SEO significa Search Engine Optimization, que quer dizer otimização de mecanismos de busca. Mais do que uma sigla, o SEO virou uma prática para impulsionar as pesquisas dos usuários nos sites de busca, como o Google. Quanto melhores forem as estratégias de SEO implantadas, melhor será a posição da página nos resultados e, consequentemente, mais cliques o site irá receber. 

André Roca trabalha como Head de Marketing na Redator Hacker, agência de conteúdo com foco em SEO. Já atuou como jornalista em redações como clicRBS, GZH, Globo Esporte e Terra e é doutorando em Escrita Criativa pela UFRGS. Ele considera o SEO como uma prática que deveria ser adotada por todos os jornalistas. “É claro que estamos falando de conteúdos que tenham uma atemporalidade e certa relevância, não factuais, onde se pode modificar o material para encaixá-lo no modelo mais valorizado pelos mecanismos de pesquisa”.  

“Quando vamos atender um cliente, não importando a área, o primeiro trabalho é de pesquisa, de levantamento de palavras-chave. E, a partir disso, ver quais palavras já estão sendo usadas e quais são aquelas que o cliente ainda não explorou, por desconhecimento ou por falta de mão-de-obra. Montamos, então, um plano de ação”. 

Todos os assuntos vão reforçar a palavra-chave principal e vão fazer com que o texto, num médio a longo prazo, comece a ter uma relevância. “Então, o cliente começa a ter mais acessos no seu blog, consegue vender mais o seu produto”, diz André. 

“É diferente de uma redação tradicional (jornalística), onde você vai trabalhar com informações factuais. No caso do SEO, a gente sempre pensa em como levar, como transformar uma palavra-chave que tem um volume de buscas alto em algo positivo para quem está nos contratando”. 

SEO no Jornalismo  

O Jornal Extra Classe é um dos veículos que passou a adotar as técnicas de SEO para a produção das matérias: “Não é só uma questão de linguagem, é também uma questão de aplicativos e plug-ins atualizados, o que é trabalho da equipe de T.I.”, explica a editora-chefe da publicação, Valéria Ochôa.  

 

 

Ela explica que o Jornal contratou uma empresa para executar uma consultoria que realizasse o planejamento e adequação das matérias para os parâmetros exigidos pelas técnicas de SEO. 

Valéria menciona como práticas importantes de SEO: ter um título objetivo; uma linha de apoio que dê suporte ao título; frases bem informativas e fluidas; meta-descrição do conteúdo; palavras-chave relevantes; ligação entre um parágrafo e outro, para desencadear a leitura; definição de tags que possibilitem o aparecimento do artigo nos resultados de pesquisa; e distribuição de intertítulos. “O SEO gosta de repetir palavras. A palavra-chave pode estar no título, na linha de apoio, no primeiro parágrafo… O leitor faz sempre uma leitura “flash” do conteúdo”, comenta. 

“Eu me formei na década de 1990. Então, eu sou de uma geração em que se primava pela elaboração do texto, tínhamos que produzir textos mais elegantes, mais rebuscados. Hoje, não. Atualmente, diante da quantidade de conteúdo que está disponível para o leitor, quanto mais objetivo você for para passar a sua mensagem, mais efetivo você vai ser”. 

O SEO prioriza a facilitação da leitura. O leitor, principalmente o leitor de Internet, não dispõe de muito tempo para permanecer em uma única página. “Deve ser uma leitura que você leia e entenda imediatamente, não tenha que parar para pensar. Tem matérias do Extra Classe em que o leitor fica de 5 a 7 minutos. A média geral de leitura dos materiais do jornal é de 4 minutos. E isso já é muito alto”, diz Valéria. 

Os mecanismos de busca passam constantemente por mudanças nos seus algoritmos, então esse é um processo muito dinâmico, em que o profissional deve sempre se manter atualizado, entendendo como os “robozinhos” se comportam e o que eles valorizam.  

André Roca reforça a ideia de que este deve ser um trabalho ético e sério, jamais de mera cópia do conteúdo de outras páginas. Até porque, segundo ele, o Google e outros instrumentos de pesquisa conseguem identificar a relevância do que está publicado nos sites e sempre procuram quem consegue fazer a entrega do melhor resultado para as pesquisas.  

Ele dá o exemplo de uma indústria farmacêutica que queira escrever sobre colágeno: “de repente, nosso primeiro texto é “O que é colágeno?” e a gente fica se perguntando “como o meu texto não aparece na primeira página de pesquisa?”. A resposta é: porque, simplesmente, tem muita gente escrevendo sobre o assunto e, ao invés de falar sobre isso, você vai ter que procurar termos relacionados a colágeno para poder apresentar o seu material”.  

A importância do hiperlink  

As estratégias do SEO podem ser divididas entre ON-PAGE e OFF-PAGE. O primeiro se refere ao conteúdo da página, como uso de palavras-chave, links internos e até mesmo a qualidade do conteúdo. Já o segundo tem a ver com os links de relevância recebidos de outros sites e menções à marca, ou seja, é a presença do seu nome fora da sua página. Em ambos os casos, a “linkagem” é muito importante. Trazer hiperlinks de forma natural ajuda com que o conteúdo permita ao usuário um melhor embasamento e visualização de referências trazidas no texto. 

A principal forma de se medir o sucesso de uma estratégia de SEO é pelas plataformas, como o Google Analytics, que permite visualizar dados de audiência do site e quais pesquisas levam as pessoas até determinada página. 

Um conceito importante no SEO é o de landing page. Esta pode ser qualquer página do seu site, na qual deve conter um conteúdo específico. Você pode ter várias landing pages em seu site, e elas devem ser otimizadas e ranqueadas de acordo com a importância, através do conteúdo e das palavras-chave. Assim, as ferramentas de busca irão ranquear as mais relevantes e mais acessadas. É importante sempre pensar no público-alvo de cada página. 

A grande maioria desse público-alvo acessa as páginas disponíveis na web através de meios móveis, principalmente os celulares. André Roca, então, afirma que todos os textos são pensados nesses dispositivos, onde a tela é pequena e o carregamento muitas vezes depende de uma conexão à Internet fornecida por um provedor de rede móvel, que é inferior à de WiFi, por exemplo. 

Por isso, o texto direcionado para esses meios deve ser escrito em parágrafos curtos, visando facilitar a rolagem da página. As imagens e vídeos devem ser otimizadas, para que o site não seja sobrecarregado e leve muito tempo para carregar. “O texto é feito pensando naquela pessoa que está na rotina, dentro do ônibus, buscando dar a resposta àquela questão que a pessoa quer descobrir. Um bloco muito grande de texto pode dificultar. Se ele tiver que parar tudo que está fazendo para ler, ele vai para outra página”, diz André.  

O Design como fator de engajamento  

Juliana Coin, jornalista, social media, embaixadora da Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil e consultora de SEO, aponta para a forma como o leitor, antes de começar a ler, visualiza e “escaneia” a página como um todo. Se ela está organizada, o público tende a permanecer na página. Aí entra o trabalho de layout e design. “Sabe quando você entra em um site e ele está todo poluído, cheio de coisas para você clicar? Você não vai dar valor para aquele conteúdo. Então, o design da página é muito importante para as pessoas ficarem”. 

“Textos grandes, com parágrafos grandes, podem ser textos muito bem escritos, mas não necessariamente vão ser textos responsivos ao usuário. É preciso, também, organizar o texto de uma forma que faça com que ele seja bem lido, e seja um texto prático”, diz Juliana. A jornalista lembra que os textos geralmente são lidos em telas com luz branca, o que pode cansar os olhos muito facilmente. 

A URL é um fator igualmente importante nas estratégias de SEO. Ela deve ser a mais curta possível, contendo apenas a palavra-chave principal ou o título da matéria da qual aquela página vai falar sobre. Excessos na hora de compor a URL são malvistos e nada eficientes na hora da pesquisa.  

“Temos que pensar que estamos num país onde a acessibilidade à Internet ainda é um problema. A maior parte das pessoas que utilizam Internet hoje têm o acesso à informação por celular, muitas vezes apenas pelas redes sociais. Então, temos que pensar que tipo de público está lendo aquela página”. 

A plataforma Google Ads é citada por Juliana como uma ótima ferramenta para definir metatags. Lá são mostrados os termos e palavras-chave mais pesquisados pelo público e comparações com outros termos semelhantes, mostrando qual é o melhor a ser escolhido na hora da publicação. 

A utilização de vídeos e imagens sempre é muito bem-vinda. Os vídeos, preferencialmente, devem ser do canal da própria organização dona do site, e as imagens não devem ser tão grandes a ponto de prejudicar o rolamento da página.

“Quanto mais um conteúdo for denso no sentido de aprofundamento, melhor vai ser. Pense que eu sou uma professora querendo dicas de atividades para fazer com os alunos. Se eu tiver uma imagem ou vídeo explicando como fazer, isso vai ser muito mais atrativo para mim, porque eu não vou só ler e imaginar, eu vou poder visualizar o que está sendo dito. Então, é sobre se colocar no lugar do usuário”, diz a jornalista. 

Juliana ainda cita o índice como uma alternativa interessante para textos longos, já que, com o auxílio dele, o usuário que procura uma resposta específica pode clicar direto na seção que deseja. 

Com a ajuda de estratégias eficientes, é possível fazer com que conteúdos relevantes cheguem ao público-alvo de forma ágil. Levando em conta tudo o que foi falado até aqui, pode-se ter uma noção sobre como funcionam estas estratégias e como elas melhoram o engajamento de páginas. 
 

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