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Empreendedorismo gastronômico se transforma na crise
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Os nomes Daniel Seligman e Rafael Jacobi são conhecidos no mundo gastronômico porto-alegrense. Eles, além de cozinheiros, são empreendedores e conseguiram transformar seus negócios durante a crise.

A história de Daniel Seligman no empreendedorismo começou fazendo o que ele mais gosta: cozinhando. “Eu sempre quis ter um negócio, mas queria ter mais experiência porque eu via que quem não tinha essa experiência não ia pra frente”, revela. Após trabalhar dentro de restaurantes e com eventos, surgiu a oportunidade de abrir, com mais três sócios, o seu próprio negócio, o D.MZ Cozinha Criativa.

D.MZ Cozinha Criativa faz eventos exclusivos para os clientes. Foto: Divulgação

Foi em novembro de 2014 que o sonho saiu do papel e Seligman começou um restaurante do zero. “Eu abri quando a crise chegou, por isso foi bem difícil já que o público alvo era de classe média alta e muita gente cortou as idas ao restaurante”, recorda. Neste momento, o cozinheiro e os sócios tiveram que fazer adaptações a crise econômica e de segurança que a capital gaúcha passa.

“Em 2015 foi ruim, mas 2016 foi ainda pior, vimos o movimento no almoço cair e não encontrávamos o problema”, conta. O problema foi encontrado: os pratos que eram à la carte e mudavam todos os dias da semana, começaram a serem modificados a cada uma semana. Além disto, o valor do almoço baixou, um buffet de saladas foi colocado no local e eles começaram a focar em eventos.

De acordo com o cozinheiro, o mercado está sempre mudando e não se pode ter medo de ousar. “Não precisa fazer o que todo mundo faz, é muito mais fácil ter sucesso se investir em algo que ninguém fez”, aconselha.

No caso de Rafael Jacobi, o empreendedor vem de uma família de cozinheiros, mas só depois de ficar amigo de grandes chefes, como Alex Atala, ele trancou o curso de Publicidade e Propaganda e se jogou de cabeça no mundo da gastronomia. O profissional foi para a Austrália e voltou de lá formado no ramo.

Foi em 2007 que o WOK nasceu, um restaurante de comida tailandesa em Porto Alegre e que tem como proposta experiências gastronômicas completas. O empreendimento ganhou o prêmio de Melhor Cozinha Tailandesa da Revista Sabores do Sul em 2014 e está em constante transformação para acompanhar o mercado.

Rafael em noite de evento no WOK. Foto: Arquivo Pessoal

A estrutura do empreendimento mudou ao longo dos 10 anos de mercado. Ao invés de manter o estilo tradicional de almoço e janta com um cardápio fixo, Jacobi trouxe ao WOK um menu exclusivo e personalizado. O WOK Side Chef é esta proposta de jantares exclusivos e lançados através das redes sociais do restaurante.

“Nós acabamos com essa coisa chata de pagar a conta depois de jantar, o cliente paga de forma online ou pelo celular e ainda pode fazer em 10 vezes se preferir”, conta.

Além da ideia dos jantares exclusivos, o chef investiu em eventos para empresas, aniversários e jantares mais intimistas. “Nós fazemos um trabalho sob medida para cada cliente, tudo do jeito que ele quer e gosta de comer”, explica Jacobi. De acordo com o profissional, as pessoas tem que customizar o seu produto, mesmo que seja um desafio para ele como chefe.

Quando perguntado sobre um conselho para os profissionais novos neste setor de empreendedorismo na gastronomia, Jacobi responde que a persistência é fundamental. “É necessário também contar uma história que seja verdade, no meu caso eu aprendi a cozinhar com uma tailandesa, eu tenho essa verdade para contar”, confidência. O chef também complementa dizendo que ser humilde e acreditar na sua ideia é indispensável para o negócio ir além.

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