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Trabalho a distância: uma realidade há cinco meses
"Em home office, além da cafeína, pantufas e moletom passaram a fazer parte do dia a dia dos estagiários da Agexcom"
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Nos últimos meses, praticamente toda a população mundial foi obrigada a adaptar rotinas para conviver em segurança com a pandemia de Covid-19. E a Agência Experimental de Comunicação (Agexcom) da Unisinos, é claro, também teve que se adaptar para garantir a saúde de estagiários, professores e funcionários. Por isso, na segunda metade do mês de março, adotou o home office como formato de trabalho temporário. Depois de cinco meses trabalhando a distância, o Mescla foi atrás de alguns agexconianos para saber como as coisas estão indo em casa.


Manuela Zuccari é aluna de Design e atua como diretora de arte na agência. Ela, que nunca tinha trabalhado em home office, lembra que as primeiras dificuldades eram técnicas, mas, assim que conseguiu superá-las, as coisas passaram a funcionar. “Eu estava meio otimista que essa situação iria acabar logo, então só estava tentando me adaptar melhor”, explica. “Ao longo da quarentena, melhorei no aspecto mais técnico, e agora o que pesa mais é o humor.”

Talvez por não precisar mais sair cedinho de casa, Manu está radiante no home office (Foto: Arquivo pessoal/Manuela Zuccari)


Como todos que precisam lidar com o isolamento, não é apenas o formato home office que influencia os afazeres diários. Por estarem mais reclusas, é normal que o humor e os sentimentos das pessoas sofram alterações. “Ter que encarar a mesma mesa, o mesmo espaço, as mesmas pessoas dentro de casa, isso afeta o ânimo de produzir”, desabafa a designer. “Eu sou muito comunicativa, gosto de quebrar a rotina. Estar na Unisinos era ótimo nesse sentido.”


A repórter Josiane Skieresinski também sentiu um pouco o isolamento. Apesar de já ter estagiado antes no formato home office, estar atravessando uma pandemia, diz ela, dificulta esse processo. “Eu gosto de trabalhar em casa pela comodidade de ficar de moletom, de pantufa ou não ter que levar marmita e comer no pote”, enumera a estudante. “A rotina fica mais fácil, mas antes a gente não estava em uma pandemia. Eu saía de casa, via outras pessoas, ia para a aula e saía no final de semana. Agora, não podemos mais fazer isso.”


Para Josi, o fato de ficar todo o tempo em casa, seja para trabalhar, se divertir ou realizar tarefas domésticas é um dos problemas desse momento. “A gente não tem muito essa divisão de horários”, diz. “Parece que estamos 24 horas no trabalho ou pensando em coisas que não sejam de lazer. É um pouco prejudicial.”

Cantinho da Josi, onde ótimas matérias são produzidas (Foto: Arquivo pessoal/Josi Skieresinski )


Apesar de todos estarem acostumados com a organização da agência, a troca de ambiente influenciou no tempo de adaptação. “Antes da pandemia, a gente chegava e batia o ponto. Mentalmente, significava que era hora de focar naquilo. No final do dia, mais um registro de ponto. Era hora de descansar”, comenta Manuela. 


Laboratorista do núcleo de Publicidade e Propaganda da Agexcom, Larissa Schmidt também está vivendo pela primeira vez a experiência de trabalhar em casa. “Nunca trabalhei assim antes. Era uma curiosidade e a matei agora. Mas não gostaria de repetir no futuro”, avalia. “Achei que era mais fácil trabalhar em home office, controlar os horários, mas, na verdade, a organização é mais difícil.”

A Lari apostou nos detalhes em cor-de-rosa e na agenda organizada para garantir um bom home office (Foto: Arquivo pessoal/Larissa Schmidt)


Larissa observa também que a comunicação, normalmente feita sem pensar muito pelas pessoas, era muito mais fácil antes. “O tempo que a gente precisa hoje para pegar o telefone ou o computador e agendar uma reunião online, por exemplo, antes isso era possível fazer apenas conversando com os colegas de uma mesa para outra”, aponta ela. 


Bianca Nunes, do núcleo de Relações Públicas, lembra dos primeiros dias de trabalho remoto, quando parte da equipe se comunicava por e-mail, outros pelo software de videoconferências Teams, causando uma confusão quase cômica. “Cada um usava um meio diferente”, recorda a estagiária. “O que é para fazer? Não sei! Eu também estou perdida! Essas eram frases comuns”, diz, entre risos.

Ter uma rotina ajudou a Bianca a controlar a ansiedade e aproveitar melhor o tempo trabalhando em casa (Foto: Arquivo pessoal/Bianca Nunes)


Para a coordenadora da Agexcom, Cybeli Moraes, organizar essas diretrizes foi essencial para conseguir que o grupo trabalhasse bem. Ela, que já tinha a experiência de trabalhar em casa, investindo, por isso, na construção de um espaço adequado, observa que a mudança drástica, sem aviso prévio, foi o maior problema. “São estudantes jovens. Muitos não sabem nem cozinhar. Então, usavam bastante a estrutura da universidade para suprir as necessidades”, explica Cybeli. 


Surpreendentemente, aponta a coordenadora, a Agexcom se adaptou bem às mudanças. “Cada equipe se organizou para atender suas demandas. Tem equipes que entenderam que seria melhor trabalhar de manhã, outras de tarde. Deu certo porque entendemos que é necessária uma adaptação especial à situação.”

É claro que esse escritório equipado é o da Cybeli, preparadíssima para trabalhar de casa (Foto: Arquivo pessoal/ Cybeli Moraes)


Algumas coisas são vantajosas no home office, como ficar menos tempo no trânsito e ter tempo para comer coisas mais saudáveis. Bianca, por exemplo, perdeu cinco quilos desde que passou a fazer as refeições em casa. “Na Unisinos, eu ia até a máquina automática para comprar um chocolate ou pegava um brigadeiro gigante no Fratello”, explica, rindo. Já Manuela, que antes acordava às 6h para assistir às aulas na Universidade, agora permite-se levantar 20 minutos antes do encontro via Teams. “Poder estudar de moletom e pantufa, sem maquiagem, é uma das melhores coisas disso tudo”, comenta. 


Pensando no cuidado à saúde mental, a Unisinos oferece aos estagiários da Agexcom atendimento psicológico no Núcleo de Atenção ao Estudante (NAE). “Nesse período, os jovens ficam mais solitários, e aí temos um problema com a situação escolar mundial”, analisa Cybeli. “O aumento do índice de ansiedade, depressão e de doenças psicossomáticas, que tem um fundo psicológico, é uma realidade.”


Enquanto os estagiários não voltam ao modo presencial, a Agexcom segue produzindo de casa. E para todos os alunos da Universidade que estão se sentindo mais solitários nesse período, o NAE está realizando atendimento online, totalmente gratuito.

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