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Igualdade de gênero e feminismo são temas do projeto MORE GRLS
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Em um mercado de trabalho predominantemente masculino, as mulheres da indústria criativa têm lutado por mais espaço dentro das agências de publicidade e design. E ir atrás da igualdade de gênero dentro dessa indústria ainda é um caminho a ser percorrido. Por isso, a publicitária Laura Florence e a designer Camila Moletta criaram o projeto MORE GRLS, que visa buscar equilíbrio de gênero dentro das agências de propaganda. 

Laura Florence é publicitária, criativa, redatora e vice-presidente de criação da agência de comunicação LOV. Camila Moletta é designer e já trabalhou em escritórios de design no Rio de Janeiro, São Paulo e Londres. Em 2013 foi chamada para ministrar a aula de Design Influencers, do curso Design Gráfico da Miami Ad School.  As duas se conheceram pois trabalhavam no mesmo prédio, mas em escritórios diferentes. 

Na última sexta-feira, Camila e Laura participaram de um evento da Associação Riograndense de Propaganda para falar sobre o MORE GRLS. Segundo as palestrantes, o projeto pretende se tornar o maior mapa de talentos femininos nas áreas de publicidade, design e conteúdo para que todos possam conhecer e valorizar as criativas que estão no mercado. Lá, Laura ressaltou o quão importante foi ter a presença de homens na plateia: “Esse assunto também é para eles, mais para eles do que para gente. Nós somos as maiores impactadas. Sempre que possível, encoraje o colega, publicitário ou amigos para a discutir esse tema”, afirma. 

A publicitária trouxe à discussão como a propaganda estimulou a criar a imagem de uma mulher idealizada por homens, trazendo como exemplo uma propaganda de anos atrás de uma marca de cerveja nacional. “Durante muitos anos, a propaganda foi responsável por ajudar a construir uma imagem machista. Não é minha essa fala, não sou que estou falando isso pela primeira vez, mas a propaganda criou alguns estereótipos idealizações da mulher que são muito difíceis de serem alcançados”.  

As mulheres são a maioria da população mundial, maioria da população brasileira, 85% do poder de compra e 65% delas não se sentem representadas pela publicidade. Segundo Laura, as agências têm gasto dinheiro dos clientes com mensagens que não identificam, que não conectam com ninguém: “A gente passa o tempo inteiro tentando aumentar essa conexão e hoje, nessa cultura de mensagens, não conectar é muito grave”.  As palestrantes explicaram também o porquê precisamos do feminismo: “Hoje, é mais fácil você se tornar uma astronauta brasileira e fazer um programa para ir pra lua, do que estar dentro de uma agência de publicidade como mulher. Temos 30% de astronautas brasileiras, contra 20% de criativas dentro das agências”, afirmou Laura. 

Camila apresentou as expectativas do MORE GRLS para a inclusão de mais mulheres nas agências. Segundo ela, tudo depende de quatro fatores: a agência, clientes, recrutadores e imprensa especializada. Para as agências, espera-se ter 50% de mulheres na criação até 2020. O clientes devem exigir que a meta de 50% de criativas seja cumprida no ano determinado. Os recrutadores devem manter a igualdade de gênero dentro da agência, selecionando o mesmo número de criativos e criativas, e imprensa especializada deve entrevistar pelo menos uma criativa por edição. 

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