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Fotografias para a graduação
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Depois do ingresso, a finalização da graduação é uma etapa importante na vida acadêmica. Mas para abraçar o diploma, alguns cursos contam, na grade curricular, com o famoso, e às vezes temido, Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Diferente da tradicional monografia, os estudantes de Fotografia da Unisinos, uma formação de tecnóloga, passam pelo “Projeto Integrador”. A disciplina alia, em um semestre, teoria e prática, o que configura na produção de um artigo acadêmico e um projeto fotográfico.   

Na disciplina teórica os estudantes preparam um artigo científico que traz os embasamentos necessários para justificar o trabalho prático a ser desenvolvido. Entre os projetos produzidos há aqueles que ganham destaque pelas abordagens e técnicas diferenciadas. Alguns deles, como o de Eveline Medeiros, 24, exploram questões antropológicas como o Sagrado Feminino. Outros, como o de Samuel Gambohan, 37, trabalham com fotografia de moda.

A coordenadora do curso de Fotografia, Marina Chiapinotto, diz que é comum os alunos criarem a ideia final durante as disciplinas que antecedem o Projeto Integrador. Assim, o trabalho é o momento em que é possível demonstrar a maturidade adquirida ao longo da graduação e apresentar um ensaio refinado. “É um curso muito rápido, mas esses três anos são muito transformadores, a gente tem alunos que, às vezes, que nunca pegaram uma câmera profissional na mão. E depois, no final da graduação, ele faz algo muito mais ligado à fotografia artística que tem um grau de complexidade muito diferente”, conta. 

Foi o caso de Samuel, que se deparou no último semestre com uma ideia latente e decidiu transformá-la em projeto. “Eu não tinha um tema, fiquei dois semestres pensando e não descobria o que ia fazer. No primeiro dia de aula do último semestre, eu me dei conta que tinha um projeto que há muito tempo eu queria fazer”, lembra. Foi assim que nasceu o trabalho final, com um viés biográfico retratando o trabalho do figurinista porto-alegrense Déh Dullius.  

 

O fotógrafo conta que ter momentos de incerteza quanto ao trabalho e aprender a conviver com elas foi transformador, porque através delas, foi possível compreender o que estava funcionando ou não na execução do projeto. Eveline Medeiros também enfrentou dúvidas. Ela conta que vinha conhecendo o tema desde antes do Projeto Integrador, e quando iniciou a disciplina, teve certeza do assunto, mas como representá-lo em fotografia precisou de estudos e sucessivas tentativas.  

“Um ano antes eu já comecei a me integrar no tema e ir atrás. Eu já tinha algumas ideias, mas queria tudo bem desenhado na minha cabeça para começar a desenvolver e focar na prática. Eu queria que esse projeto fosse o melhor projeto de toda a graduação”, conta Eveline. Ela diz ainda que viu no projeto uma oportunidade de demonstrar todo o trabalho e aprendizado ao longo do curso, e que por isso dedicou-se completamente ao projeto. 

Orgulho 

Quem torce junto com os alunos, com o resultado dos trabalhos, são os professores do curso. Ao final do semestre, os ensaios fotográficos resultantes dos projetos dos alunos de Fotografia são expostos em uma galeria de arte. Marina conta que é o momento em que a dedicação dos professores e alunos é recompensada. “Pra gente que é professor, é maravilhoso. Eu me sinto plena em chegar na galeria e ver o material dos nossos alunos com uma qualidade para ser exposta e validado por um espaço legitimador de arte. Isso é muito importante para nós”, conta.  

“É muito gratificante ver a alegria deles em ver o próprio material nas paredes de uma galeria”, expressa Marina. A emoção é dividida com os estudantes que, muitas vezes, veem suas fotografias expostas pela primeira vez.  Eveline diz que a mostra foi o ponto alto, quando o projeto ganha vida e é mostrado para o mundo. “Ele virou material, virou algo vivo, que não está mais no digital, ele tá ali, a gente pode tocar. Você vê aquilo se materializar na tua frente, e foi tu que fez, e ver as pessoas absorvendo aquilo, tu meio que pare essa criança pro mundo, então foi incrível ver ele pronto”, conta a fotógrafa.  

Exposição das fotografias durante apresentação do Projeto Integrador | Foto: Reprodução/Facebook

Samuel chama de indescritível a sensação de ver o projeto pronto e diz se sentir responsável pelo teor apresentado. “Eu fiquei muito feliz por que foi um trabalho com uma abordagem biográfica. Eu acho que é um trabalho com um cunho humano muito forte, então eu vejo muito como uma forma de ter dado uma contribuição para as coisas que eu acredito”, comenta. Além de colocar em prática os ensinamentos adquiridos no curso, o Projeto Integrador é a chance de trazer para a graduação ideias e desejos pessoais.  

Marina fala que, devido ao seleto número de alunos, é possível fazer um acompanhamento próximo dos trabalhos e tentar conectar os estudantes a festivais e concursos de fotografia. Além disso, o incentivo para a participação e inscrição nestas oportunidades é constante para os 108 alunos do curso nos campi São Leopoldo e Porto Alegre.  

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