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Gastronomia como instrumento de melhoria social
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Um dos cases mais interessantes apresentados na FIC 2017 foi o Reffetório Gastromotiva. A Coordenadora do núcleo Rio de Janeiro Gastromotiva, Samantha Souza, palestrou sobre a iniciativa.

Buscando não ser apenas um local onde se serve comida para pessoas em situação de vulnerabilidade social, o Reffetório Gastromotiva foi criado para dar um algo a mais. No local, além de refeições bem elaboradas, feitas com alimentos de qualidade, mas que seriam desperdiçados, são trabalhados quatro pilares nos quais o projeto se baseia: o combate ao desperdício de alimentos, a capacitação profissional; a educação alimentar; e oferecer uma refeição com dignidade.

Os alimentos utilizados no Gastromotiva são todos doados por parceiros do projeto. A empresa parceira que mais doa entrega cerca de cinco toneladas de alimentos todo mês. Segundo Samantha, essa doação é boa para todos, pois quem doa desperdiça menos, e quem recebe consegue reaproveitar e ainda alimentar pessoas necessitadas. “ Recebemos alimentos como frutas que estão maduras demais, e não seriam comercializadas em supermercados, mas que ainda estão próprias para consumo, com isso utilizamos esses ingredientes para dar refeições a quem necessita”, explica.

O Reffetório Gastromotiva é um restaurante/escola comunitária. Lá, além de servir comida para quem precisa, são ministradas aulas de gastronomia. O intuito das aulas, além de ensinar a cozinhar, é mostrar que é possível fazer comida de alta qualidade com alimentos que iriam para o lixo. “Queremos provar que podemos fazer pratos que só seriam encontrados em restaurantes da mais alta gastronomia usando alimentos considerados descartáveis”, completou Samantha.

Uma das diferenças do Gastromotiva, é que eles recebem as pessoas na porta, com isso, tentam demonstrar proximidade, carinho, e principalmente, respeito por aquelas pessoas, graças a isso nunca tiveram problemas dentro do restaurante. “As pessoas se sentem bem com esse tratamento. Uma vez, um homem entrou um tanto alterado no restaurante, mas não o expulsamos, recebemos ele como qualquer pessoa que entra lá, e na saída ele veio nos agradecer, dizendo que fazia anos que não era tratado como gente e que não comia tão bem, foi muito emocionante”, disse emocionada.

   Para a coordenadora, o que mais motiva o projeto é ver como a gastronomia é capaz de mudar vidas, e como é legal quando as pessoas conseguem notar isso. “Um de nossos alunos conseguiu sair das ruas após o curso, e isso é muito gratificante. Saber que você fez a diferença na vida de alguém é incrível”, comentou.

Samantha encerrou dizendo que é muito importante que se acredite que é possível a mudança. “Pois, dar acesso a refeições para quem não tem o que comer não é uma inovação, e sim uma obrigação. É possível mudar, basta acreditarmos e agirmos. A mudança começa com nós mesmos, e ela precisa partir de dentro”, finalizou.

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