Durante a cerimônia de premiação dos trabalhos da Escola da Indústria Criativa, as bandas Terminal 470 e o coletivo Alquimia Espiritual trouxeram a legitimidade do rap para a Unisinos.
Na prévia da entrega do Prêmio Unicos, as rimas e o flow tomaram conta do lounge do Anfiteatro Padre Werner, com o show da banda Terminal 740. J. Fidelix, vocalista da banda, afirma que a motivação para escrever os versos está presente no cotidiano e na realidade da maioria dos membros. O próprio nome da banda, por exemplo, é alusivo à linha de ônibus que leva ao bairro Bom Jesus, em Porto Alegre, considerado um dos mais violentos da Capital. “A gente trouxe o nome da comunidade porque tem toda aquela história de que quem mora aqui não faz o bem, que só tem maloqueiro. E não é isso. Lá existem trabalhadores, pessoas que levam suas vidas, que fazem arte e promovem a cultura”, completa o vocalista.
Para DJ Ita, as vivências da banda também influenciam diretamente nas composições. “O próprio nome do nosso novo EP já fala o que é criatividade para nós”, defende o músico, referenciando o álbum recém lançado, chamado Coletivo. “A gente anda por vários lugares, cada integrante é de uma parte ou cidade diferente. É isso, é coletividade, a gente circula por tudo e isso nos inspira”, declara o músico.
Para dar abertura ao evento, o coletivo Alquimia Espiritual apostou no improviso. Do topo do Anfiteatro até o palco principal, os rappers Seco e Matias DKT, trocaram rimas, beatbox e interações com a plateia. As composições, feitas de imediato, despertaram o interesse dos participantes do Prêmio Unicos.
“Atenção é a fita mais importante”, destaca Seco ao comentar sobre o desafio do improviso. “E é preciso exercitar isso para captar a essência dos problemas que nos cercam. Consequentemente, podemos trabalhar num pensamento construtivo para uma solução. Acredito que essa é a raiz da criatividade”, defende o rapper.
Já para DKT, que veio da Argentina para atuar como músico e DJ no Rio Grande do Sul, a intervenção que o rap de improviso causa nas vidas das pessoas é a principal inspiração de seu trabalho. “É aquilo que a gente sente no momento, é a energia de todos. A gente vai improvisando sons ou dizendo palavras e com isso a gente vai fazendo arte”, completa o rapper.
O Prêmio Unicos reuniu cerca de 600 pessoas durante a cerimônia de premiação, na qual 29 projetos de alunos da Escola da Indústria Criativa foram agraciados. No final do evento, a banda Nenhum de Nós realizou um pocket show com os principais sucessos de sua trajetória.