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#Amazônia #expedição #gestãoambiental
Curso de Gestão Ambiental faz viagem à Amazônia pelo Rio Negro
"Expedição com professores da Unisinos inaugura parceria que pode levar alunos de outros cursos a conhecer o projeto em julho"
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As professoras Adriane Brill Thum, coordenadora do curso de Gestão Ambiental da Unisinos, e Elisa Kerber Schoenell participaram em fevereiro de uma expedição à Amazônia. A viagem foi organizada pela Academia Amazônia Ensina, uma instituição de educação, aprendizado e pesquisa para o ensino da sustentabilidade econômica e ecológica.


O projeto se chama Amazônia 21. Foram oito dias navegando pelo Rio Negro a partir da cidade de Manaus, passando por comunidades ribeirinhas e indígenas. De acordo com Adriane, a viagem proporcionou momentos de muito estudo, trocas, ideias de projetos futuros e a experiência de ter vivido a Amazônia.  


As professoras visitaram institutos, projetos e museus importantes da região, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). Foi no Idesam que elas puderam conhecer o Programa Prioritário de Bioeconomia e o Projeto Carbono Neutro. Além disso, visitaram o Museu da Amazônia (MUSA), onde observaram a floresta Amazônica de cima. No topo de uma torre de 40 metros, as professoras viram o pôr do sol e o anoitecer. 




Elisa (esquerda) e Adriane observam a floresta Amazônica do alto da torre de 40 metros do MUSA
(Fotografia: Arquivo Pessoal / Adriane Brill Thum)




A professora Elisa, que se envolve com disciplinas ligadas à qualidade ambiental e gerenciamento de resíduos, ressaltou o quão impressionante foi observar a água evaporando das copas das árvores. Logo esse vapor se tornaria nuvens, como parte do processo conhecido como evapotranspiração. Já a professora Adriane trabalha na área de geociências, com ênfase em topografia, atuando em temas como georreferenciamento, geoprocessamento e sensoriamento remoto. 


“Falar da Amazônia hoje, para mim e para Adri, vai ser diferente. A gente tem tantas curiosidades para contar, tantas questões que a gente viveu, respirou, tem fotos para provar, vídeos, enfim. Acho que interessa muito mais os alunos”, explicou a professora Elisa.  


Adriane destacou que é ali que se formam os “rios flutuantes”, massas de água que se precipitam por todo o continente e que interferem no clima global. Naquele dia, após o anoitecer, elas participaram de uma trilha noturna orientada, que proporcionou mais descobertas sobre a fauna e flora amazônicas.



Elisa e Adriane ao pé de uma enorme Tanimbuca, na sede do INPA
(Fotografia: Arquivo Pessoal / Adriane Brill Thum) 



As professoras também tiveram um momento de troca de conhecimento com o diretor executivo do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), Geraldo Feitoza, em uma conversa sobre como é possível unir a biodiversidade e a tecnologia no século XXI. O itinerário também incluiu o Museo do Homem do Norte, onde assistiram a palestra “Introdução ao Panorama Indígena do Alto Rio Negro”, com o professor Gilton Mendes (UFAM) e o mestrando Jaime Diakara, da etnia Desana. No Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), aprenderam mais sobre os Desafios e Potencialidades da Biotecnologia na Amazônia. “Existem muitas opções para pesquisadores na região Noroeste do Brasil”, frisou Elisa.  


A RDS e as ideias de projetos que começaram a “fervilhar”  


“Ficamos hospedadas em Manaus entre domingo é terça-feira. Na quarta-feira, bem cedo, fomos para o porto, de lá pegamos uma embarcação pequena e, depois, um barco grande. Navegamos por cerca de cinco horas. Na sequência, fomos até uma comunidade ribeirinha”, contou Adriane. Ela e Elisa visitaram a comunidade indígena Cipiá e passaram quatro dias na comunidade ribeirinha do Tumbira, que faz parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro. 


“Essa comunidade, especificamente, onde ficamos hospedadas, se transformou em uma unidade de conservação e, a partir disso, a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), junto de outros institutos e ONG’s, foram lá dar assistência para essas pessoas. Atualmente, a comunidade não explora mais floresta de forma destrutiva”, explicou Adriane. 


A bordo de uma embarcação grande, Adriane e Elisa navegaram pelo Rio Negro por cinco horas
(Fotografia: Adriane Brill Thum) 



Foi nesse momento da expedição que muitas ideias de projetos de gestão ambiental começaram a fervilhar. “A questão do saneamento, eu acho que tem algo a ser feito ainda. A gente até conversou que seria legal ter um projeto de saneamento lá. A Elisa pensou num projeto de biogás, porque eles têm galinhas e horta, tudo comunitário. O restaurante da pousada gera muito resíduo. Poderiam aproveitar isso como biogás. Mas ainda estamos para amadurecer essa ideia”, explicou Adriane, que emendou: “A gente voltou com muita vontade de fazer algum projeto junto a essa comunidade”.  


Já a professora Elisa refletiu sobre o aprendizado, enquanto gestoras ambientais, sobre as diferenças sociais regionais. “A gente compreendeu outras diferenças regionais do Brasil e as origens dos povos. E pensamos, também, em opções. Como vimos funcionar a fossa biodigestora de bananeira, porque lá não tem coleta de esgotos, a gente poderia levar essas questões para os alunos”.  


Além disso, tem a questão dos resíduos, que precisam ser puxados por barco, para não poluir o rio.  “É bem interessante, porque o gestor ambiental precisa pensar nessas opções, pensando aqui no curso, e pensar nas diferenças locais e regionais. Além do eterno bom senso do gestor ambiental, a gente precisa compreender o contexto e as histórias das pessoas para saber as formas e opções mais sustentáveis”, resumiu Elisa. A professora Adriane salientou que a expedição fez pensar em como o conhecimento de gestão ambiental precisa se adaptar a diferentes situações num mesmo país.  


“Na Zona Franca de Manaus, a gente visitou algumas startups, que produzem uma tecnologia de ponta”, contou. Um dos prédios funciona como um polo de tecnologia, que tem internet 5G própria e traz vários aspectos de segurança digital para os empreendimentos que estão nascendo e sendo desenvolvidos na comunidade. Nesse dia, as professoras assistiram a apresentação de duas startups, uma de hambúrgueres veganos, chamada Amazônia Smart Food, e outra que criou um aplicativo em que toda nova árvore plantada na Amazônia ganha uma identificação em um banco de dados e geolocalização, para monitorar o reflorestamento. O aplicativo é gratuito.



Elisa e Adriane visitaram o Teatro Amazonas, cartão-postal de Manaus
(Fotografia: Arquivo Pessoal / Adriane Brill Thum) 




Em um dos dias nas comunidades ribeirinhas, os membros da expedição plantaram árvores. Adriane plantou um Tucumã, que é repleta de espinhos e dá um fruto cheio de vitaminas. “Eu acho que a gente sabe a diferença de um professor que passa um conteúdo que ele leu e um conteúdo que ele viveu”, comenta a professora Elisa.   



Adriane plantou um Tucumã, que foi georreferenciado
(Foto: Arquivo Pessoal / Adriane Brill Thum) 


O projeto


A expedição Amazônia 21 é um ciclo de formação pessoal e acadêmico oferecido pela Academia Amazônia Ensina.  Com o propósito de disseminar conhecimento em torno da Amazônia no contexto do debate econômico e ecológico do século XXI, pessoas das mais diversas áreas podem ser selecionadas para participar. 


Cada viagem conta com até 60 pessoas, divididas em duas turmas diferentes. Uma turma terá a temática de negócios, empreendedorismo e startup, enquanto a outra será mais voltada às aulas especiais com temas relacionados à sustentabilidade, meio ambiente e ecologia. 


As próximas expedições de 2023 devem ocorrer de 9 a 12 de julho e de 16 a 23 de julho. Para participar, é preciso passar por um processo seletivo. Basta consultar o regulamento aqui ou entrar em contato pelo e-mail maria.eugenia@academiaamazoniaensina.com.br.

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