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Cultura muçulmana é retomada pela Feira do Livro
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Na 64ª Feira do Livro de Porto Alegre o evento “Cultura muçulmana na literatura” trouxe o escritor Felipe Daiello para comentar aspectos históricos da presença cultural islâmica na Europa, com foco especial na Espanha. Felipe também abordou seu livro, lançado em 2017, o “Ventos do deserto: espião nas terras de Alá”.

Capa do livro de Felipe Daiello / Foto: reprodução

“Um rato da cultura universal, mas rato no bom sentido”. Foi com essa frase que o professor e editor na AGE, Paulo Flávio Ledur, descreveu o amigo Felipe. O escritor, na carreira profissional, atuou em áreas distintas da literatura. Foi trabalhando como piloto civil que descobriu a vontade de viajar. Viagens essas que, acompanhadas de pesquisa e escrita, deram origem aos Ventos.

A ficção conta a história de Michael Müller, o espião e empresário protagonista da narrativa. Michael vai perambular pelas entranhas do Oriente Médio, presenciando o surgir e a queda do Estado Islâmico, o conflito entre shiitas e sunitas e o levante pela criação do Estado Curdistão. A personagem também vivencia os extremismos da região, tanto políticos quanto religiosos. Uma mistura que, há séculos, ocorre no islamismo, pois “a religião islâmica une o poder político ao religioso”, nas palavras do autor.

Paulo Ledur, editor do “Ventos do deserto”, teceu inúmeros elogios sobre o livro e o amigo Felipe. Segundo Paulo, a capacidade da obra de ficção de tocar o leitor está na veracidade das informações apresentadas. “A boa ficção não é aquela que não é verdade, é aquela que poderia ser”, ressaltou.

O muçulmano na Europa

Historiadores classificam o período entre 711 a 726 (ambos d.C.), como a época da invasão muçulmana, ou islâmica, na península ibérica – território que hoje abrange Portugal, Espanha e uma porção da França. Foram quase 800 anos de dominação, até a reconquista do território, por volta de 1492, pelos Reis Católicos, Fernando II & V e Isabel I.

Houve tempo suficiente para que a cultura islâmica aderisse o território ibérico. A Espanha recebeu influências diretas e que permanecem até hoje, mesmo existindo, na época, esforços para esquece-la ou ignorá-la. Um exemplo foi a destruição de mesquitas (local de culto do muçulmano) e posterior construção de igrejas cristãs.

Arquitetura muçulmana no palácio de Alhambra / Foto: reprodução Get your Guide

Existem regiões espanholas que mantém influências muçulmanas, como Sevilha, Granada, Málaga e Córdoba, todas relacionadas com a Comunidade Autónoma da Andaluzia. As recordações islâmicas são vistas, em especial, através das artes e arquitetura. Uma das maiores obras arquitetônicas e artísticas feitas por muçulmanos foi o palácio e fortaleza de Alhambra (seu nome, em árabe, significa “a Vermelha”).

Palácio de Alhambra / Foto: reprodução Get your Guide
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