Um dos maiores desafios ao falar de questões climáticas nas redes sociais é o negacionismo científico. Para os pesquisadores, o negacionismo é algo que se tornou comum hoje em dia, e o ódio é direcionado não só à mensagem, mas a pessoa que a carrega. Para a doutoranda e pesquisadora de mudanças climáticas, Karina Lima, ou Kari Lima, como é conhecida nas redes sociais, entende que é necessário enfrentar este problema para popularizar a ciência, como conta nesta entrevista que deu ao Mescla via WhatsApp.
O trabalho dela de conscientização para as mudanças climáticas começou no Twitter em 2021, rede que já havia utilizado antes, em 2020, fazendo conteúdos mais simples e esporádicos. Ela acredita que este tema não deve ficar restrito ao conhecimento acadêmico, e sim chegar na população em geral por meio das ferramentas disponíveis de comunicação, como as redes sociais.
Para Karina, há vários graus do negacionismo, desde a pessoa que está desatualizada ou não possuí fontes concretas, até a pessoa que não acredita na NASA, por exemplo, e fala que fontes confiáveis não são confiáveis. Assim, a pesquisadora tenta conversar quando vê que há uma possibilidade de uma troca de ideias e um diálogo saudável, como ela conta neste outro trecho da entrevista.
Ignorar é uma alternativa, em alguns casos. “Acaba sendo bom ignorar porque é geralmente são essas pessoas, os trolls, os haters, que vão te atacar de forma mais pessoal. Então é bom não dar nenhuma voz para pessoas, só ignorar mesmo e as vezes bloquear” explica Kari.
Kari Lima, Pesquisadora, acha importante que os conteúdos sobre mudanças climáticas saiam do círculo acadêmico e cheguem no público geral. (Imagem: Lisa Roos)
Workshop sobre Educação Midiática na Unisinos
Karina foi uma das participantes do 16º Workshop do Redes cordiais, com o foco em educação midiática para os influenciadores.
Dentro das redes sociais, é importante que os influenciadores saibam como lidar com o ambiente tumultuado, explica Clara Becker, especialista em combate à desinformação e cofundadora do Redes Cordiais “Nós entendemos a ascensão desses novos comunicadores, que são os influenciadores digitais e como eles são atores estratégicos que precisam ser engajados e conscientizados da responsabilidade que carregam na luta contra a desinformação e os discursos de ódio nas redes sociais”. Nesta parte da entrevista, Clara explica sobre a importância do workshop e do redes cordiais.
Clara Becker, uma das fundadoras do Redes Cordiais, acredita no papel fundamental dos comunicadores e influenciares no combate à desinformação. (Imagem: Lisa Roos)
O que é o Redes Cordiais
O Redes Cordiais é um projeto de educação midiática que capacita comunicadores e influenciadores digitais de diferentes bolhas a combater a desinformação e o discurso de ódio nas redes sociais. Criado no início de 2018 entre uma conversa de três amigos jornalistas, Clara Becker, Guilherme Amado e Alana Rizzo, com a missão de construir redes mais saudáveis e confiáveis.
A organização foi fundada há por três jornalistas, e busca, através de workshops para influenciadores, instruir como identificar e combater notícias falsas, como responder a discursos de ódio e ataques nas redes sem amplificar a violência, sempre abordando a importância da comunicação não violenta. A jornalista, que conversou com o Mescla via WhatsApp comenta sobre o surgimento do Redes Cordiais, como se pode ouvir neste outro trecho.
Quer saber mais sobre educação midiática? Veja os conteúdos disponibilizados neste blog, organizado a partir de um programa realizado ao longo do ano passado e que concentra uma série de entrevistas e artigos sobre o tema.