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Nenhum de Nós é teimoso
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Teimosia é a palavra que o músico Thêdy Corrêa utilizou para descrever o que liga a  Nenhum de Nós ao longo de mais de 30 anos de carreira. Em entrevista para o portal Mescla, o vocalista fala sobre os processos criativos que movem a banda gaúcha ao longo desse período.

À convite da Escola de Indústria Criativa, o Nenhum de Nós se apresentou com um pocket show no Anfiteatro Padre Werner, durante o encerramento da cerimônia do Prêmio Unicos, em São Leopoldo. Após as premiações, a banda interpretou nove hits da carreira musical, incluindo o grande sucesso de estreia  Camila, Camila, lançado em 1987, e demais hits da década de 90, com Eu Não Entendo, Julho de 83, Você vai Lembrar de Mim. Atendendo ao pedido de bis da plateia, formada por cerca de 600 pessoas, a banda se despediu com Astronauta de Mármore, uma releitura da clássica canção Starman, de  David Bowie,  lançada pela Nenhum em 89.

 

Foto: Gabriela Höerlle

Com a formação original desde o surgimento, em 1986, o Nenhum de Nós é formado por Thêdy Correa, Carlos Stein, Veco Marques, Sady Homrich e João Vicenti. Os cinco membros construíram e consolidaram a Nenhum de Nós na cena nacional do pop rock, tendo feito mais de 2 mil shows em todo país. Para manter o pique, Thêdy afirma que é necessário apostar na inovação das produções musicais. “O que eu vejo hoje é que tem muita gente com conhecimento técnico, com conhecimento teórico, mas pouca aplicação estética, pouca proposta estética. Existe muita cópia, muita imitação, muito andar em torno das mesmas referências. Então uma coisa que eu sempre achei legal nos anos 80 é que os artistas eram muito de buscar, em um determinado, inovar”.

A exemplo disso, o músico cita o décimo sexto disco da Nenhum de Nós, chamado “Sempre é Hoje”, lançado em 2015. Nesse trabalho, o produtor JR. Tolstoi, conhecido por trabalhar com bandas emergentes na cena carioca, foi convidado para trazer à luz as novas canções da banda gaúcha.  O desafio de misturar referências apresenta um resultado singular no disco, que conta com 10 músicas. Com essa experiência o artista  “sai da tua zona de conforto e busca uma outra solução, busca outra cara, traz provocação”, afirma Thêdy.

Além da inovação e da necessidade de se desafiar, Thêdy também acredita que a inspiração é o principal combustível para concretização de uma carreira. “Inspiradas as pessoas se motivam, elas produzem, elas conseguem levar adiante algum projeto. E quando tu tens inspiração, às  vezes tu nem sabes exatamente qual caminho vai tomar, mas tu sabes que tu quer tomar um caminho”, declara o músico.

A experiência de estúdio e de estrada deu aos músicos um ritmo profissional e paciência. “A gente não fica se antecipando nem deixando o repertório envelhecer nas nossas mãos”, explica Thêdy. Com mais de três décadas de trajetória, atualmente a banda respeita o próprio fôlego. Mas, quando surge alguma agenda específica, a coisa muda: “A gente cria um ambiente de motivação para cada próximo trabalho, vai lá e corre a maratona”, relata o músico.    

Coisa de gente teimosa, que vê na arte uma libertação criativa. Para Thêdy, a obstinação é um elemento que agrupa os cinco integrantes da Nenhum de Nós em torno de novas propostas musicais: “Acho que a gente conseguiu ter uma sorte, que o destino nos ajudou em botar esses caras que tem essa obsessão em torno de uma ideia, de música em comum”.

Ou seja, toda essa trajetória e seus reflexos não são frutos exclusivos do talento, mas sim da determinação dos músicos.  “As pessoas que estão começando, mas que tem alguma ideia do que querem fazer da vida, elas têm que buscar inspiração. Isso se transforma em conhecimento”, ressalta Thêdy Côrrea. Atualmente, a Nenhum de Nós segue com apresentações em todo o Brasil com as turnês “Sempre é Hoje Tour” e “Acústico 1+2 = 30”.

 

 

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