(Imagem de capa: BrianAJackson / Envato)

Amanda Caroline da Rosa, de 23 anos, iniciou a graduação em Nutrição na Unisinos aos 17. Inspirada pela experiência transformadora que teve quando conheceu uma profissional da área, sentiu que esse poderia ser o curso ideal para seguir. Desde criança, Amanda sentia que tinha o propósito de ajudar as pessoas, e viu na Nutrição a possibilidade de fazer isso. Porém, ao longo dos semestres, uma dúvida persistia em pairar.

À medida que o curso avançava, as dúvidas aumentavam e ela conta que pouco a pouco foi se afastando do que pensava em fazer profissionalmente. “Eu tinha uma ideia muito forte de que eu ia trabalhar diretamente com pessoas, ajudando pessoas, que iria ter esse momento desde o início do curso, e comecei a sentir muita falta disso. Era algo muito biológico e eu queria algo mais humano”, comenta a estudante, que sentia falta da parte social, que era a que mais se identificava.

Com o tempo, a motivação que sempre teve para os estudos não estava mais ali. “Eu sempre fui uma pessoa que gostava muito de estudar, sempre fui muito aplicada. Mas eu estava me vendo num momento que eu não tinha vontade de estudar, e eu estava começando a refletir: ‘poxa, por que isso tá acontecendo, o que eu estou fazendo aqui’?”.

Existe apoio nestas horas

A Unisinos possui atendimentos específicos para este tipo de dúvida. O núcleo Gestão de Carreiras, que faz parte do Unisinos Carreiras é o setor especializado em prestar assistência aos estudantes  e são diversas opções de serviços. Um deles é o de escolha profissional, em que é feita uma avaliação de possibilidades de cursos de acordo com a personalidade; planejamento de carreira, para uma colocação estratégica no mercado; elaboração de currículo, assessoria para LinkedIn, até oficinas de empregabilidade e eventos sobre desenvolvimento de carreira.

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O Mescla conversou, através de chamada de vídeo, com as psicólogas Luana Rambo e Luciane Linden, que fazem parte do Gestão de Carreiras, e que realizam estes atendimentos. Elas contam que este serviço, que já existe há 50 anos na universidade, é focado em auxiliar na escolha da graduação e dar orientação para o mercado de trabalho.

O atendimento de Escolha Profissional inclui encontros, que podem ser individuais e em grupo. “Os encontros são para trabalhar questões de autoconhecimento, incentivar a pessoa a pensar um pouco sobre as suas características, sobre o que é importante, seus interesses, além de pesquisas sobre possibilidades. E o intuito é a gente acompanhar a pessoa por algum tempo, trabalhando algumas questões para que ela se sinta mais segura para fazer a escolha”, afirma a psicóloga Luana.

Como essa angústia em relação ao curso às vezes aparece, será que existe uma dificuldade de se encontrar? De encontrar um curso ideal? E por que será que isso acontece? Luana e Luciane comentaram sobre isso. Os estudantes têm muitas opções de curso atualmente, e às vezes podem ter pouca informação sobre si mesmos, sobre suas potencialidades e talentos. “A gente muitas vezes está mais inclinado a olhar o que falta, a olhar para o que não somos bons. Mas quais são nossas potencialidades, nossos interesses?” reforça Luciane. Ela explica que o processo de orientação ajuda nisso, a fazer uma descoberta de características individuais. “Elas devem ter uma conexão com a profissão que vai ser escolhida. Não pode ser algo aleatório”.

Uma escolha envolve múltiplos fatores, como expectativas individuais, dos pais ou da família, e até mesmo expectativas financeiras. Tudo isso se soma ao momento da decisão, o tornando mais complexo. A opinião dos outros é algo que aparece também. “O que vão dizer se souberem que troquei de curso?”.

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O peso das expectativas familiares

Existe uma preocupação dos pais ou da família, por encontrar uma profissão em que a pessoa consiga se sustentar. Aparece, nestes casos, a famosa pergunta “o que os outros vão pensar?”. Mas, como Luciane explicou, a escolha do estudante “tem que ser boa para ele, e ele não deve se preocupar com a repercussão que isso vai trazer para os outros”.

O que também tem aparecido muito nos atendimentos na modalidade de atendimento da Escolha de Carreira, de acordo com as psicólogas, é sobre propósito: pessoas buscando fazer algo que faça sentido para elas e para a sociedade, e que tenha um alinhamento com as suas características.

Quatro pistas para identificar se você está no curso errado

Para as psicólogas Luciane Linden e Luana Rambo, alguns fatores a observar e que podem indicar que talvez a escolha do curso não tenha sido a mais acertada são:

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• falta de motivação para ir às aulas, para realizar as atividades;
• não identificação ou dificuldade de estar em grupo;
• não conseguir se identificar com as falas dos colegas e dos professores;
• Até mesmo não conseguindo absorver tanto os conteúdos, ficando num estado de preocupação.

Vale lembrar que é normal não gostar de algumas disciplinas da grade curricular. Nem todas as aulas são as favoritas. Para as psicólogas, um bom termômetro é questionar se gosta de ao menos 70% do curso. Dá para seguir e, quem sabe, complementar os estudos numa especialização.

Elas ainda apontam para analisar o fator da rotina de trabalho. Na hora de pesquisar uma profissão, é interessante se questionar se o dia a dia daquele profissional é algo que inspire ou não. É bom se perguntar: “eu me identifico com isso?”. Muitas vezes, estudantes buscam o atendimento de Escolha de Carreira para confirmar a escolha do curso, se organizando e permanecendo na área em que já estão. Outros, no entanto, percebem que é o momento de mudar.

Trabalhando com atendimento ao público na época, Amanda Caroline ouvia muitos comentários de que ela poderia trabalhar com Comunicação. Não à toa, era algo que Amanda já vinha pensando há bastante tempo. Entre muitas pesquisas de cursos, áreas de atuação, testes vocacionais, encontrou o curso de Relações Públicas (RP) da Unisinos e foi aí que a ideia despertou. Olhando a descrição do curso e analisando a grade curricular, se identificou.

“Me exigiu muita coragem”

Depois de pesquisar bastante, Amanda tomou a decisão de trocar para Relações Públicas. Ela comenta que precisou de coragem para mudar, mas que foi a melhor decisão que tomou. Na primeira aula, já se sentiu identificada. “Me senti em casa. Meus olhos brilharam e eu pensei “pronto! É aqui que eu preciso estar. A vida me trouxe pra cá”, comenta.

A comunicação, para ela, é uma forma de realização. “Eu sempre tive o propósito de ajudar pessoas, e a comunicação é transformadora. A gente pode ser um catalisador de mudanças através da comunicação. Eu relaciono muito o curso de RP com esse meu propósito. Eu consigo ajudar as pessoas através da minha área de atuação”.

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Para Luana Rambo, o propósito é sobre encontrar a razão de fazer. “É bem importante encontrar um sentido. O que faz sentido para você. E, quando já não faz sentido, talvez seja o momento de parar e pensar”.

Luciane Linden reforça que ter um propósito é um elemento base para a vida. Ela afirma que, encontrando a área em que você se identifica e que veja sentido no que faz, “é mais provável que você esteja satisfeito. Logo, estando satisfeito vai fluir mais facilmente. E, muito provavelmente, você vai se destacar nesse meio, se você se dedicar, e vai colher o reconhecimento disso”.

As mudanças que Amanda percebeu em si mesma foram significativas. “Hoje posso dizer que foi a melhor escolha que eu fiz! Eu me sinto muito, muito feliz, e muito realizada. Foi algo transformador na minha vida”, celebra.

Para Amanda, no meio das dúvidas, conversar foi essencial. Na época da troca de curso, a estudante não sabia que a Universidade tinha este serviço de orientação. Mesmo assim, ressalta que ter uma rede de apoio ajuda muito. “Acho que isso é fundamental! Você não pode passar por esse momento sozinha. Você já está com muitas dúvidas, muitos pensamentos, e muitos deles são negativos. É fundamental que você tenha uma rede de apoio para isso, para você conseguir ouvir dos outros e conseguir desabafar, tirar aquele peso que está dentro de ti e buscar esse apoio”.

Amanda concluiu dando um conselho: “Percebe como você está, e vê se aquilo está fazendo sentido pra ti, como aquela situação está te deixando, como você está se sentindo depois que volta das aulas. Se eu pudesse dar um conselho para quem está passando por esse momento, eu diria para olhar para dentro de si, encontrar seu propósito e ler seus sentimentos”.

Como solicitar a troca de curso?

A troca de curso é a transferência de um aluno vinculado à Unisinos para outro curso da Universidade. De acordo com Gustavo Moraes, da Coordenação de Atendimento, para solicitar a troca, o aluno pode fazer presencialmente, no Atendimento Unisinos, ou pode solicitar pelo site. Neste caso, deve acessar o portal Minha Unisinos, ir até o tópico “Solicitações” e, no Portal ASAV, irá encontrar a opção Troca de Curso. Ali, é possível preencher com os dados do estudante e aguardar a análise da solicitação de vaga. Ele informou também que alunos com bolsa PROUNI devem informar que desejam realizar a troca com bolsa PROUNI no momento da abertura de solicitação, e o pedido passará por análise específica. Mais informações, como prazos e editais, estão disponíveis no site unisinos.br/graduacao.

O Unisinos Carreiras

Os atendimentos do setor de Gestão de Carreiras são disponibilizados tanto para estudantes da universidade, como também para a comunidade externa. Orientar quanto à escolha ou recolocação profissional e promover eventos de oportunidades é o trabalho deste núcleo.

Os atendimentos disponíveis são:

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• Escolha profissional
• Planejamento de carreira
• Elaboração de currículo
• Assessoria para LinkedIn
• Oficinas de Empregabilidade
• Eventos sobre Desenvolvimento de Carreira

A equipe do Gestão de Carreiras também realiza conversas em escolas, para orientar os alunos sobre as possibilidades na graduação.

O serviço de Planejamento de Carreira é para quem já está certo da graduação, e quer pensar nos próximos passos. Analisar áreas de atuação, perspectivas de carreira e desenvolvimento, até possíveis escolhas de especialização porque, para Luciane, “a carreira é um constante ao longo da vida, não se faz apenas essa escolha inicial”. Para quem está perto da formatura ou já se formou, o “Formei, e agora?” é um curso de extensão, gratuito, oferecido através do Unisinos Labs, para planejamento de carreira, reflexões, além de técnicas para melhor enfrentar o momento de final de curso. 

Este ano ainda terá o retorno presencial do PowerUp Unisinos, evento promovido pelo Unisinos Carreiras que proporciona o encontro entre empresas e estudantes, para divulgar oportunidades, gerar conexões e conversas, através de talks, sobre desenvolvimento de carreira. Anteriormente, em 2019, o evento foi presencial. Em 2020 e 2021 as edições foram online. Neste ano o evento volta ao seu formato presencial, com transmissão ao vivo.

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A organização para o evento está à mil, mas já temos a data: o PowerUp Unisinos 2022 vai acontecer no dia 18 de outubro. Será gratuito e dará certificado de participação.

E para quem ainda está pensando em qual curso gostaria de ingressar, o Unisinos Conecta é um evento voltado para escolas e que possibilita aos estudantes conhecerem a universidade e os cursos disponíveis. Com diversas atividades, os futuros universitários podem analisar os possíveis cursos, conhecer a infraestrutura da Unisinos e até conversar com alguns professores. O evento deste ano será nos dias 27 e 28 de setembro.

Mais informações estão disponíveis no site do Unisinos Conecta e também no Instagram.

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