Uma carreira que mistura audiovisual e educação, sempre com a leveza que só uma jornalista de 24 anos poderia proporcionar. Vanessa Furtado é mestra em Ciências da Comunicação pela Unisinos e atua como Designer Instrucional no Grupo A, em Porto Alegre. A empresa trabalha auxiliando as instituições de educação a modernizarem as metodologias e encontrarem novas soluções. O Grupo A faz a criação de livros, revistas, plataformas e até aplicativos para o ensino.
Em seu dia a dia de trabalho, Vanessa recebe os materiais didáticos dessas instituições e tem a missão de dar um olhar mais leve, tornando o entendimento mais fácil e o conteúdo mais atrativo para os alunos. Ela conta que esse processo é feito “visando sempre o melhor aprendizado, trazendo modernidade e tirando o engessamento”.
Anteriormente, Vanessa atuou na criação de vídeos para o ensino a distância na Ulbra, em Canoas (RS), onde se graduou em Jornalismo em 2015. Na universidade, trabalhava junto com a mãe, Claudiane Furtado, que é especialista em psicopedagogia. “Minha mãe sempre me incentivou a entender todos os lados da história e ter a mente aberta”, conta Vanessa. Essa experiência de criar bons conteúdos e tornar o conhecimento atrativo é o que a levou ao cargo de Designer Instrucional do Grupo A.
Pesquisa sobre serial killers na ficção
A jornalista, durante sua trajetória de graduação e mestrado, também participou de diversos eventos acadêmicos. O foco da pesquisa da jornalista são os serial killers da ficção. Em 2015, Vanessa apresentou na Intercom o seu TCC, “A construção do personagem na narrativa seriada televisiva contemporânea: um olhar à série Dexter”. Em 2017, como estudante de mestrado, apresentou o trabalho “A estetização do horror na série Hannibal” na Intercom e no SOCINE (evento da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual).
A ideia de Vanessa é entrar no doutorado e futuramente dar aulas na Comunicação. Experiência acadêmica ela tem de sobra: antes de atuar no EAD da Ulbra, trabalhou como bolsista de iniciação científica. Para o doutorado, a jornalista quer seguir o mesmo princípio de sua linha de pesquisa a abordar a série Mindhunter, um drama policial. “Sempre tive curiosidade de entender como os serial killers são retratados na ficção”, conta.
O interesse surgiu em 2011, quando Vanessa fez um curso de roteiro e construção de personagens. A jornalista recebeu críticas pela escolha do tema para uma pesquisa, pois algumas pessoas opinaram que as séries não deveriam ser analisadas no curso, apenas os programas noticiosos. Porém, ela acredita que faz parte da missão do profissional de Jornalismo estudar qualquer produto comunicacional.
Sempre ver os dois lados da história
Sobre a relação da análise da ficção com a área jornalística, ela destaca o viés de aproximação: “toda vez que a gente conta uma história tem que ter vários pontos de vista”. Segundo ela, isso é o que acontece nas séries que retratam serial killers, sempre abordando todos os lados e mostrando o lado humano das personagens. A narrativa de crimes e suas consequências na sociedade também é algo em comum entre o jornalismo e as histórias fictícias estudadas por Vanessa.
Para quem deseja seguir na área de educação dentro do Jornalismo, a profissional aconselha “procurar novidades e eventos nas áreas de tecnologia, informação e comunicação”. Vanessa também recomenda acompanhar as tendências dessas áreas no exterior. Com a educação, segundo ela, o jornalista pode atuar “na formação de indivíduos, muito mais do que a formação de opiniões”.