Por dentro

#aula #jornalismo #Kelly Matos
“É com o compartilhamento de informação e conhecimento que se transforma a realidade de alguém”
"Em um papo inspirador, a jornalista Kelly Matos trouxe a alunos de Jornalismo da Unisinos um pouco de sua experiência como apresentadora, comentarista e correspondente de política em Brasília"


No início da aula virtual, se havia qualquer clima de nervosismo rondando os recém-chegados aspirantes a jornalistas da Unisinos, ele foi logo quebrado com a descontração promovida pela convidada Kelly Matos. Foi com bom humor que a jornalista tratou a pequena falta de traquejo com o aplicativo de chamada de vídeo, trazendo um ar de bate-papo a um encontro de muita importância aos alunos, parte deles cursando o primeiro semestre.


Na noite de 25 de março, os atentos estudantes de três disciplinas viram a conversa com Kelly, apresentadora do programa Timeline, da Rádio Gaúcha, evoluir para uma grande troca de ideias e experiências. Durante mais de duas horas, a convidada discutiu com as turmas, sob mediação da professora Luciana Kraemer, assuntos ligados ao tema “o que é ser jornalista”, principalmente no cenário atual, caracterizado por uma distribuição e produção de informações em excesso. “É com o compartilhamento de informação e conhecimento que se transforma a realidade de alguém. E o jornalismo tem essa função. Mas é a partir do momento que qualquer cidadão consegue produzir e reproduzir informação, como agora, que o jornalismo se mostra mais essencial”, refletiu a jornalista, que atua no Grupo RBS há 15 anos.

Kelly Matos (no segundo quadro da terceira linha) ressalta que a faculdade garante a técnica, mas o conteúdo e a força de vontade ficam por conta de cada um. (Foto: Henrique Bergmann)


Foi em 2006 que Kelly iniciou sua carreira na empresa jornalística gaúcha. Trabalhou em Brasília, capital federal, como correspondente de política da Rádio Gaúcha e do jornal Zero Hora, contribuindo também para a Folha de São Paulo, um dos maiores diários do país. Para a jornalista, o diferencial de um bom profissional está no seu conteúdo. “Um bom trabalho no jornalismo se faz com estudo, apuração e preparação. Na faculdade, a gente aprende a técnica, mas o conteúdo e a força de vontade são por nossa conta”, ressaltou. 


Kelly lembrou, com bastante orgulho, que foi a primeira mulher a participar como comentarista em um dos mais tradicionais programas esportivos radiofônicos do estado, o Sala de Redação. “Eu abri essa porta e provei meu conhecimento sobre futebol para o público”, comentou. Para ela, em termos gerais, o jornalismo esportivo segue sendo um ambiente muito machista.

Kelly trabalha no Grupos RBS desde 2006 e foi a primeira mulher no programa Sala de Redação na Gaúcha. (Foto: Arquivo pessoal)


A jornalista também falou, de maneira corajosa, sobre as dificuldades que passou por conta de crises de ansiedade. Kelly usa essa experiência como exemplo para ressaltar a importância do jornalismo ao ajudar pessoas que sofrem de transtornos como esse. “Está na hora do jornalismo falar mais sobre problemas como depressão, angústia e ansiedade. É possível ajudar a amenizar essas dores, como, por exemplo, informando que um tratamento terapêutico pode resolver essas situações”, argumentou.


A conversa, que trouxe muitas reflexões sobre o “fazer jornalismo”, elucidou os alunos sobre quais as características que devem ser seguidas para que um jornalista exerça bem seu trabalho e função social. Para Luciana, a convidada especial da aula é um grande exemplo desse profissional. “A gente conseguiu enxergar na Kelly um ser humano que, por seu esforço, prazer pela conversa e pela informação, respeito com todos e objetividade, nos mostra o que é ser jornalista”, elogiou a professora.  

Mais recentes