Por dentro

#espanha #fotografia #intercâmbio #santander #Top España #unisinos
A oportunidade que chegou por e-mail
"Fabricio recebeu a mensagem de que havia conquistado uma bolsa para estudar na Espanha. A partir daí, muitas histórias legais se desenrolaram"
Avatar photo


O estudante do curso de Fotografia, Fabricio Marco, acabou de voltar ao Brasil após passar três semanas na Espanha. Ele viajou para a terra do flamenco e das touradas para estudar espanhol, com todas as despesas custeadas pela bolsa estudantil Top España. O programa é uma parceria entre a Unisinos, o banco Santander e a Universidade de Salamanca. 

Durante as semanas que passou em Salamanca, Fabricio aproveitou para tirar muitas fotos | Foto: Acervo Pessoal


Aluno da Unisinos desde 2015, Fabricio ingressou primeiro no curso de Produção Fonográfica. Logo depois, trocou para Fotografia. Ter sido contemplado com a bolsa de estudo proporcionou momentos marcantes para o futuro fotógrafo profissional. Um deles foi a viagem em si, já que ele nunca tinha atravessado as fronteiras do Rio Grande do Sul. Fora o fato de ter voado de avião pela primeira vez. O Mescla quis saber mais sobre essas e outras experiências e bateu um papo com o Fabricio. Confira:


Mescla – Como tu ficou sabendo da bolsa Top España?


Fabricio – Por e-mails que a Unisinos envia. A Universidade tem essa parceria com o Santander, e todo semestre recebo informações. Mas eu nunca tinha buscado a participação. Eu conheci uma pessoa que participou do Top España. Ela me ajudou bastante quando resolvi tentar uma bolsa. Descobri que quem tem Prouni tem muita vantagem, porque não precisa comprovar toda a renda de novo, o que acaba sendo um processo meio chato. No meu caso, eu só precisei fazer um passaporte e me cadastrar no site do Santander Universitário. Bem simples.


Mescla – Como funciona a bolsa?


Fabricio – A bolsa leva 100 brasileiros para Salamanca, na Espanha, para estudar três semanas de espanhol. Acho que a Unisinos foi a que mais levou gente. Pelo que eu lembro, outras universidades levaram de um a dois alunos. A Unisinos levou quatro alunos e mais um professor. 


Mescla – O que ela oferece?


Fabricio – A gente ganha tudo! Primeiro, a passagem de Porto Alegre a São Paulo. Lá, dormimos uma noite em um hotel maravilhoso, com janta e café da manhã tudo incluído. Depois, os bilhetes de Guarulhos para Madri. Ganhamos ainda o traslado de Madri até Salamanca, de ônibus. As três semanas de estudo foram bancadas pelo Programa de Cursos Internacionales de la Universidad de Salamanca. Ficamos em uma residência universitária, bem bacana. Café da manhã, almoço e janta estavam incluídos. Um passeio que fizemos para Toledo foi organizada pela universidade também. A gente teria que pagar o almoço, mas a própria residência universitária, onde a gente estava, tinha recursos para piquenique. Então, pudemos levar o lanche para Toledo.


Mescla – Como funciona para se inscrever? Tem algum pré-requisito?


Fabricio – O critério de avaliação é a nota. Tem que ter coeficiente 7, no mínimo, e tem que ter de 40% a 80% do curso concluído. A Unisinos seleciona um aluno para cada área de atuação. Então, sendo eu aluno de Fotografia, representei a Escola da Indústria Criativa. 


Mescla – Como era a tua rotina?


Fabricio – Basicamente, a gente tinha aula de segunda a sexta-feira. Eram três horas de estudos, sendo duas horas de gramática, pra todo mundo, e uma hora de um curso opcional. Escolhi Cultura Espanhola. Foi a melhor aula pra mim, foi muito bacana. A gente aprendia muita coisa da Espanha em geral. É maravilhoso! Os professores são muito, muito bons. Eles estão acostumados a receber estrangeiros e a experiência com eles é incrível, porque, dentro da sala de aula, não tem ninguém que tu conheces. 


Mescla – Como foi essa experiência?


Fabricio – Tu ficas muito perdido no início, mas a troca de conhecimento e de culturas é fantástico. Na minha turma, eu tinha contato com cinco brasileiros, seis estadunidenses, uma chinesa e um russo, então, é bem diferente, é muita cultura misturada. É sensacional! De início, a gente passa muita vergonha com a língua. Eu, pelo menos, nunca tinha estudado espanhol e cheguei lá bem perdido mesmo, mas logo tu começas nessa imersão e, daqui a pouco, tu tá falando com todo mundo, bem tranquilo. O processo, que parece assustador no início, é muito simples.


Mescla – O que mais vocês faziam lá?


Fabricio – A gente caminhou pra caramba lá, não parávamos nunca. Eu dormia, em média, umas quatro horas por dia. A gente aproveitava muito. Eles almoçam às 14h, então a gente tinha muito tempo, porque a aula acabava por volta do meio dia e, depois, tinha até às 14h pra gente ficar tranquilo. Aí eu almoçava, descansava um pouco e caminhava até não aguentar mais, porque lá a noite só chega pelas 22h. O dia é muito longo, dá pra fazer muita coisa. A gente conheceu toda a parte mais histórica de Salamanca. Foi surreal! Pra mim, que nunca tinha saído daqui, ir pra lá e ter todo esse contato foi uma experiência que não tem muito como explicar, é muito bom mesmo.


Mescla – E tu tinhas alguma despesa? Como funcionava isso?


Fabricio – Eu não tinha muita grana, porque recebi a informação da Unisinos de que iria participar do programa no final de abril, e a viagem ocorreu em 28 de junho. Tive mais ou menos três meses para juntar dinheiro. E lá tu quase não gasta com nada. Mas não tem como tu ir visitar a Europa, conhecer um monte de coisa e ficar só no zero a zero. Então, eu consegui fazer uma ação entre amigos. Um monte de gente me ajudou e eu consegui levantar uma grana legal. Lá tu gastas com passeios pequenos, por exemplo. No domingo, quando a gente chegou, compramos uma passagem de trem para conhecer Madri. Ali já foram 40 euros. São coisinhas assim. É bom ir preparado, levar grana pra curtir mesmo, pra passear, pra comer uma comida diferente, porque a comida da residência universitária é bem complicada. O pessoal tava reclamando porque era uma culinária completamente diferente, e a gente sentiu muita diferença. É melhor ter uma grana pra, de vez em quando, sair à noite e comer um hambúrguer, porque tem muito restaurante americano lá. Os Cursos Internacionales, programa da Universidade de Salamanca, já tem 90 anos. A universidade tem 800 anos, e faz 90 que eles abriram pro mundo inteiro oferecendo esses cursos de verão com passeios. Eu consegui comprar por 180 euros um passeio para Portugal. Foi maravilhoso! Conheci mais um país, uma capital e outra cultura. Foi barato, pelo valor que é tudo. Vale muito a pena juntar uma grana e desfrutar desses momentos.


E aí, curtiu a história do Fabricio? Se tu também quer ter uma experiência como essa, se liga na dica dele: “O pessoal deve ficar ligado. Tem que correr atrás, porque é uma oportunidade única. Tem que aproveitar cada segundo dentro da Unisinos para conseguir desenvolver essas experiências”. O agora internacional Fabricio disse que se mantém à disposição para quem tiver dúvidas ou precisar de ajuda para as próximas edições do Top España.

Mais recentes