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Professores e alunos contam como foi o SXSW
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Foto de capa: Onlyyouqj / Freepik

Na noite do dia 24 de abril, o Campus Unisinos Porto Alegre recebeu professores e alunos que participaram do festival South by Southwest (SXSW), em Austin (Estados Unidos). Para apresentar as ideias do evento, os professores Porã Bernardes e Daniel Bittencourt comandaram a palestra “Grandes Ideias SXSW by Unisinos”. O evento mostrou as últimas novidades do festival. O SXSW é um encontro que abrange cinema, música, design, inovação e tecnologia.  

Porã apresentou aos presentes um panorama sobre o festival, o que está mudando no mundo das mídias, da comunicação e dos negócios. Na edição deste ano foram apresentados mais de 4 mil conteúdos em uma semana de evento, e o Brasil foi o quarto país que mais levou temáticas para a edição deste ano. 

O professor e radialista deu início à palestra falando sobre sua percepção na revolução do mundo das mídias: “Em 1992, quando eu entrei no rádio, as coisas eram muito diferentes. Quando entrou o CD, digitalizou. E logo, as empresas começaram a se dar conta que não era mais necessário a presença do operador no estúdio, das rádios FM, as que tocavam música. Os locutores tiveram que assumir essa função de falar, produzir, fazer a programação e ainda operar a mesa e mixar os comercias e música. Era só o início de uma revolução no mundo das mídias”. 

De acordo com Porã, professores e alunos foram ao SXSW pra entender o que está acontecendo no mundo das comunicações. Para ele, o mundo digital impactou não só a maneira que a gente consome mídia e música, mas a maneira como somos. Mudou comportamento. 

Para Porã, a chegada do digital mudou a maneira como somos (Foto: Giulia Godoy)

“Era só o início de uma revolução no mundo das mídias”
Porã Bernardes

Entre os convidados da noite estava Ramiro Martins, da Cinco TI Viagens. Ele falou sobre o Austin Experience e como a cidade se prepara para a chegada desse grande evento de tecnologia. Conhecida por ser a capital da música ao vivo, Austin foi escolhida para sediar o SXSW por ser uma cidade onde qualquer pessoa se sente incluído e acolhido. Cada um tem sua percepção da cidade e do festival, e isso é o que faz o SXSW ser o que é. 

Para ilustrar melhor o conceito, Ramiro fez comparações entre Porto Alegre e Austin, tanto na questão cultural quando de cidadania. “Na capital do Texas, seu slogan é “Keep Austin Weird” (“Mantenha Austin estranha”), a população tem acesso ao dilúvio da cidade como uma piscina natural, algo inimaginável para Porto Alegre”. Para mostrar ainda as diferenças entre as duas cidades, é de costume dos habitantes ficar até tarde na rua, em estabelecimentos e praças. 

Logo após a apresentação de Ramiro, o professor Daniel Bittencourt se juntou ao aluno de Comunicação Digital Shahin Nasrabadi. Na apresentação, eles falaram sobre a participação de grandes personalidades atuais no festival e o uso de assistentes pessoais, deixando de lado os smartphones. Segundo o professor e o aluno, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, tem como objetivo tornar a capital do Reino Unido o lugar mais inclusivo do mundo. Além do prefeito, também assistira à palestra do CEO da Waymo , empresa de carros autônomos, John Krafcik, e do ator Mark Hamil. 

Shahin abordou a questão do uso dos assistentes pessoais nos Estados Unidos e o futuro da tecnologia sem telas. Nos Estados Unidos, as pessoas estão deixando de comprar celulares novos para comprar os assistentes pessoais, seja do Google, da Amazon, da Samsung ou qual seja a marca. As interfaces estão conquistando cada vez mais espaço no mercado tecnológico. 

Em seguida, a professora do curso de Gestão, Inovação e Liderança (GIL) Melissa Iesnovski apresentou o Brand Experience, a respeito das marcas na nova era da tecnologia. A professora apresentou um case da marca de roupa Amaro, em que o seu CEO, Dominique Oliver, afirmou que “O design de moda é guiado por dados”. Para a marca, desde o projeto das roupas à forma de ofertar o produto, vai ser guiado por dados, ou seja, tudo é data driven, tudo é orientado por uma base de dados. 

Os ex-alunos Felipe e Rafael falaram sobre a Banana Nude, empresa criada por eles (Foto: Giulia Godoy)

Além das roupas que são mostradas, a partir de base de dados segmentadas, ou seja, quem estará em determinada cidade, as modelos são diferentes tanto na pose, na etnia quanto na expressão facial. E tudo isso é feito a partir de testes A/B. 

O evento também contou com a participação de ex-alunos da universidade que atualmente atuam no ramo de negócios. Formados em Gestão da Inovação e Liderança pela Unisinos, Felipe Stumpf e Rafael Bohrer fundaram a empresa Banana Nude em 2017 e foram até o SXSW para aprofundar o conhecimento sobre anúncios, marketing e serviços.  

Para falar a respeito de moda e comportamento nas mídias sociais, a noite recebeu os diretores criativos e de conteúdo Dudu Rodrigues e Sarah Feltes, da empresa WT.AG. Os diretores afirmaram que houve uma necessidade da empresa, que já tem mais de 10 anos, de ver coisas novas e tiveram como oportunidade de conhecimento, o SXSW.  

Sobre influenciadores criativos, os palestrantes afirmaram encontrar um olhar refinado sobre o que de diferente acontece ao nosso redor. “É importante encontrar verdades nos influenciadores e a gente quer gente que fale como a gente, ou que fale com pessoas mais próximas do possível. Mas ser digital também é legal”, disse Dudu ao questionar as marcas sobre a distância com o seu público.  

Ao pensar no futuro, os diretores questionaram o porquê de as marcas de roupas famosas não usarem avatares, uma identidade virtual invés de ainda se comunicar por texto de redes sociais.  

“E se as marcas não tivessem só mais influenciadores e sim tivessem avatares? E se as marcas não falassem no seu Instagram em texto? E se a gente olhasse pro futuro e começasse a pensar na voz dessa marca? Comando de voz é o futuro. Em um mundo de moda, que a gente fala basicamente sobre imagem, pensar na voz para as marcas, é um grande desafio e é o futuro”, afirmou Dudu.  

Para Bittencourt, os assistentes pessoais foram destaque no SXSW (Foto: Giulia Godoy)

Seguindo as apresentações dos palestrantes convidados, o professor de Design da Unisinos e sócio da empresa MPQuatro, Cesar Paz exibiu o Design Experience do SXSW. Uma explosão de experiência nada linear e isso é o mais importante de tudo. Na fala do professor, ele apresentou o momento que o design ganha liberdade a partir da discussão de design thinking 

“A visão do design como um pensamento, como solução de um problema complexo, como uma forma diferente de pensar, começa a se libertar e vai na visão da inovação e da inovação organizacional. Isso vai acontecer de uma forma definitiva para prosperar o design de pensamento, a partir das novas estruturas, novas morfologias de sociedade que a gente está construindo”, afirmou o professor 

A respeito das novas interfaces, Cesar afirmou que o fim dos smartphones está próximo. Segundo ele, estamos dando início a uma construção, em grande escala, das novas interfaces. “A internet das coisas está entrando com essa visão, do design computacional e com um redesenho completo da relação como objeto, como marca. A forma que a gente acessa conteúdo, informação”.  

Show da banda Cartolas encerrou o evento (Foto: Giulia Godoy)

“Invés de deixarmos ‘footprints‘, vamos deixar ‘voiceprints‘”
Cesar Paz

Para o professor Daniel Bittencourt, falta um questionamento das marcas sobre os seus propósitos. ” É preciso ser autêntico, é preciso ser genuíno nesse discurso de marca, nesse posicionamento que a gente vive hoje. Campanhas em que a legitimidade do público ou da marca é reforçada”. Segundo o professor, é necessário haver três momentos: o primeiro de encontrar uma causa, o segundo sobre a questão cultural, e o terceiro em que a marca não se posiciona apenas no ponto de vista de um manifesto. 

E para encerrar a noite, estiveram no palco os apresentadores de rádio Mari Martinez, da Marquise 51, e Edu Santos, da agência de música Loop Reclame. Os convidados fizeram uma breve apresentação sobre o SXSW, antes de apresentarem a banda Cartolas.  

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