No dia 1° de junho, o jornal americano The New York Times anunciou o fim da função de ombudsman. A notícia recebeu muitas críticas e repercussões de estudiosos e profissionais de comunicação. Elizabeth Spayd era quem estava ocupando o cargo, que anteriormente já havia recebido cinco profissionais desde sua criação.
O veículo, na tentativa de explicar a decisão, disse que, apesar da exclusão no ombusman, aumentarão a possibilidade de comentários em suas plataformas. A professora e jornalista Sabrina Franzoni comentou sobre o assunto: “Alegar que o público terá mais espaço não é justificativa suficiente para extinguir a representação dos leitores dentro dos veículos. O ombudsman contratado pelo veículo tem uma função importante como mediador e crítico do conteúdo jornalístico”.
Sabrina acredita que a decisão do jornal The New York Times foi equivocada, pois entre as funções mais primordiais do jornalismo está a confiabilidade passada ao público sobre informações verdadeiras. “O papel do jornalismo diante às fakes news tem se renovado e fortalecido, principalmente quando tratamos da credibilidade que os veículos adquirem frente às fontes alternativas”, diz.
Na visão da professora de Jornalismo Investigativo e diretora da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Luciana Kraemer, a atitude do jornal americano foi um retrocesso. Para ela, um jornalista fazer a crítica do material jornalístico do próprio meio transmite muita credibilidade, pois é alguém que domina as práticas jornalísticas e que está preocupado em discutir eticamente esse olhar.
“Ao dizer que vai deixar de manter essa função, o The New York Times certamente terá um impacto, não sei se no Brasil diretamente, mas terá sobre a própria função. Acho que os leitores que querem fazer uma leitura crítica da mídia – a partir do olhar qualificado de um jornalista – vão perder e nós, professores, e que estamos fazendo sempre esse exercício reflexivo também”, explica Luciana.