Encontro aconteceu no Salão Nobre do Grupo RBS. Foto: Cassiano Cardoso

Mas não apenas a Lava-Jato foi pauta no debate entre os comunicadores. Mônica também detalhou um pouco sobre sua equipe e relação com as fontes. “Boa parte delas tu vai conquistando com o tempo. No jogo político, as peças mudam muito de lugar. Às vezes tu conheceu alguém muito antes de ser ministro e agora tá nessa posição. Assim vai mudando”, explanou.

Mônica também relembrou de alguns casos curiosos da carreira. Como quando foi alvo de uma inverdade da também jornalista Maria Lima, de O Globo, que a acusou de petista na cobertura da votação do impeachment. À época, a colunista da Folha havia chegado atrasada e conseguiu uma credencial, que também havia sido distribuída para outros jornalistas (inclusive de O Globo), para ter acesso ao plenário. “Aquela informação dela se tornou algo gigante. Recebi mensagens de muitos amigos me perguntando sobre o que havia acontecido”, relembrou como um caso em que um boato a denegriu nas redes.

A plateia contou com profissionais conhecidos da imprensa gaúcha, como as jornalistas Aline Custódio, Kelly Matos e Marta Sfredo, todas do Grupo RBS. Além de profissionais e estudantes de comunicação convidados pela Zero Hora para participarem do evento.

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