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Estudantes da Unisinos viveram passagem histórica por Genebra  
"Em sua décima edição, o intercâmbio curricular do curso de Relações Internacionais levou alunos até a Suíça, onde puderam presenciar o momento em que o Brasil foi eleito para o Conselho de Direitos Humanos na ONU, e em meio a duas guerras"
Luísa Bell


O intercâmbio curricular do curso de Relações Internacionais da Unisinos é uma atividade acadêmica de natureza obrigatória voltada para os alunos que estão cursando o quinto semestre, e ocorre desde 2014. Mas em 2023, o evento tinha um diferencial: visitar a Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, e em meio às guerras entre Rússia e Ucrânia, e Israel e o grupo Hamas. 

Apesar do clima de tensão em que a Europa, Ásia e o Oriente Médio se encontram, Álvaro Paes Leme, um dos coordenadores do curso de RI, explicou que, em Genebra, o clima era tranquilo. Segundo o professor, apesar dos registros de protestos em frente à sede da ONU, tudo ocorreu de forma pacífica e respeitosa, sem preocupação das autoridades em relação a isso.    

Álvaro relata que não sentiu nenhum tipo de preocupação e que tudo ocorreu da mesma forma que outras edições do intercambio curricular. “Nossa única ressalva foi em relação ao fim de semana livre que os alunos têm. Só dissemos para eles que, se fossem para lugares como Paris ou outras cidades maiores, que ficassem atentos, mas não houve nenhuma preocupação maior.”


Papel fundamental 

De acordo com o coordenador, a ONU tem um papel importante para o sistema internacional. “O fato de que, no Conselho de Segurança, muitas resoluções acabam não sendo aprovadas em razão do poder de veto dos membros permanentes, pode fazer com que se questione a eficácia do Conselho e do próprio Sistema ONU”, ressalta o professor. No entanto, segundo ele, “o Sistema das Nações Unidas ainda é o fórum multilateral por excelência onde são debatidos temas de natureza variada e de impacto global, tais como segurança, saúde, educação, trabalho, desenvolvimento, migrações e refúgio e direitos humanos, entre outros. Igualmente no âmbito da ONU, por meio de seus diferentes programas, são articulados projetos de financiamento para áreas como meio-ambiente, desenvolvimento, educação, cultura, trabalho e infância, entre outras”, avalia.  

Protesto pró-Palestina em frente à sede da ONU, em Genebra (Fotos: Natan Couduro) 


Chance única para conversar com os diplomatas 

O egresso de Jornalismo da Unisinos Natan Cauduro estava no grupo. Agora estudante de Relações Internacionais, ele contou que o grupo teve a primeira semana voltada para visitações às sedes dos órgãos que compõe as Nações Unidas, como a da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos e, por último, a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).

Além disso, os alunos também tiveram a oportunidade de visitar as duas Missões Permanentes do Brasil. “São cinco dias com manhãs e tardes de visitas constantes, para aproveitar ao máximo esse período, para que a gente conseguisse ver e conhecer tudo”, aponta Natan.

Em Genebra, os estudantes visitaram as sedes da ONU, OMC, OMM e a missão permanente do Brasil na ONU (Fotos: Reprodução / Instagram do curso de Relações Internacionais) 

Já a segunda semana foi voltada para os estudos na Escola de Diplomacia e Relações Internacionais de Genebra.  O egresso explica que durante esse tempo, o grupo estudou com alunos de várias turmas diferentes, tanto de Graduação quanto de Mestrado, de acordo com um cronograma montado pela organização para que eles pudessem escolher as disciplinas que funcionam melhor para cada um.

Alunos de RI com os certificados de conclusão de curso entregues pela Escola de Genebra

(Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução: Instagram da escola) 

“A gente teve a oportunidade de conversar com muitos brasileiros que trabalham como funcionários internacionais do Sistema ONU em Genebra. Um momento sem igual foram as palestras realizadas por dois funcionários do Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos”, ressalta Natan.


Acompanhando a eleição com o embaixador  

Para o egresso, os pontos altos do intercâmbio foram as visitas ao Palácio das Nações, que é a sede da ONU, e à OMM, que não é muito conhecida, mesmo sendo responsável por vários estudos utilizados em notícias e trabalhos acadêmicos. “Foi uma coisa que me surpreendeu, porque eles são provavelmente a instituição da ONU que lida com mais frequência e mais peso com questões climáticas do mundo, além das relacionadas ao aquecimento global”, evidência Natan 

Para ele, que já atuou como repórter na Agência Experimental de Comunicação (Agexcom) da Unisinos, em um nível de coleta de dados, de produção de informação, a OMM é um agente da ONU muito importante, mas que, infelizmente, não é muito conhecida. “Normalmente, a gente vê dados publicados ou produzidos por eles, mas sem muito destaque, mas ela é uma organização superimportante”, completa.

Natan contou ainda que um momento de destaque foi poder acompanhar a eleição do Brasil para o Conselho de Direitos Humanos da ONU juntamente com o embaixador Tovar Nunes e o conselheiro Eduardo Souza. “Foi no dia em que fomos conhecer o escritório da missão do Brasil na ONU. Bem no momento da nossa visitação, acontecia a eleição do Brasil para o Conselho de Direitos Humanos. O embaixador ligou a TV da sala e, assim, a gente acompanhou a eleição junto com ele. E o Brasil foi eleito. Foi uma experiência única no nosso intercâmbio, da minha turma de 2023”, orgulha-se.

Alunos e o coordenador do curso de RI Álvaro Paes Leme com o embaixador Tovar Nunes no escritório da missão brasileira na ONU (Foto: arquivo pessoal) 


Costura histórica com organizações multilaterais 

Conforme Álvaro, que coordena o curso de juntamente com a professora Nádia Menezes, o curso de RI construiu uma rede de contatos para montar parcerias que viabilizam o intercâmbio. Com a Escola de Diplomacia e Relações Internacionais de Genebra, por exemplo, a aproximação foi pensada junto com o Escritório de Internacionalização da Unisinos. “Inclusive, nós sediamos aqui na Universidade, em 2013, um seminário em que cinco representantes da ONU vieram da sede de Nova York para Porto Alegre para apresentar oportunidades de trabalho na organização. Foi um momento importante, que nos aproximou das Nações Unidas”, explica o coordenador.

À esquerda, o coordenador Álvaro Paes Leme em uma visita com os alunos  

(Foto: Reprodução/ Instagram Relações Internacionais) 

Para Natan, o intercâmbio curricular tem como objetivo proporcionar aos alunos uma aproximação com a prática, além de inseri-los em um cenário mundial. “É uma forma de fazer com que a gente se conecte um pouco mais com essas instituições e, ao mesmo tempo, da gente se inserir num cenário mais global, porque dá a chance de falarmos inglês ou outra língua que a gente domine caso necessário.”

Natan no Palácio das Nações (Foto: arquivo pessoal) 

Além de Natan e o coordenador,  compuseram a comitiva da UNISINOS, 25 estudantes dos campi Porto Alegre e São Leopoldo e ainda a professora do curso Bruna Gorgen Zeca e Álvaro Augusto Stumpf Paes Leme.

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