Startup ainda é um termo novo para a maioria dos brasileiros, mas atrai muitos empreendedores dispostos a entender cada vez mais sobre novas formas de negócios. Entre eles, os participantes da Amcham Arena, realizado no dia 27 de setembro. O objetivo do evento é conectar novas ideias por meio de um concurso, além de ligar startups com o mercado. Empresários, empreendedores e investidores lotaram o Teatro Unisinos, em Porto Alegre, para acompanhar a semifinal regional, em que dez equipes disputaram uma vaga para a grande final, a ser realizada em São Paulo.
A ideia de um negócio disruptivo, ligado à tecnologia, chegou ao país há quase dez anos e faz muito empreendedor sonhar. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), hoje existem quase 13 mil empresas ativas nesse novo modelo. Startups podem ser definidas como empresas que estão no início de suas atividades e buscam explorar atividades inovadoras, novos tipos de serviços e soluções. Startups podem estar em todas as áreas, seja suprindo necessidades ou apresentando um novo jeito de ver o que já existe.
Para avaliar as novas ideias dos participantes da semifinal da Amcham Arena, foram convidados dez grandes empresários do Rio Grande do Sul. Eles também tinham a missão de problematizar e votar na proposta que teria mais chance de vencer o concurso. Entre eles, estavam presentes o vice-presidente do Conselho de Administração da Gerdau, André Johannpeter, o superintendente executivo da Unimed Porto Alegre, Glauco Chagas, e o CEO da aceleradora de startups Grow+, Paulo Beck.
Tecnologia agrícola é a campeã
A startup vencedora da semifinal foi Elysios Agricultura Inteligente. Ela será a representante gaúcha na final, em São Paulo. A empresa oferece soluções de inteligência agrícola para controle, sensoriamento e automação de cultivos, com o objetivo de aumentar a produtividade com menos insumos.
Frederico Apolo Brito, CEO da Elysios, acredita que o essencial é trabalhar bastante, pois não é um ramo fácil. Para ele, o diferencial para as startups é ter a inovação como cultura, principalmente focar nos problemas dos clientes, e não no produto em si. “Inúmeras startups surgiram na crise, com os problemas da crise, então é um modelo de negócio muito interessante, que visa uma melhoria exponencial”, disse.
Quíper Fresh também foi uma das startups selecionadas para o pitch da semifinal. A empresa criou uma solução que prolonga a vida de frutas, verduras e legumes, com o objetivo de reduzir o desperdício. Fernanda Knebel, fundadora da startup, conta que o diferencial para dar certo são as ações, ir além do mundo das ideias, fazer acontecer e arriscar. Um dos papéis fundamentais nesse caminho, para Knebel, é a comunicação. “A gente precisa comunicar o produto para as pessoas, para elas saberem que ele existe e também para utilizar corretamente quando ele chegar na tua casa”, observa.
Para o Superintendente Regional da Amcham, Marcelo Rodrigues, é supernecessário construir um futuro cada vez mais empreendedor. O evento, segundo ele, é uma oportunidade muito importante tanto para as startups quanto para as grandes empresas de se conectarem. E dá a dica: “Se conectem com as pessoas. A execução vale muito mais que as ideias. Fazer as perguntas certas e entender os problemas reais são fundamentais para criar as melhores soluções”, comenta.
O executivo Paulo Beck concorda com Marcelo e destaca a importância de eventos como a Amcham Arena. “O Rio Grande do Sul carece dessas oportunidades, principalmente para os jovens. Dar a eles uma terceira via para que não precisem bater na porta de grandes instituições é fundamental, e também para que eles pensem fora da caixa”, ressalta Beck, que foi um dos jurados do evento.