Bruno produz vídeos de humor para internet usando a inteligência artificial para colocar políticos em posições diferentes da do habitual. O case, considerado exemplo de Deep Fakes, chamou a atenção dos professores Taís Seibt e Silvio Alves, professores da disciplina de Convergências de Narrativas e Programação para a Internet, que discute a convergência no jornalismo digital e também a importância de se conhecer a programação. “Na sala de aula ficamos mais na discussão em cima do teórico, e quando trazemos um convidado tem a possibilidade de mostrar um pouco mais da prática”, afirma Taís.
Segundo a publicação Verbete Draft: O que são Deepfakes, a técnica é utilizada em vídeos que manipulam a realidade com alta tecnologia. É possível sobrepor o rosto de uma pessoa sobre o de outra e até mesmo mudar a voz. Para isso é utilizado uma Inteligência Artificial que usa dados de fotos para aprender as expressões das pessoas. A professora Taís Seibt escreveu um artigo sobre o tema na sua página do Medium. No texto Deep Fakes: a nova fonteira no campo da desinformação, ela alerta que essas trucagens podem ser percebidas por pessoas treinadas, mas para leigos podem passar despercebidas.
A inteligência artificial utilizada por Bruno para fazer os vídeos, é composta por bibliotecas de aprendizado de máquina que usam milhares de imagens e geram os novos rostos nas posições escolhidas. A inteligência está no fato da máquina analisar as imagens, aprender como se comportam, para depois conseguir colocar em outras posições. Ele conheceu o programa através de um fórum na internet há cerca de um ano e meio. Antes, Bruno já trabalhava fazendo paródias relacionados a região onde mora. Quando descobriu a IA e começou a estudá-la, logo viralizou. “Pretendo continuar com esses vídeos que misturam humor e crítica social, não apenas na minha região, mas com assuntos nacionais, onde o campo é bem maior”, afirma Bruno.
Bruno conta que já recebeu ameaças devido aos vídeos, e que alguns chegaram a ser removidos de sua conta por causa de denúncias. Mesmo assim, afirma não ter enfrentado nenhum tipo de problema de âmbito legal. “Eu utilizo a imagem de políticos para fazer sátiras e críticas, o que é totalmente assegurado pela nossa constituição”, observa.
Ele completa dizendo que enquanto o seu trabalho se mantiver abordando a vida pública dos políticos, e não a pessoal, e sem falsificar informações, não haverá problemas. Bruno defende que que os estudantes de jornalismo devem aprender sobre esses programas, para que possam avaliar o que é fake, Deep Fake ou Verdade.
Ficou curioso? Para ver os vídeo do jornalista, é só acessar o canal dele no Youtube, Bruno Sartori.